Índia
Bhand em solidariedade ao povo da Caxemira
perspectivainternacional.blogspot.com
Bhand (greve geral) em solidariedade ao povo da Caxemira
No dia 30 de setembro o Partido Comunista da Índia (maoísta) convocou um “Bhand” (greve geral) em seis estados para denunciar a repressão na Caxemira.
O Bhand foi realizado em Chhattisgarh, Andhra Pradesh, Bihar, Orissa , Bengala Ocidental e Jharkhand.
Em comunicado assinado por Anand, secretário do Comitê Regional do PCI (maoísta) e Abhay, porta-voz do Comitê Central do PCI (maoísta), os naxalitas expressaram seu apoio à “justa luta na Caxemira” e exigiram o “cessar imediato dos massacres cometidos pelas forças do Estado indiano na Caxemira, a retirada das tropas militares e paramilitares, a retirada da Lei de Poderes Especiais das Forças Armadas, liberdade para a Caxemira e para todos os presos políticos”.
A guerra popular se fortalece
Traduzido de artigo de revolucionnaxalita.blogspot.com em 2 de outubro
Fortes em meio ao campesinato e entre os povos tribais do leste e centro da Índia, os maoístas golpeiam o Estado pró-imperialista, expropriam os latifundiários, formam conselhos e tribunais populares.
No dia 19 de agosto, o jornal italiano Corriere della Sera publicou um interessante informe de um enviado especial da Índia. A nota reflete a preocupação da burguesia indiana e dos países imperialistas diante do formidável crescimento da guerrilha maoísta em todo o país, especialmente no estado centro-oriental de Chhattisgarh. Alí, os povos tribais e milhões de camponeses pobres são a outra face da Índia das fábricas de softwares e dos arranha-céus de Bangalore e Mumbai.
Aldeias, homens, armas e apoio
Em meados de agosto a guerrilha – alí conhecida como “naxalita”, devido ao levantamento de Naxalbari, aldeia de Bengala Ocidental onde se iniciou o movimento revolucionário em 1967 – derrubou duas pontes ao longo da estrada de acesso a Calcutá, que passa por Dantewada vindo de Hyderabad (capital do estado de Andhra Pradesh, no centro) e Mumbai (na costa ocidental), os grandes centros da eletrônica e dos negócios. Foi mais uma dentre as centenas de ações que os maoístas vêm levando a cabo no último ano contra o Estado indiano.
Perseguidos pelo aparato estatal, os maoístas controlam mais e mais aldeias com o apoio da população. Realizam o que a população chama de “Bandh naxalita”: uma mistura de greve geral e proibição da circulação nas estradas e vias férreas no campo durante dois dias. Tudo se paralisa: o comércio cerra as portas, o transporte é paralisado e inclusive os trens que transportam o minério de ferro de Chhattisgarh até os portos do Golfo de Bengala param de rodar.
Os maoístas armados são fortes na região dos adivasi, os povos tribais da Índia. A cada ano mais homens se incorporam, conseguem mais armas e apoio. “Entre os adivasi nas aldeias ao redor de Dantewada é raro encontrar hostilidade contra os naxalitas; salvo entre os latifundiários, de quem os maoístas têm tomado a terra ou suas riquezas para distribuí-las entre os pobres do povo”, assinala o jornal italiano.
Do arco e flecha ao fuzil automático
Ainda segundo o artigo, na extensa franja de povos tribais que vai de Bengala Ocidenal ao nordeste, até Andhra Pradesh (ao centro-oeste), quase um terço da Índia, há uns 20 mil guerrilheiros maoístas. Em Chhattisgarh, coração da insurgência, iniciaram suas ações nos anos de 1980, com emboscadas contra tropas policiais, armados com arcos e flechas, para logo se apropriarem de seus fuzis automáticos.
Ainda hoje eles agem assim, se contrapondo ao grande operativo de repressão e extermínio lançado pelo Estado fascista indiano (o “Salwa Judum”): em abril os guerrilheiros emboscaram uma brigada de paramilitares matando 76, no final de junho outros 26. Em muitas áreas ao redor de Dantewada, estabeleceram zonas liberadas nas quais exercem diretamente o poder político.
