Opiniões – 22

Opiniões – 22

As lições de Alagoas

Na minha agência, nos reunimos na segunda, dia 20 de setembro, assim que o sindicato declarou a greve, no final do expediente. Na terça, de 18 funcionários, 16 ficaram fora da agência. Os dois que permaneceram eram o gerente e o gerex (cuida do abastecimento dos terminais). Minha agência é do interior e, em seus mais de vinte anos de funcionamento, nunca havia parado. As grandes agências do estado todas pararam, os postos de atendimento continuaram funcionando, pois tinham 3 ou 4 funcionários devido ao acordo do sindicato de manter 10% em funcionamento, geralmente o gerente e o gerex.

A greve pegou o sindicato de surpresa, que concretamente não fez nada para impulsionar o movimento. O que garantiu a paralisação foi o disposição dos bancários. As agências foram parando uma a uma como uma fileira de dominó, sem precisar mesmo da presença dos diretores do sindicato. A participação nas assembléias atesta o nível de interesse do pessoal, e a duração do movimento mostra a disposição de luta. A direção nacional do movimento conciliou, não radicalizou a greve, estendeu demasiadamente a paralisação e não garantiu nossos direitos.

O principal desvio se constituiu no fato da Confederação Nacional dos Bancários – CNB ter aceito o acordo de funcionamento de 10%. Hoje, com o alto nível de informatização, 10% do pessoal garantem uma boa parte do atendimento.

Os companheiros resistiram bravamente durante mais de 20 dias, segurando inclusive o pagamento da aposentadoria, que foi uma pressão grande feita pelo monopólio dos meios de comunicação. Sem dúvida alguma, nossos companheiros estavam dispostos e capacitados a sustentar uma paralisação de 100% do pessoal das agências, fechando os caixas eletrônicos e comprometendo as altas transações. Um único piquete em Maceió serviu para constatar essa realidade: o atendimento ao público totalmente interrompido, e pela entrada secundária os correntistas preferenciais entravam para efetivar seus saques de milhares de reais. Um companheiro nos entregou um comprovante de saque no valor de 11,5 mil reais. Bastou mostrar esse comprovante para as pessoas que aguardavam pelo atendimento, indicando a data e a hora em que foi realizado o saque. O povo se revoltou com a gerência e se solidarizou com nosso movimento, porque definitivamente entendeu a razão da greve, a favor de quem era a greve e contra quem ela se dirigia.

Marcos Diniz
Maceió-AL


Nova Democracia

Meu nome é Alex, sou de São João del-Rei, em Minas Gerais, e gostei de certas coisas que li na linha editorial de vocês. A questão do Estado assumiu (como previra Lênin) uma importância enorme nos dias que correm, e me parece que a única tática justa no Brasil é a defesa de uma democracia de novo tipo, ou de uma Nova Democracia, como vocês preferem.

Quero ajudar no que for possível. Entrem em contato e me informem um pouco mais sobre o jornal de vocês.

Até mais,

Alex
S.J.del-Rei/MG


Entreguemos cadáveres

Sr. Editor:

Escrevo ao AND pois acho que só na imprensa popular e democrática podemos confiar. Estou indignado com esses militares, saudosistas, formados nas academias ianques sob a servil doutrina da segurança nacional, que lançam mão de desculpas, as mais esfarrapadas, para não tornar públicas as atrocidades cometidas pelas forças armadas contra os brasileiros que lutavam contra o fascismo aplicado como política do USA no nosso país.

Esconder os arquivos da ditadura, dar desculpas esfarrapadas e cultuar os ‘ícones’ de 64, são atitudes mais compatíveis com a proposta do Departamento de Estado do USA, de acabar com os exércitos dos países das Américas para criar um Exército a serviço exclusivo do império sob o pretexto de combater, justamente o que ele mais promove: o tráfico e o terrorismo.

Papel deprimente, por outro lado, vem sendo cumprido pelo PcdoB, com destaque para Aldo Rebelo, e pelo PT , destacando Nilmário Miranda, que tripudiam sobre os cadáveres dos nossos mártires, ao sabotarem a apuração dos fatos. Mostram bem a sua condição de arrependidos de um dia haverem “ousado” enfrentar seus amos de hoje.

Everardo Cordeiro Neto
Belém, PA


Hipócritas lágrimas no deserto

Combatendo o oportunismo

Amigos do AND,

Venho comprando este fabuloso jornal desde o no 12, mas pela internet eu tenho pesquisado os números anteriores. O AND está cada vez melhor.

Sou petroleiro aqui de Campos, e já formei um grupo de companheiros para ler e discutir os artigos do jornal.

Algumas coisas, porém, eu ainda não alcancei no pensamento do jornal. Uma delas é o conceito de burguesia burocrática, eu nunca vi em outros livros ou artigos esta expressão. Outra coisa, nas duas últimas edições se falou de Getúlio Vargas, para mim de forma meio contraditória. Qual foi mesmo o papel dele na história?

Também, queria ter mais claro esta questão, que vez por outra se escreve no AND, sobre feudalismo e semifeudalismo, como isso acontece no país do agronegócio bancado pelo sistema financeiro que é o que o capitalismo apresenta como sua fase mais avançada?

Finalmente, queria dizer que achei excepcional a matéria sobre o Nepal, um pequeno país e um grande povo desafiando os donos do mundo: o império norte americano e seus prepostos na Ásia, como é o caso da burguesia indiana e os novos burgueses da China.

A guerrilha nepalesa se auto define como marxista-leninista-maoísta. Já li algumas obras de Marx, como o Manifesto; Salário, preço e lucro; etc e do Lenin como o Estado e a Revolução; Duas táticas e o Que fazer?, nunca li nada de Maoísmo. Sei que o Mao dirigiu durante muitos anos a revolução na china, mas não sei a importância das suas obras como ensinamento para a revolução em outros países. Bem, se o povo do Nepal está perto de tomar o poder, com base nos seus ensinamentos, nós também precisamos conhecê-lo.

Se nas próximas matérias vocês puderem arranjar um jeito de ir explicando melhor estas questões que eu coloquei, creio que ajudarão a muita gente, que, como eu, quer entender a realidade brasileira e mundial.

Meu abraço e incentivo a todos vocês.

Antônio Carlos
por e-mail – Campos – RJ
PS – a leitura do jornal tem orientado ao nosso grupo como organizar a luta contra a patronal e os pelegos que hoje freiam o movimento.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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