Pelegada, pelegada!
Com 90 mil filiados ao sindicato único dos trabalhadores em educação do Estado de Minas Gerais, em mais um processo eleitoral para diretoria estadual e de subsedes, um grupo seleto de pelegos conseguiu manter-se na situação com um total apurado de 19.250 votos.
Por mais três anos esse peleguismo contínuo avalizará as decisões da central única dos traíras (CUT) contra os direitos dos trabalhadores em educação, prosseguirão dilapidando, derrubando, desviando a categoria dos verdadeiros confrontos junto aos gerentes coloniais — federais e estaduais.
É sabido que essa direção que se mantém no poder desde a criação do sindicato não tem o respaldo da categoria.
O resultado do último pleito comprova esta afirmação. A chapa 2, dita de oposição, também não representaria os interesses dos trabalhadores, considerando seu total envolvimento ideológico e financeiro com partidos políticos existentes, que os de consciência política elevada sabem ser todos farinha do mesmo saco!
Os números comprovam também que a massa dos trabalhadores é digna e forte para dizer não! Não queremos essa direção comprada, atrelada a partido político, ao capital internacional, ao jogo de privilégios da classe dominante, que assassina os nossos filhos e aprisiona ou retira os nossos direitos trabalhistas e humanos.
Não votaram em Hilário e Cia 70.750 associados. Não aceitaram esses ladrões de direitos, comprometidos com a grande imoralidade política deste país.
A massa trabalhadora em educação disse não! Não voto!
Em Minas, a gloriosa categoria se levantou ao repudiar esta direção entreguista que quer se perpetuar no poder sindical nesse país.
Hilário & Cia querem fazer crer que o poder é deles, mas o verdadeiro poder é nosso!
Claudia Simões Santos
Professora da rede estadual de Minas Gerais
Ponte para um novo mundo!
Uma ponte liga as margens de uma superfície líquida qualquer, nos diz o dicionário. Mas uma ponte pode ser muito mais do que isso! Pode ser aquilo que liga a classe operária ao campesinato. Pode ser expressão da mais sólida aliança entre duas classes oprimidas que se materializa no concreto da ponte.
Uma ponte pode ser expressão do poder das massas pobres de um país; a determinação dos camponeses!! Poder de um povo sofrido que decide tomar em suas mãos o próprio destino. Poder de uma gente que nunca teve nada, mas que agora tem a terra que expropriou do expropriador, que produz seu próprio alimento, vende o excedente, faz as suas leis, manda no seu chão e que aprovou a construção da obra em Assembléia Popular! E é esse Poder que o povo precisa, e é esse Poder que varrerá de cima abaixo as injustiças de nosso país.
A ponte está erguida, mas os prefeitos duvidaram. Fazendeiros duvidaram. Muitos duvidaram… e todos foram derrotados! Porque uma ponte pode ser uma derrota também! Derrota para aqueles que exploram. Derrota para aqueles que têm tudo do bom e do melhor porque sugam o sangue e o suor do povo. Derrota para o latifúndio, para a burguesia e para imperialismo!
Uma ponte também pode ser vitória… na luta pela revolução no Brasil! A ponte não só liga duas margens. Ela também é Liga! Liga Operária e Liga dos Camponeses Pobres! Uma ponte também pode indicar um caminho para os oprimidos e derrotar um sistema moribundo; pode ser uma ponte para um novo mundo!
Viva a ponte da Aliança Operário-Camponesa
Leonardo Calazans
Estudante de física da UFMG, que esteve presente na inauguração da ponte Aliança Operário-Camponesa.
Belo Horizonte – MG
A controvertida questão curda
Após décadas de difamação e descaracterização do partido Baath iraquiano e do governo de Bagdá, maquinando, através disso, minimizar oposições à ocupação do Iraque, bastião do nacionalismo árabe, a questão curda permanece desconhecida da maioria do público, sendo ainda fartamente utilizada como parte da campanha demonizadora contra Saddam Hussein.