Com o apoio imperialista ianque (e chinês?), o governo indiano incendeia e assassina para extirpar o movimento revolucionário. Somente no distrito de Dantewada, centenas de povoados foram reduzidos a cinzas pelo “Salwa Judum”.
“Eles nos atacam porque não se atrevem a enfrentar os maoístas”, disse um aldeão. “Os naxalitas vivem na selva, participam de nossas assembleias, protegem nossa vida e nossos direitos sobre os bosques, contra os latifundiários e as grandes companhias mineradoras”.
Nos povoados liberados constituem conselhos e tribunais populares para julgar latifundiários e exploradores, bem como informantes da polícia. Quando controlam uma área, entregam às famílias locais arcos e flechas e armas de fogo (frequentemente feitas a mão a partir de peças de carros velhos) e formam uma milícia popular juvenil composta por rapazes e moças.
Para que esses jovens possam iniciar seu verdadeiro treinamento “naxalita”, eles precisam provar, durante cinco anos, que não “abusaram de seu poder” sobre a população: os que violam este princípio também são passados pelas armas.
Provocação reacionária em Lalgarh
Informações de Dazibao Rojo
Em outubro, uma comitiva formada por elementos direitistas e revisionistas do PCI (marxista) (partido que governa o estado de Bengala Ocidental), fortemente escoltada por policiais e soldados do exército, ocuparam áreas de onde foram expulsos pelas massas em 16 de junho de 2009.
Estas demonstrações reacionárias, promovidas no marco da operação “Caçada Verde”, são uma tentativa de dar ares de fortaleza à reação na Índia, cada dia mais hostilizada pelas massas e pelo Exército Guerrilheiro Popular de Libertação – EGPL, dirigido pelo Partido Comunista da Índia (maoísta).
É uma questão de tempo para que as massas se reorganizem e voltem a expulsar os reacionários de Lalgarh.
Baixas policiais em ações do EGPL
Informações de revolucionnaxalita.blogspot.com e odiodeclase.blogspot.com
No dia 3 de outubro um comando guerrilheiro do EGPL atacou destacamentos policiais no distrito de Bijapur, em Bastar do Sul, e provocou duas baixas.
Em 6 de outubro ataques guerrilheiros causaram vários mortos e feridos entre as forças de repressão do Estado indiano. Policiais faziam compras em um mercado local no distrito de Gadchiroli, em Maharashtra, quando ocorreu a explosão. Dois subinspetores da polícia de Maharashtra – Shashi Más e Mangul Mahendra – também morreram no ataque. As forças de repressão tentaram em vão capturar os guerrilheiros do EGPL que executaram a ação.
No dia oito, três policiais morreram após a explosão de uma mina terrestre em Chhattisgarh. A explosão ocorreu quando os policiais regressavam de uma ação contra uma aldeia em Maharashtra.
14 de outubro: o EGPL explodiu um edifício utilizado pelas forças de repressão no distrito de Orissa Malkangiri. Mais de 50 guerrilheiros fortemente armados irromperam no distrito e, utilizando potentes minas terrestres, atacaram o prédio. Este ataque faz parte de um conjunto de ações do EGPL contra prédios usados pelas forças do Estado indiano. Oito estruturas do governo foram destruídas pelos maoístas nos últimos quatro meses nessa região.
Maoístas retomam territórios
Informações de Times of India de 24 de outubro 2010
Quatro anos depois de haverem sido expulsos de Andhra Pradesh pelas forças de repressão, os maoístas voltaram a dar mostra de sua presença no estado e de haver reconquistado territórios.
Fontes da própria polícia dão conta da presença dos maoístas em 11 povoados do distrito de Visakhapatnam, região nordeste do estado de Andhra. “Eles têm o apoio local nas aldeias entre os povos tribais”, destaca o jornal indiano.
