Novo escândalo desmascara Evo Morales

Novo escândalo desmascara Evo Morales

A equipe jurídica do Ministério de Governo, encabeçada por Fernado Rivera Tardío, diretor, e pelo advogado Denis Rodas Limachi, assim como outros funcionários do Ministério da Presidência, formavam até o fim de novembro uma quadrilha de extorsão a pessoas processadas penalmente, dentre elas gente com muito dinheiro. Riveras e Rodas foram os principais executores da repressão e perseguição política contra dirigentes do movimento popular.

O caso começa com o processo penal contra o milionário ianque Jacob Ostreicher, que está sendo processado por lavagem de dinheiro e que havia sido vítima de extorsão e roubo de seu patrimônio bloqueado. A extorsão era realizada de uma forma bem estruturada por Fernando Rivera e Denis Rodas, que estavam mancomunados com o Diretor de Gestão Pública do Ministério da Presidência, Juan Manuel Antezana e com funcionários da Direção de Bens Bloqueados.

O Ministro Carlos Romero se apresentou à opinião pública e se mostrou surpreso pelas ações de seus subalternos, antes de reafirmar seu compromisso de lutar contra a corrupção.

Ainda que não estejam claras as razões conjunturais que estão levando o governo a “sacrificar” suas figuras prescindíveis (como a equipe jurídica que cumpria eficientemente a perseguição política a dirigentes sindicais), se sabe que Romero e seus antecessores conheciam o trabalho destes indivíduos que, claro, não atuaram por conta própria.

A prática fundamental desta equipe de advogados, que funciona há mais de 5 anos, como reconheceu Romero, era a perseguição política utilizando o braço judicial contra os setores populares, opositores políticos ou dissidentes do governo. Esta quadrilha vem trabalhando a partir da gestão do ministro Alfredo Rada e na gestão de Sacha Llorenti interveio no caso Caranavi (a polícia assassinou dois estudantes), perseguindo os dirigentes e advogados dos familiares dos mortos. Também atuaram na perseguição a três professores refugiados peruanos (incluindo uma criança de 1 ano), armando uma montagem escandalosa que gerou a reação de organizações de direitos humanos na Bolívia e em diferentes países.

O caso mais importante concebido pelas autoridades do governo Morales foi o caso Chaparina (a repressão brutal à VIII Marcha em defesa do Tipnis), que envolveu toda a equipe inquisidora do Ministério de Governo: Marcos Farfán, Boris Villegas e, claro, Fernando Rivera e Denis Rodas.

Um desses casos envolve o fiscal José Ángel Ponce Rivas, que assumiu a “investigação” do caso Chaparina para livrar de toda a responsabilidade o ex-ministro Sacha Llorenti do massacre dos indígenas. Depois desta atuação, Ponce Rivas fue nomeado Fiscal (promotor) do Distrito de La Paz.

Que Fernando Rivera e Denis Rodas Limachi, que se faziam passar por “autoridades que cumpriam com seu dever de defender a sociedade”, sejam processados por extorsão como delinquentes comuns, junto com outros funcionários, é, em realidade, o menor de seus crimes. O delito maior que cometeram, junto com outras altas autoridades, é a perseguição política, o uso de juízes e promotores, a prisão ilegal, a tortura e as ameaças contra pessoas inocentes, dirigentes sindicais críticos e líderes do movimento popular dissidentes do falso “processo de mudança”.

As contradições dentro do governo fascista de Evo Morales estão permitindo mostrar a natureza lumpen de um governo que desde o princípio enganou o povo e traiu suas esperanças. A justiça para o povo está longe de ser satisfeita, apesar do sacrifício destas peças chave, os cães de guarda de Evo Morales e seus ministros.

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