Depoimento ao Tribunal de Bruxelas, em 16 de abril de 2004.
Traduzido para Rebelión por Germán Leyens
Resistência iraquiana: explosão de carro-bomba em frente a delegacia em Mossul
A história da política exterior, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, é constituída por sangrentas intervenções repressivas. A maioria dos estadunidenses sofreu um choque ao sabê-lo. A diferença entre o que pensam sobre o que os governantes do USA fazem no mundo e o que esses governantes fazem de verdade representa uma das grandes vitórias da propaganda na História moderna.
Vejamos alguns fatos:
- Os líderes do USA professam uma dedicação à democracia, mas durante os últimos 50 anos o Estado nacional de segurança do USA tem sido uma força fundamental na derrubada de governos reformistas-democráticos na Guatemala, Guiana, República Dominicana, Brasil, Chile, Uruguai, Indonésia (sob Sukarno), Grécia (duas vezes), Argentina (duas vezes), Bolívia e em outros países (todas as listas são incompletas), para substituí-los por regimes militares pró-capitalistas que puseram seus mercados, seus recursos e sua mão de obra barata à disposição dos investidores corporativos do USA, sob condições totalmente favorável a esses últimos.
- Os governantes do USA realizaram ativamente ações clandestinas ou guerras mercenárias por empreitada contra governos populares e revolucionários. Em Cuba, Angola, Moçambique, Etiópia, Iemên do Sul, Nicarágua, Camboja, Timor Oriental (Oeste), Saara Ocidental e outras regiões.
- Os governantes do USA trataram ativamente de subverter ou desestabilizar por outros meios os governos reformistas no Egito, Líbano, Peru, Irã (sob Mossadeg), Síria, Zaire (sob Lumumba), Jamaica, Venezuela, as Ilhas Fiji e Afeganistão (antes que os soviéticos tivessem entrado no país).
Desde a Segunda Guerra, invasões diretas ou ataques aéreos do USA, ou as duas coisas, utilizando força armada do USA, foram realizados contra Vietnã, Cuba, República Dominicana, Coréia do Norte, Laos, Camboja, Líbano, Granada, Panamá, Líbia, Iugoslávia, Somália e Iraque (duas vezes).
E vejamos os custos humanos:
- Mais de 100 mil pessoas perderam a vida no Iraque durante os últimos 14 anos de bombardeio, sanção e ocupação.
- Aproximadamente 10 mil pessoas foram mortas pela incursão militar do USA na Somália.
- Três milhões de mortos no Vietnã; 200 mil desaparecidos.
- Cerca de meio milhão de mortos no Laos, e ainda mais no Camboja.
- Um milhão de massacrados na Indonésia e 300 mil no Timor Oeste.
- Cerca 80 mil mortos em El Salvador.
- Na Guatemala, o presidente Clinton reconheceu, tardiamente, que 205 mil foram assassinados pelos esquadrões da morte e pelos programas de extermínio de um exército guatelmateco treinado e equipado pelo exército do USA.
- Mais de um milhão de pessoas morreram em Moçambique e dois milhões em Angola, em guerra de desgaste patrocinadas pela CIA.
Em todo o Meio Oriente —Palestina, Turquia, Síria, Arábia Saudita, Líbano, Irã, Egito e Iraque — movimentos populares têm sido sufocados e governantes autocráticos apoiados.
Devemos agregar aos muitos milhões que mais sofreram a perda de seus entes queridos e a miséria de feridas e mutilações, do duelo, do empobrecimento e da dor enfrentados, a destruição da economia e da infra-estruturas, a perda da felicidade futura.
A intervenção do USA na África é uma história, por si só. Através do Banco Mundial e do FMI, os dirigentes do USA demoliram as economias africanas, incluindo seus setores de saúde pública e de educação. A maioria das nações africanas sucumbiram em uma estrutura de dívidas que os convertem em peões diante dos investidores ocidentais. Os dirigentes do USA alimentaram 11 guerras no continente africano, que resultaram na morte de 7 milhões de pessoas e outros tantos milhões enfrentando a fome, enquanto há pobreza em permanente crescimento.
Washington forneceu armas e treinamento militar a 50 países africanos (de um total de 53), ajudando assim a que a África ficasse mais degradada pela guerra no mundo.
