Por uma organização classista
Sou trabalhador rodoviário e acompanhei desde o começo o trabalho dos companheiros da Chapa 2 da Oposição Classista nas eleições do Sindicato. Aliás, em primeiro lugar, gostaria de parabenizá-los, não por causa das eleições. A derrota da chapa 2 nas eleições não significa que a luta dos trabalhadores foi derrotada, pois a direção da CUT no sindicato já há muito não nos representa e é o movimento classista que vem representando a categoria e se fortalece a cada dia.
Eu gostaria que todos os trabalhadores do Brasil soubessem que esses companheiros da Oposição não são um movimento só para disputar eleições no sindicato, eles organizam nas bases, eles orientam o trabalhador, apontam o caminho certo, ouvem nossas opiniões, respondem nossas dúvidas com reuniões, com os boletins e o jornal da Luta Classista, explicando os passos para preparar uma Greve Geral contra as "reformas" e ataques do governo Lula. Por isso eu lhes dou os parabéns, em nome da categoria, que vem elevando a sua consciência através desse trabalho.
Já as eleições para o sindicato, realizadas nos dias 2, 3 e 4 de março, só aumentaram nossos motivos para nos indignarmos ainda mais com a direção oportunista da situação chapa 1 da CUT, que fez as jogadas mais sujas para sua vitória eleitoral. Quem participou viu bem que eles atrasaram o pleito, violaram urnas e contrataram bate-paus, falsificaram documentos e agrediram trabalhadores para garantir as suas manobras.
A chapa 2 fez seu trabalho, a campanha mostrou que um grande número de trabalhadores estava do seu lado. A luta dos trabalhadores chegou a um ponto que não basta mais lutarmos somente contra o arrocho, a exploração e a classe patronal. Se não lutarmos para varrer esses oportunistas do nosso meio, não há possibilidade de vitória da classe.
A apuração os votos, que era para iniciar ás 22hs do dia 4, começou somente às 1h da manhã do dia 5. O pelego-chefe da CUT, o "Chico Vigilante", arquitetava todo o plano de roubalheira.
Os companheiros da oposição chapa 2 abandonaram a apuração por não concordarem com a fraude.
O caminho está traçado: os trabalhadores rodoviários de Brasília têm a tarefa de intensificar ainda mais os trabalhos de base, fortalecer a oposição e a luta dos rodoviários pela construção de um sindicato classista e combativo.
Marcos Batista
Brasília – DF
Latifúndio tenta matar líder camponês em Rondônia
Ferimentos na perna de Pelé e marca das torturas em jovem camponês
Ao jornal A Nova Democracia,
No dia 12 de março a latifundiária Maria da Penha, seus dois filhos, sua nora e mais 4 pistoleiros fortemente armados atacaram um grupo de camponeses que tomavam banho no rio próximo ao acampamento João Batista, no município de Cujubim. Um jovem foi pego e levado para a sede da fazenda, onde foi brutalmente torturado e recebeu um forte golpe com o cano de uma espingarda que lhe deixou um vergão no peito e pescoço. queriam que ele denunciasse o líder do acampamento, mas ele respondeu que não sabia e que todos os camponeses estavam acampados com o mesmo objetivo.
No dia 4 de março as polícias Militar e Ambiental, juntamente com oito pistoleiros, já haviam invadido o acampamento sem nenhum mandado, revistaram bolsas, barracos e objetos pessoais, apreenderam dez foguetes, fotografaram as placas de motocicletas, pegaram documentos de todos e ainda ameaçaram voltar a qualquer momento e queimar todos os barracos. Na saída, atiraram contra o acampamento.
Naquela mesma noite, o filho da fazendeira e seu bando de pistoleiros retomaram a sede da fazenda. Dias depois os camponeses foram despejados por policiais do Grupo de Operações Especiais das polícias de Ariquemes e Cujubim e por pistoleiros.
Uma delegação de companheiros foi até Jaru e Porto Velho denunciar a ação dos bandos armados do latifúndio. Quando esses companheiros voltaram ao acampamento, foram recebidos à bala pela latifundiária Maria da Penha, seus parentes e pistoleiros que reconheceram o companheiro Pelé e obrigaram-no a se deitar no chão. Num momento de distração dos pistoleiros, Pelé conseguiu fugir para a mata e foi alvo de disparos do filho da latifundiária. Dois tiros atingiram a perna do companheiro que conseguiu escapar. Pelé só conseguiu retornar ao acampamento se arrastando pela mata, chegando no dia seguinte, às 15 horas. Ele não é da direção do acampamento João Batista, é uma liderança camponesa reconhecida e, inclusive, disputou as últimas eleições para vereador por Cujubim. Ele é odiado por latifundiários da região, já foi preso e processado diversas vezes e escapou de vários atentados.
A latifundiária ameaçou encontrá-lo onde ele estiver e matá-lo.
Esperamos que através desse jornal, lido por tantas pessoas em todo o país, todos possam ter conhecimento da grave situação que atravessa o campo em Rondônia. Já alertamos todos que se algo acontecer ao companheiro Pelé e às famílias do acampamento João Batista, a responsabilidade será toda do Estado, do latifúndio e de todos que forem coniventes com a ação desses bandos de pistoleiros.
Famílias do acampamento João Batista
LCP de Rondônia e Amazônia Ocidental