No 30 de março último as cúpulas das centrais sindicais governistas e demais componentes da "frente popular" eleitoreira fizeram uma parada institucional para dar suporte à gerência de turno e apoiar as políticas antipovo do imperialismo e da grande burguesia.
Pelegos unidos em manifestação governista:
Ricardo Patah (UGT), Arthur Henrique (CUT),
Paulo Pereira (FS), Wagner Gomes (CTB) e Zé Maria (Conlutas)
Enquanto as bases iludidas e delegações das claques plenamente conscientes do papel conciliador e traidor daqueles atos fechavam estradas e realizavam protestos em diversos pontos do país, o ministro da fazenda Guido Mantega anunciava um pacote pré-acordado entre o governo e as direções de CUT, Força Sindical e FIESP, que determinava:
- A prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados — IPI reduzido para veículos e caminhões, (como parte de um acordo para aumentar as vendas e frear a onda de demissões);
- A redução de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social— Cofins para motocicletas;
- A diminuição do IPI para alguns materiais de construção como cimento, tintas e vernizes, revestimentos não-refratários e chuveiro elétrico;
- O aumento do IPI para cigarros;
- A eliminação do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica na Zona Franca de Manaus para empresas de papel e celulose que tenham projeto de reflorestamento.
Foi justamente a esse apelo da burguesia burocrática que atenderam CUT/PT, Força Sindical/PDT, Fórum Social Mundial— FSM, MTST, Conlutas/PSTU, Intersindical/PSOL, CTB/PCdoB, UGT/PSDB, CGTB/PMDB, NCST e seus derivados. Também estavam lá seus descendentes diretos em período de estágio probatório, UNE, UBES, entre outros. Uniram-se todos: patronal, gerência de turno, governistas escancarados e encabulados.
Esse foi o denominado "Dia Nacional de Lutas". Um dia do ano para todos os oportunistas, de braços dados, condensarem os outros 364 dias de traição e conciliação de classes. Assim desfilou a cúpula degenerada das centrais governistas na Avenida Paulista e em outras cidades do país que, nas últimas semanas, acordaram demissões, retirada de direitos e reduções salariais para milhares de operários.
Loas ao governo oportunista, subserviência aos grandes burgueses que já embolsaram mais de R$ 400 bilhões dos cofres públicos (leia-se em maiúsculas, DINHEIRO DO POVO ARRECADADO COM EXTORSIVOS IMPOSTOS). E naquele mesmo momento, enquanto o baile dos desmascarados agentes da patronal desfilava na sede do Banco Central, na Avenida Paulista, Guido Mantega anunciava a liberação de mais centenas de milhões de reais dos cofres públicos na forma de redução dos impostos para a compra de carros novos. Isso mesmo, carros novos produzidos pelas montadoras que tanto demitiram e reduziram os salários de milhares de operários nos últimos meses. Mantega e os pelegos informaram que a Redução do IPI estaria condicionada à não demissão por parte das montadoras. Foram desmascarados no dia seguinte pela demissão de 250 operários da Citröen. Mantega teve, então, a cara de pau de afirmar que o acordo com as montadoras era um "acordo de cavalheiros".
O "Dia Nacional" anti-operário é o produto da compra efetuada pela gerência de turno com os bilhões arrecadados do imposto sindical (referentes ao recolhimento de um dia de salário no ano de cada trabalhador) pago às centrais governistas.