As nações africanas são tão mais atrasadas pela guerra e afetadas pela pobreza, quanto mais expostas se mostram a vender sua mão de obra e seus abundantes recursos naturais a preço de arremate ao USA e a outros interesses ocidentais. Quase 80% dos minerais estratégicos que requer o USA são extraídos da África, incluindo cobalto, platina, ouro, cromo, magnésio e urano, ingredientes indispensáveis para fabricar reatores nucleares, veículos automotores, mísseis, componentes eletrônicos, ferro e aço.
A África também cobre 18% das importações de petróleo do USA (em comparação com 25% do Oriente Médio), e existem novas reservas ainda não exploradas. Segundo o Grupo de Iniciativa do Petróleo Africano (composto por representantes da administração Bush, da indústria do petróleo, do Congresso e de alguns assessores estrangeiros), Washington tem a intenção de estabelecer uma estrutura regional de comando militar na África "que poderia gerar importantes dividendos na proteção dos investimentos do USA".
Ao realizar essas intervenções, os militaristas do USA empregaram os métodos mais horrendos, incluindo bombas de dispersão, de urânio empobrecido (usada amplamente no Iraque e Iugoslávia) e desfolhantes químicos, como o agente laranja, empregados em cerca de uma dezena de países. Além disso, impulsionaram o tráfico de drogas: heroína no Afeganistão e cocaína na América Latina.
Os governantes do USA apoiaram os esquadrões da morte, comandos de assassinato e de tortura contra dirigentes dissidentes, sindicalistas, clérigos, estudantes, professores, povoados camponeses. Utilizaram o controle financeiro do FMI e do Banco Mundial, da Organização Mundial do Comércio e de outras agências similares para impor embargos contra as nações endividadas. Essas listas todas de injustiças não são confeccionadas a partir da minha própria imaginação. É tudo de conhecimento público (ainda que, claro, algumas partes do conhecimento público sejam menos públicas que outras).
Ocorre que não existe nenhum "Estado canalha", "eixo do mal", ou país comunista que possua uma história de agressão criminal contra outras nações e povos como as perpetradas pelos governantes do USA. Mas não basta denunciar essas ações; temos que também tentar explicá-las. A julgar pelo que dizem os governantes do USA — afirmam que intervêm para defender a democracia, derrotar a agressão, combater o terrorismo, resgatar uma nação sitiada, derrotar um tirano corrupto e brutal etc. — como determinamos se isso é verdade ou mentira? O problema é que estamos discutindo intenções e motivos. Mas ninguém jamais viu a intenção ou o motivo. Constituem algo não empírico. O motivo é sempre atribuído, deduzido ou inferido.
Desde logo, existem algumas refutações empíricas de certas afirmações de intenções. Quando os governantes do USA dizem que atacam o Iraque por seus vínculos com a Al-Qaeda e suas armas de destruição em massa, essa é uma declaração de motivos que se baseia em evidência empírica ou, neste caso, evidência ausente.
Quando os governantes do USA dizem que bombardeiam a Iugoslávia para deter a limpeza étnica no Kosovo, podendo assinalar que o êxodo massivo do Kosovo começou depois do início dos bombardeios e que os refugiados albaneses dizem que fugiram por causa do bombardeio. Assim, de novo temos evidência que sugere algo contrário do que professam os que fazem a guerra. Ou quando os governantes do USA dizem que bombardearam Iugoslávia por causa da "matança genocida" de 100 mil albaneses, e que centenas de vítimas foram jogadas nas minas Trepca, podemos assinalar que: a) a guerra começou muito antes que essa informação se fizesse pública; b) os 100 mil cadáveres jamais foram encontrados, nem nas minas Trepca nem em outro qualquer lugar; c) dos muitos milhares dos corpos encontrados, geralmente não se determinou a causa da morte ou a nacionalidade.
No entanto, semelhante reputação poderia revelar-nos que a declaração original foi errônea ou enganosa, mas não demonstra a intenção em si. Como decidirmos quem disse a verdade? Não podemos realizar ensaios de laboratório com a História, mas podemos observar modelos e irregularidades repetitivas. Podemos observar que todo líder, movimento político, ou nação que trata de divergir do sistema global de livre mercado, que persegue algum tipo de política redistributiva para a sua população em geral, que tenta utilizar sua terra, sua mão de obra, capital, recursos naturais e mercados de maneira a contribuir com o auto-desenvolvimento, auto-determinação, é objeto de satanização. É denegrido como se fosse uma ameaça para a estabilidade regional. É chamado de corrupto, opressivo ou simplesmente "anti-americano" ou "anti-ocidental".
