Opiniões – 46

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Belo Horizonte

Professores contra governos e oportunismo

Nós, trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais, decidimos deflagrar uma Greve por tempo indeterminado a partir do dia 28 de agosto. A Greve é a resposta a anos de cortes de direitos e intransigência do governo estadual, que submete a categoria a um crescente arrocho salarial e impõe uma política sistemática de sucateamento do ensino.

Denunciamos a este jornal popular e democrático a demagogia do "piso salarial nacional" de R$ 950,00, aprovado velhacamente pela gerência Luiz Inácio, sem previsão de aplicação imediata. Este piso não corresponde aos anseios dos trabalhadores em educação.

Ademais, manifestamos nossa revolta com o insultante decreto do governo estadual de Aécio-PSDB que estabelece a "premiação por produtividade". Querem impor um modelo de "professor padrão" para que a categoria se divida e pague pela ausência de investimentos para a educação. Querem colocar a nossa força de trabalho, o nosso esforço acadêmico e nossa dedicação ao aprendizado como mera mercadoria.

Lutamos pelo desenvolvimento e fortalecimento de um campo de luta entre os professores de Minas Gerais, que desmascare e combata firmemente os oportunistas na direção majoritária do Sind-UTE, que manobra com a nossa luta e as políticas reacionárias das gerencias estadual e federal.

Comissão de luta dos trabalhadores em educação em Greve
MEP — Movimento pela Educação Popular



UFMG quer acabar com assistência estudantil

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal — STF que determinou a inconstitucionalidade da cobrança de taxas nas universidades públicas, a reitoria da UFMG — Universidade Federal de Minas Gerais—, através de nota publicada em seu site oficial ameaçou "rever sua política de assistência estudantil" (leia-se, acabar com a assistência). Na nota, a reitoria também afirma que "A UFMG nunca cobrou qualquer taxa de matrícula, e sim uma contribuição ao fundo de bolsas, destinada, única e exclusivamente, à assistência estudantil." e que "a FUMP apóia, com os seus muitos programas, a mais de 5mil estudantes, o que, atualmente, significa um percentual de 20 % dos nossos alunos de graduação."

Em primeiro lugar, a assistência estudantil de que fala a reitoria é uma fraude, porque os estudantes que não pagavam a "contribuição" semestral não podiam se matricular. Além disso, os bolsistas, após se formarem, são obrigados a pagar à FUMP cada tostão recebido, sob pena de ter seu nome incluído no SPC (o que já ocorreu com diversos ex-alunos). Ou seja, são os estudantes que financiam a "assistência estudantil".

E segundo lugar, cinco mil estudantes "beneficiados" num universo de 25 mil é um numero muito baixo. Além do mais a assistência estudantil na UFMG é inexpressiva: nosso bandejão é um dos mais caros do país, a moradia estudantil possui apenas 614 vagas (também pagas pelos estudantes), o transporte universitário é péssimo, além de inúmeros problemas.

Por que a reitoria não revela um dado verdadeiro? Como, por exemplo, o fato de o governo Luiz Inácio ter pago 247 bilhões de reais para o pagamento de dívida com o FMI e não garantir os 18% do orçamento da União para a educação, como prevê a própria Constituição.

Ao invés disso, a Reitoria da UFMG faz coro com o governo, aplicando à risca todas as suas orientações, impondo de forma autoritária e anti-democrática em seus conselhos as medidas de destruição e privatização da Universidade Pública contidas na "reforma" Universitária (como o REUNI). Esta é justamente a linha do Banco Mundial e do governo oportunista de Luiz Inácio: privatizar as universidades públicas através das fundações privadas.

Comando de Lutas pela Assistência Estudantil da UFMG

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