Ações de sabotagem às eleições
revolucionnaxalita.blogspot.com
No dia 25 de outubro, combatentes do EGPL realizaram diversas ações contra a farsa eleitoral em Bihar. Os maoístas queimaram urnas e cédulas de votação e retiveram temporariamente quatro membros da mesa eleitoral (liberando-os após certo tempo).
Os maoístas conclamam a população a boicotar as eleições e combinam a propaganda com ações armadas em diversas localidades.
Fórum democrático denuncia “Caçada Verde”
Informações de democracyandclasstruggle.blogspot.com
O Fórum Contra a Agressão ao Povo publicou nota condenando a detenção ilegal de ativistas democráticos em Punjab e convocou os democratas e patriotas indianos a “aumentarem a voz contra a operação “Caçada Verde” sobre os adivasis”.
O Fórum denuncia que Gurmeet JUJ Singh, um escritor e ativista cultural de Punjab, membro da Frente Democrática Contra a Operação “Caçada Verde”, e os ativistas pelos direitos do povo Harbans Singh, Satish e Raju foram presos ilegalmente pela polícia em Ferozepur no dia 11 de outubro.
Somente depois de muito tempo a esposa e amigos de Gurmeet Singh puderam descobrir que ele estava detido e era interrogado.
O movimento denuncia que a polícia prendeu Punjab e os outros ativistas visando perturbar uma convenção contra a operação “Caçada Verde” agendada para os próximos dias.
Em um encontro realizado no final de outubro, a Frente Democrática de Punjab lançou uma nota assinada por diversas personalidades democráticas e ativistas pelos direitos do povo condenando a operação “Capada Verde”.
A escritora Arundhati Roy mais uma vez esteve entre as vozes que se erguem em toda a Índia contra as atrocidades cometidas pelo velho Estado indiano.
Peru
Grupo de extermínio comandado por Fujimori e Montesinos é condenado
No início de outubro um tribunal peruano condenou a 25 anos de reclusão os cinco principais membros do Grupo Colina e a 20 anos de prisão outros integrantes desse grupo de extermínio montado pelo Estado peruano para combater o Partido Comunista do Peru – PCP e as massas revolucionárias peruanas nos anos de 1990.
Entre os principais condenados está o ex-chefe das forças armadas do gerenciamento Alberto Fujimori, o general Nicolás Hemoza, e os ex-chefes de Inteligência Nacional e do Exército, os generais Julio Salazar e Juan Rivera. Foram igualmente condenados o major Santiago Martin Rivas e Carlos Pichilingue, ex-cabecilhas do Grupo Colina. A Primeira Sala Penal de Lima, presidida pelo juiz Inés Villa Bonilla, condenou todos por homicídio qualificado, sequestro, desaparecimento forçado e associação ilícita para delinquir, por duas matanças e o sequestro e desaparecimento de um jornalista.
Outros seis acusados, todos ex-agentes do Serviço de Inteligência peruano, receberam penas de 15 a 20 anos de reclusão como executores dos crimes.
Todas as penas, entretanto, não chegam nem perto de punir os crimes que as forças armadas cometeram e vem cometendo no Peru. As recentes encenações de julgamento de Fujimori, igualmente não passam de tentativas de fazer a opinião pública acreditar que o problema era localizado em algumas pessoas e não no caráter genocida do velho Estado peruano.
Filipinas
Com informações de mindanaoexaminer.com
No dia 17 de outubro dois paramilitares foram mortos e outros dois ficaram feridos em um confronto com guerrilheiros do Novo Exército do Povo – NEP, dirigido pelo Partido Comunista das Filipinas, na província de Agusan do Sul, região sul do arquipélago.
Notícias divulgadas na imprensa filipina relatam que os combates começaram na aldeia de Manat, na cidade de Trento, e se estenderam até Davao do Sul.
Já no dia 19, as autoridades militares informaram que dois policiais foram emboscados e mortos por combatentes do NEP em Malamag Barangay, região oeste do arquipélago. O relatório policial conta que, por volta das sete horas da manhã, os policiais retornavam para a delegacia em motocicletas quando cinco guerrilheiros abriram fogo contra eles, matando-os.