Nova greve de fome em prisões do USA

Nova greve de fome em prisões do USA

No dia 27 de setembro pelo menos 100 presos retomaram greve de fome na Unidade Administrativa de Segregação em Calipátria, e entre 50 e 100 na Unidade de Aprisionamento de Segurança em Pelican Bay, ambas no estado da Califórnia. A principal reivindicação dos presos é o fim das condições sub-humanas de encarceramento. Em julho milhares de presos realizaram uma greve de fome que durou três semanas com as mesmas demandas. Como apesar do sistema carcerário ter se comprometido em realizar mudanças nada de substancial aconteceu, os presos reiniciaram a greve.

As denúncias são graves, presos que são mantidos em solitárias por longos períodos, em alguns casos por décadas, em selas de 7,5 m2, sem contato humano, com as refeições sendo empurradas por passagem embaixo da porta. Comida de péssima qualidade e interrogatórios forçados sobre afiliação a gangues.

Os presos exigem ainda o direito de tirarem uma foto sua por ano, um telefonema por semana, maior tempo de visitas, o direito de manterem um calendário nas paredes e roupas quentes.

O Departamento Californiano de Correção e Reabilitação alega que são “os piores criminosos que recebem este tipo de tratamento”, como se existisse alguma justificativa para a tortura, por crime político ou não, como se privar uma pessoa do convívio humano por um longo período fosse recuperar alguém, ou se fosse necessária a existência de punição maior que a privação da liberdade.

Não são novidades as sevícias impostas a presos políticos ao redor do mundo, sob a intervenção direta, como no Iraque, Afeganistão e Guantánamo, ou o patrocínio do USA. Diga-se de passagem, existe mesmo uma propaganda mais ou menos velada de como os ianques podem ser maus para “defenderem a liberdade” e o american way of life tentando intimidar todos os que ousem desafiar o imperium.

O que poderia causar algum embaraço às autoridades ianques é a forma como presos comuns são tratados em seu próprio território. Como o “país do sonho” pode ter uma população carcerária de 2,3 milhões de pessoas, maior que a da China (1,6 milhões) que tem população quatro vezes maior? Como justificar que aproximadamente um quarto da população carcerária do mundo está no USA, que detêm 5% da população mundial. Na verdade, a explicação é bem simples, o tal “sonho americano”, que em tempos de crise pode virar pesadelo, não é para negros nem latinos, que são os que lotam as penitenciárias.

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