Pelo menos 15 palestinos foram mortos pelo exército sionista de Israel durante os protestos que lembraram o 63º aniversário da ‘Nakba’ (catástrofe, em português), o nome dado ao dia seguinte da imposição de Israel aos mais de 760 mil palestinos expulsos de seu território, levando apenas as chaves de suas casas e fazendo juras de um dia retornarem.
Centenas de manifestantes que tentaram cruzar a fronteira israelense com a Síria, a Faixa de Gaza e o Líbano foram baleados por soldados israelenses. Dos 15 mortos, dez foram atingidos na fronteira libanesa e cinco na síria. Outras dezenas de pessoas foram feridas em Gaza e na Cisjordânia. No lado libanês, os protestos deixaram cerca de 200 feridos.
Em Tel Aviv, uma mulher morreu e 15 pessoas ficaram feridas depois que um caminhão bateu em vários veículos. Não se sabe se o acidente tem a ver com a repressão aos protestos.
Mais um capítulo do sanguinário histórico dos crimes cometidos pelo Estado de Israel contra o bravo povo palestino.
Luta sem trégua
Desde a criação artificial do Estado de Israel, em 1948, a população palestina vem sendo empurrada e espremida em terrenos cada vez menores.
No dia 15 de maio completaram-se 63 anos da implantação do Estado sionista de Israel. Desde então, foi imposta aos palestinos sangrenta repressão. De tempos em tempos, repetem-se genocídios como o de dezembro de 2008 e janeiro de 2009, em que mais de 1500 palestinos foram assassinados, milhares foram mutilados e centenas de milhares ficaram desabrigados pelos bombardeios sionistas.
Imposto através de manobras da recém-criada ONU após a 2ª Grande Guerra Imperialista, primeiramente sob tutela da Inglaterra e posteriormente do imperialismo ianque, o Estado sionista de Israel, desde o seu surgimento foi marcado pela ação genocida. Com o patrocínio do USA, seu exército tornou-se o mais bem armado do Oriente Médio e um dos mais poderosos do mundo. É a ponta de lança do imperialismo na região, autor de odiosos crimes de guerra e contra a humanidade.
Após 63 anos, Israel continua protagonizando atos de arrogância por um lado, e servilismo ante o imperialismo ianque por outro.
Recentemente, Benjamin Netanyahu, primeiro ministro israelense, “polemizou” com Barack Obama a respeito das “condições do processo de paz” na região. Obama, espremido pelos recentes levantamentos populares no norte da África e no Oriente Médio, esbanjou demagogia ao “comprar uma briga” com seu parceiro de todas as horas, defendendo que Israel recuasse suas posições até as fronteiras que ocupava em 1967, antes da Guerra dos 6 Dias. Netanyahu, por sua vez, recusou-se em aceitar as ponderações ianques dizendo serem “indefensáveis” essas fronteiras.
Tudo isso não passa de uma cortina de fumaça, uma tentativa de fazer parecer que Obama defenderia uma suposta posição “dos palestinos” com as fronteiras de 1967, enquanto Israel defende as atuais. Ambas são propostas imperialistas.
Após essa aparente “rusga”, em 24 de maio, diante do Congresso do USA, o premier sionista discursou emocionado dizendo que “aceita a solução de dois Estados no Oriente Médio” e que “Israel se dispõe a fazer concessões dolorosas” para atingir a paz na região.
Arrogantemente, disse que Israel será “generoso” nessa concessão, mas que recusa-se a recuar para as “indefensáveis” fronteiras de 1967 e que a capital, Jerusalém, não deve ser dividida.
Valendo-se de mímica emocionada, disse que o “USA não tem melhor amigo que Israel, e vice-versa”. E agradeceu a Obama por ter “sido muito generoso” em dar a Israel “as ferramentas que permitem que eles se defendam”.
USA e Israel simulam contradições em torno das “indefensáveis” fronteiras de 1967 para tentar ocultar a verdadeira contradição, a que opõe o povo palestino e todo o povo árabe oprimido ao Estado sionista de Israel. Para o povo palestino e para os povos que habitam aquelas terras há milhares de anos, não é discussão de fronteiras, sejam de 1948 ou de 1967, e sim a própria existência do Estado de Israel o que importa. A “paz” no Oriente médio passa pela destruição do Estado sionista e pró-ianque de Israel assim como a “paz” no mundo passa pela destruição do imperialismo e seus lacaios.