O significado do 11 de setembro para o povo indiano

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O significado do 11 de setembro para o povo indiano

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Generais ianque e indiano após manobras conjuntas

Um grande número de pessoas na Índia comemorou os ataques de 11 de setembro.

O governo do USA colocou o foco nas torres gêmeas, desviando a atenção para o fato de o Pentágono também ter sido atingido. O ataque atingiu um símbolo da dominação imperialista. Posso falar bem de Bengala Ocidental, que é o estado onde vivo, mas em toda a Índia muitos progressistas vibraram, pois foi a primeira vez que o USA sofreu um ataque em seu próprio território*.

Mas muitos indianos trabalhavam nas torres, o que provocou sofrimentos, pois muitos morreram.

O Estado indiano possui vários acordos militares com o USA e com outros governos.

Eles fazem manobras comuns, exercícios de guerra na selva, exercícios aéreos e navais. A Índia também recebe material bélico de Israel, importa aviões não tripulados para monitorar áreas onde atuam os maoístas. Além disso, abriram um escritório do FBI em Nova Delhi, interferindo diretamente nos assuntos do país.

Os ianques declararam o Partido Comunista da Índia (Maoísta) como terrorista em 2009 e, dois dias depois, o governo indiano também declarou. O governo de Chhattisgarh é assessorado diretamente por ianques que instalam minas terrestres para reprimir os maoístas e as massas revolucionárias.

Entre os tantos serviços prestados à reação, o Estado indiano também envia soldados para o Afeganistão.

Por isso o povo indiano vê com bons olhos a guerra de resistência do Afeganistão. É uma guerra muito longa e o povo nunca se rendeu. Desde Alexandre ‘o Grande’, os revisionistas social-imperialistas soviéticos e agora os ianques, sempre encontraram feroz resistência. Quase todos os dias morrem soldados ianques e outros estrangeiros no território afegão.

E quanto mais sacos plásticos voltam para o USA e para outros países invasores, mais problemas para eles. Acompanhamos os recentes protestos no USA contra a invasão do Afeganistão e pela retirada de tropas do país. À medida que voltam corpos de soldados mortos, suas famílias protestam e também protestam as famílias daqueles que ainda não morreram.

É caríssimo para os ianques manter essa guerra. Obama tem que trocar tropas periodicamente e repor material. Isso é parte integrante da crise do sistema imperialista, já que exige cada vez mais que se ocupe territórios novos. E quanto mais o imperialismo ataca os povos, mais resistência encontra.

O USA vive um dilema. Para atingir o objetivo tem que fazer mais guerra e a medida que isso avança, sua derrota é maior.

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* Em AND 81, em artigo sobre o 10 anos do 11 de Setembro, diz-se que este teria sido o segundo ataque ao território ianque, tendo o primeiro sido o bombardeio a Pearl Harbor pelo Japão, em 1941. Entretanto, um leitor de AND telefonou à redação alertando que houve um outro ataque ao território ianque ainda antes de Pearl Harbor, que foi a incursão do mexicano Pancho Vila ao USA e a tomada da cidade de Columbus, em 1916, numa ousada marcha e retorno ao México sem ter sido derrotado (ver AND 64).

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