Perguntamos: Por que teria o dito massacre de 5.000 curdos da aldeia de Hallabja, (fronteira com o Irã), em março de 1988, — ao final da guerra Irã-Iraque —, sido desconsiderado no "julgamento-farsa" contra o ex-Presidente?
Na verdade, o Iraque foi o único país da região que reconheceu a nacionalidade curda, dando-lhe autonomia de governo e instituições, um parlamento e universidades bilíngues.
A política secular e nacionalista do Baath sempre respeitou as diferenças raciais (árabes, curdas, turcomanas, assírias, etc) e religiosas (cristãs, sunitas e xiitas).
O lema do partido Baath, Unidade, Liberdade e Socialismo, resultou num contra-golpe duplo, midiático e belicoso, visando solapar suas conquistas.
Inúmeros autores credenciados, entre eles, o ex-professor da Escola Superior de Guerra dos EUA e analista da CIA, Stefan Pelletiere, atestaram que, quando os iranianos ocuparam a aldeia de Hallabja, a arma usada foi o cianeto produzido pelo Irã. Ajudados pelo feudal separatista pró-Israel/EUA/Irã, Djalal Talabani — atual presidente fantoche do Iraque.
Os inimigos do país também visavam impedir que Saddam Hussein obstruísse seus intentos de criar um oleoduto que vinculasse o norte iraquiano (Kirkuk) à Haifa (Palestina ocupada).
Pelletiere sustentou, tanto no Washignton Post, como no New York Times, que o "massacre de Hallabja fôra o efeito colateral de um crime de guerra cometido pelo exército iraniano", matéria destacada pela rede Voltaire.
O que reconhecemos hoje, sem sombra de dúvidas, é que a atual ocupação do Iraque visa a "desiraquizar" o país, isto é, destruir suas raízes culturais, sociais e religiosas de base multiétnica, reforçando o racismo, o confessionalismo e o sectarismo e desmembrando a milenar identidade mesopotâmica numa federação tripartida, destinada ao assalto da globalização.
Além do mais, o chefe da equipe de advogados de Saddam Hussein, o iraquiano Al Dulaime (equipe que contou, entre outros, com com o ex-Procurador-Geral dos EUA, Ramsey Clark) fez a denúncia de que o atual governo do Irã lhe ofereceu suborno de milhões de dólares para que o caso de Hallabja fosse encoberto.
Yasmin Anukit
Orientalista e professora de estudos orientais, autora do livro: Da Mesopotâmia ao terceiro milênio; Iraque, a ressurreição de um povo, RJ, Fissus. 2005. Colabora frequentemente com A Nova Democracia.
Eleições para valer
Dizem que no Brasil o povo precisa de consciência política. Se afirmamos que essa consciência existe e que cabe elevá-la ainda mais, os acomodados não acreditarão. Pois a nação Tapeba, do Ceará, prova isso.
Imaginemos que existisse um lugar onde seus habitantes morassem distantes uns dos outros; onde no dia de votação para cargos administrativos jovens e idosos (alguns beirando a 100 anos de idade) fossem às urnas — sem serem obrigados. Esse lugar existe. Fica em Capuan,distrito de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, e é habitada pelos tapebas.
O povo Tapeba está distribuído por 17 aldeias, distantes umas das outras. São mais de 5 mil índios filiados à Associação Cultural dos Índios Tapeba — que lutam pela demarcação e posse de suas terras. Seus membros são eleitos a cada dois anos e, em 27 de janeiro último, eles compareceram às urnas (a pé, muitas índias com filhos no colo), quando deram maioria de votos à chapa Conquistar a Terra.
Enquanto os acomodados fazem coro com os grandes patrões dizendo que o povo não tem consciência, as massas se organizam para transformar a realidade do país e a daqueles que atravessam o seu caminho.
Núcleo de apoio ao A Nova Democracia
Fortaleza – CE.