Nova ou Velha República?

A nossa tão citada “República” não nasceu fruto de uma revolução, mas de um golpe militar.

Nova ou Velha República?

A nossa tão citada “República” não nasceu fruto de uma revolução, mas de um golpe militar.

A nossa tão citada “República” não nasceu fruto de uma revolução, mas de um golpe militar. 133 anos depois, resguardadas algumas mudanças cosméticas, a tutela das forças armadas sobre os governos de turno mantém-se a mesma. Todas as vezes que os milhões de operários e camponeses se levantaram em defesa dos seus interesses, os militares se prontificaram a esmagá-los a ferro, fogo e sangue, para sustentar a velha ordem. Ao contrário do que apregoam certos picaretas por aí, as Forças Armadas e, em particular, o Exército, têm sido um fator permanente de atraso e vergonha em nossa história. São, em suma, traidores da pátria, porque o principal elemento da Nação é o seu povo, que oprimem.


Desatada em 2015, a ofensiva contrarrevolucionária em curso busca dar sobrevida à ordem de exploração e opressão, dado o descrédito a que chegou o podre sistema político vigente. As rebeliões populares de 2013 e 2014, fizeram soar o alarme de perigo no Alto Comando das Forças Armadas para um turbulento período de revoltas, cujo auge ainda está por vir. Desde 2018, Bolsonaro tem disputado com os generais a direção desta ofensiva e o iminente término do seu mandato – que foi um fiasco em todos os níveis – marcará um agravamento da crise política. Bolsonaro acatará os resultados das urnas no caso da sua provável derrota? Que provocações fará sendo ainda Presidente? Os 7 mil militares por ele nomeados aceitarão perder a “boca” e retornarem aos quartéis?


De fato, esses sanguessugas conservarão o seu poder de veto e limitarão mesmo as mínimas medidas que beneficiem as massas populares, enquanto prosseguem suas maquinações golpistas. Por isso, os trabalhadores são os mais intransigentes e, no final das contas, os únicos defensores consequentes das liberdades democráticas. Precisamos dos direitos de reunião, associação, greve, expressão e manifestação para defender os nossos interesses. Os banqueiros e latifundiários não têm nenhum conflito irreconciliável com os golpistas, mas apenas divergências de qual é o sistema de governo mais adequado para manter a sua dominação. Supor que será através de cartas solenes e convescotes que se assegurará qualquer reivindicação democrática, é um engano, e mesmo um crime, que serve a jogar areia nos olhos do povo.


Contudo, tais liberdades democráticas não são um fim em si. No final das contas, enquanto as reivindicações que fizermos forem apreciadas pelo Congresso corrupto, composto em 99% inimigos do povo; pelo Executivo, ocupado por representantes das classes dominantes; pelo Judiciário reacionário e oligárquico, nem uma migalha de pão sequer estará assegurada. A grande questão é: quem detém o Poder? Quem governa de fato? O poder real não está nos “três poderes”, mas se resume a um só, qual seja, o poder do saco de dinheiro, garantido, em última instância, pelas baionetas dos generais golpistas.

O dia em que todos eles forem escorraçados, poderá ser festejado como a nossa verdadeira Independência Nacional e Proclamação da República ao mesmo tempo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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