O assassinato de Jango
Senhor Redator,
Desde o levante de 1935 os poderosos enfiam goela abaixo dos brasileiros as mais falsas versões acerca de fatos políticos enraizados na própria identidade nacional. Por isso, é dever de todos e de cada um exigir que se leve até o fim a investigação sobre o assassinato do Presidente João Goulart, um ato confessado pelo ex-agente uruguaio Mário Neira Barreiro a João Vicente Goulart, que entregou aos tribunais as fitas com a gravação de cada palavra pronunciada.
Tenho acompanhado pela AND a luta que a família de Jango vem travando no exterior para resgatar a verdade dos fatos, e ela se mostra muito transparente com a informação de que, por ordem do delegado Fleury, um dos agentes da ditadura mais intimamente ligados à CIA, promoveu-se a troca dos medicamentos ministrados ao Presidente.
Não se pode admitir a argumentação de que a Lei da Anistia não permite levar-se em conta o que o assassino confesso ditou ao gravador: "Não me lembro se colocamos no Isordil, no Adelpan ou no Nifodin. Conseguimos colocar um comprimido nos remédios importados da França. Ele não poderia ser examinado por 48 horas, senão aquela substância poderia ser detectada".
Aquele que pretender sepultar a sete palmos fatos que pesaram no destino de uma nação estará cometendo um crime de lesa-pátria contra sua história e, principalmente, contra as futuras gerações.
Reginaldo Dias
Campina Grande – PB
Parabenizamos o jornal A Nova Democracia pela disposição dessa ferramenta que é o Blog da Redação. Acreditamos que as notícias da imprensa popular, enfim, da vida, do trabalho e das lutas do povo brasileiro, irão fervilhar nessas páginas, levando a público aquilo que, nos meios de imprensa tradicionais, muitas vezes é censurado pelo poder econômico e pelos interesses políticos dos poderosos.
Comentário enviado para o blog d’A Nova Democracia
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Bolsa-ministro
Ainda que não tenha sido criado por ele, um novo programa, o "Bolsa-Ministro" foi a solução encontrada por nosso presidente-operário para resolver um problema que impediu administrações anteriores de contarem com gente talentosa nos ministérios — o "baixo salário" dos mais altos cargos da República.
O programa é de simplicidade ímpar. O ministro embolsa seu parco salário que "mal dá para pagar os gastos fixos". Mas aí se vale do cartão de crédito corporativo e, além de pagar as demais despesas, ainda saca dinheiro direto do caixa do governo. E não precisa dar satisfações a ninguém!
O Bolsa-Ministro evitou para o governo o desgaste de propor ao Congresso um aumento substancial do salário dos ministros. Se pedisse o Congresso daria feliz da vida — e em seguida reajustaria seus próprios salários. Depois do Congresso seria a vez das Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. E o Judiciário naturalmente iria na onda. Aumentos em cascata foram evitados.
A gritaria em torno da descoberta do Bolsa-Ministro se deve mais à inveja de quem foi incapaz de bolar uma solução tão simples do que à sincera indignação. É mesmo uma festa!
Roberto Figueiredo
Recife – PE
Justiça se faz no Carrefour
Senhores,
O monopólio dos meios de comunicação não noticiou, mas o supermercado Carrefour, um dos seus mais assíduos clientes, foi condenado a pagar R$ 70 mil de indenização a uma cliente acidentada na loja do Lago Sul, em Brasília, Distrito Federal. O empreendimento francês não deu a menor atenção à Justiça, deixando de apresentar defesa no prazo legal, foi julgado à revelia e condenado pela 2ª Vara Cível de Brasília, mas acabou recorrendo a instância superior que aí, então, lhe fez a devida justiça.
A primeira instância considerou verdadeiras as alegações da cliente, que não teve maiores dificuldades para comprovar que, em março de 2007, após efetuar compras no estabelecimento, caiu sobre ela uma das barras de ferro por onde correm as portas. A mulher foi amparada por outros clientes e não recebeu ajuda de nenhum funcionário do supermercado. Tudo o que o gerente fez foi apressar-se em recolher a barra e levá-la para o interior da loja. Sofrendo fortes dores no corpo, a mulher resolveu procurar a gerência do hipermercado no dia seguinte.
Atendida, recebeu orientação para procurar hospital que atendia o convênio médico do Carrefour. Lá chegando, contudo, foi obrigada a arcar com custos da consulta médica bem como os medicamentos prescritos. Os exames realizados comprovaram traumas na coluna cervical, além de lesões no quadril e nos membros inferior e superior. Muito acertadamente, a vítima entrou na Justiça com processo contra o hipermercado, que foi obrigado a pagar R$ 249,62 por danos materiais — decorrentes das despesas enfrentadas com os gastos médicos hospitalares. Isto é muito menos do que a cliente costumava fazer de compras, semanalmente, naquele estabelecimento, porém a petulância da empresa é ainda maior. A diretoria resolveu recorrer da decisão, mas o feitiço virou contra o feiticeiro: na instância superior, a conta, de R$ 249,62, ascendeu a R$ 70 mil. Se este tipo de justiça se fizesse no país com maior frequência, não haveria tanto abuso por parte dos monopólios transnacionais.
Rubem Silveira
Sobradinho – DF
Aos leitores de A Nova Democracia
O jornal A nova Democracia está em seu sexto ano de existência, sempre com a mesma qualidade e se esforçando para refletir em suas páginas os mais legítimos anseios das classes populares do país.
Nesse período AND se deparou com inúmeras dificuldades que impossibilitavam sua edição com pontualidade mensal, como seus idealizadores tinham se proposto desde o início.
Hoje, a situação política nacional e internacional exige que o jornal seja mais ágil e vibrante, que publique mais rápido as notícias e análises que interessam a todos os setores da sociedade comprometidos com a construção de uma nova política, nova economia e nova cultura.
Assim, a partir deste número, A Nova Democracia passa a circular com 24 páginas e o preço de capa de R$ 2,00.
As assinaturas serão todas recalculadas de acordo com o novo preço de capa, de maneira que nenhum dos assinantes seja prejudicado pelas mudanças.