Solidariedade à greve de fome
Novas colônias
Em 24 de abril uma comissão ministerial israelense aprovou três novos postos avançados de colônias em territórios palestinos. A novidade deste caso é que foram autorizados em territórios aos quais Israel qualifica como propriedade palestina. Vale assinalar que segundo o direito internacional todas as colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental são ilegais. Mas, Israel faz diferenciações entre as colônias autorizadas e as ‘ilegais’ segundo sua própria legislação. E agora o governo israelense passa a contrariar decisões até do seu Tribunal Supremo que tinha ordenado demolir postos avançados na Cisjordânia.
Mais uma constatação de que o projeto colonial sionista tem natureza expansionista e seu verdadeiro objetivo é se apoderar de todo o território palestino e liquidar seu povo.
Sionistas invadem Stop the Wall na Palestina
Em 8 de maio a organização palestina Stop the Wall (Pare o muro) foi atacada quando soldados das forças israelenses de ocupação chegaram em dez jipes e invadiram violentamente os escritórios em Ramallah, levando computadores, fotos e arquivos. Todo o material é relativo ao trabalho feito por essa organização fundada em 2002. A sede já tinha sido atacada no passado e alguns dos seus dirigentes permaneceram presos sem acusação. Apos mobilização internacional, recuperaram a liberdade.
Presos palestinos encerram greve de fome
Em 14 de maio, depois de quase um mês de jejum, mais de 2 mil presos políticos palestinos levantaram o movimento após chegar a um acordo com o SPI, Serviço de Prisões de Israel, e conseguir algumas reivindicações fundamentais.
Entre as exigências se inclui o fim do uso abusivo do isolamento por ‘razões de segurança’, que atualmente afeta 19 presos que têm passado 10 anos de isolamento e a derrogação de uma série de medidas punitivas contra os prisioneiros palestinos adotadas depois da captura do soldado israelense Gilad Shalit, incluindo a negação de visitas de familiares para todos os presos de Gaza desde 2007. Os presos também exigiam o fim da prática de prender os palestinos sem acusações nem julgamento em “detenção administrativa” indefinidamente (são mais de 300). Destes, oito presos já tinham começado a greve de fome desde o fim de fevereiro.
Os presos (4.800 no total e, destes, 500 a 700 crianças e adolescentes) são considerados herois nacionais na Palestina e o falecimento de algum deles por causa da greve deflagraria uma intifada de efeito imprevisível. Tony Blair foi enviado pelo USA, União Europeia, Rússia e Nações Unidas a Israel para forçar a negociação.
O acordo firmado entre um grupo representativo dos presos e o SPI e mediado pelo Egito, determina um calendário curto para a sua instauração. Os presos que levavam 77 dias de greve de fome, extremamente debilitados, já estão sendo atendidos em um hospital.
Israel costuma não cumprir os acordos firmados, principalmente com os presos. Segundo a convenção de Genebra é explicitamente proibido o translado de prisioneiros da Palestina ocupada ao interior de Israel. Assim, Israel viola o sistema de garantias processuais do seu próprio Estado e o do sistema internacional.
Prova disso é a confirmação de que, antes do fechamento desta edição de AND, lamentavelmente, a expectativa dos palestinos no sentido de que o acordo com os prisioneiros políticos não seria integralmente respeitado por Israel já se tinha realizado. Desde a Palestina, a Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros e a os Direitos Humanos informou que, mesmo com o fim da greve de milhares de presos, Mahmoud Sarjak, jogador da seleção palestina de futebol, e Akram Rikhawu continuam em greve de fome por que seus direitos não foram respeitados. Mahmoud está preso há três anos e persiste sem acusação e sem processo (e, portanto, sem possibilidade de defesa e por tempo indefinido).
Segundo a Dra Mona Neddaf, advogada da associação e única pessoa com permissão de visita, a saúde deles é crítica.
Ademais, Israel também tem desrespeitado o acordo realizando novas detenções administrativas.
A Addameer solicita ainda que a comunidade internacional pressione no sentido de que Israel seja leal ao acordo assinado e ponha fim “ao abuso sistemático dos prisioneiros palestinos”.
Dia do Nakba
Todo 15 de maio é lembrado o Nakba ou “catástrofe” palestina, pois nesse dia de 1948 a auto-proclamação do Estado de Israel levou o povo palestino ao despojamento da sua pátria histórica e a perda dos seus direitos como comunidade e como indivíduos num processo de colonização e ocupação que ainda continua.
Organizações de solidariedade realizaram manifestações de apoio em todo o mundo.