Não há nada particularmente original neste panorama intervencionista. Uma e outra vez, esse ou outro líder é identificado como uma maligna ameaça a seu país, como Estado canalha. Logo os dirigentes do USA afirmam seu direito a debilitar o governo desse país com sanções, embargos comerciais, sabotagem econômica, desestabilização subversiva, pararamilitares mercenários ou, se necessário, ataques aéreos e invasão direta.
Essa fórmula tem sido usada por gerações, mais recentemente contra Allende no Chile, Kadafi na Líbia, o New Jewel Movement em Granada, Noriega no Panamá; os sandinistas na Nicarágua, Milósevich na Iugoslávia, as guerrilhas das Farc na Colômbia, o governo apoiado pelos soviéticos no Afeganistão, Chávez na Venezuela, Aristide no Haiti e Saddam, que havia sido apoiado anteriormente pelo USA, durante anos.
Consideremos o modelo repetitivo do intervencionismo global do USA: desde a Segunda Guerra Mundial, o governo do USA deu aproximadamente 240 milhões de dólares em ajuda militar para treinar, equipar e subvencionar 2,3 milhões de soldados e forças de segurança interior em mais de 90 países. Não para defender estas nações contra invasão externa, já que poucos foram ameaçados alguma vez por um ataque de países vizinhos, senão para proteger as oligarquias governantes e os investidores corporativos multinacionais dos perigos de sua insurgência interior.
Como podemos determinar o propósito da ajuda militar? O faremos se observarmos que, primeiro, os militares, forças de segurança e esquadrões da morte apoiados pelo USA nesses diferentes países, têm sido utilizados repetidamente para destruir, dentro de suas próprias fronteiras, movimentos reformistas populares e insurgências que advogam algum tipo de política redistributiva igualitária.
Rebeldes durante conflitos com soldados em Fallujah, 25 de junho
Segundo, as forças patrocinadas pelo USA jamais foram utilizadas para apoiar um reformista popular, nem falar de um governo ou movimento revolucionário em algumas dessas nações. Nem na Guatelama, nem na Nicarágua, tampouco na Palestina ou Líbano, nem na África do Sul, na Coréia do Sul, ou em outra parte. Tampouco na China, que abriu sua economia à massiva inversão privada e tem milhões de chineses trabalhando sem contrato, sem proteção alguma, 12 horas por dia a um salário miserável. Não se mostrou nenhuma amizade à China até que esse país tivesse privatizado e desmantelado seu sistema de saúde de saúde pública e outros serviços humanos. E os governantes do USA jamais ajudaram o Vietnã revolucionário, até que começasse a fazer o mesmo que a China. Tampouco mostrou à Líbia outra coisa além de hostilidade, até 2004, quando Kadafi prometeu abrir o país aos investimentos estrangeiros.
Para identificar outros patrões permanentes é preciso considerar os regimes que foram apoiados pelo USA. Os que têm as melhores possibilidades de contar com o favor do USA são aqueles que estão integrados no sistema global de livre comércio, dominado pelas corporações; que abrem suas economias à penetração estrangeira, sob condições que são especialmente favoráveis à inversão transnacional, privatizada, desregulada; que adotam o modo neoliberal de mal desenvolvimento que asfixia o setor público; que geralmente são de direita ou Estados clientes que se movem para a direita, todos considerados "pró-ocidentais" e "amistosos com o USA". Alguns exemplos de primeira linha seriam: Chile, sob Pinochet; Filipinas, sob Marcos; Zaire, sob Mobutu; Egito, sob Sadat; Peru, sob Fujimori; África do Sul, sob o Apartheid; Arábia Saudita e Kuwait, sob o feudalismo; Turquia, Paquistão, Nigéria e outros que vivem sob Estados policiais autocráticos. Como podem pretender os governantes do USA que propagam a democracia com o histórico de apoio a este tipo de regime?
Disse anteriormente que não podemos estudar a história numa citação de laboratório. Nos disseram durante decênios que o USA necessitava de imensos pressupostos e bases militares em todo mundo para conter a "Ameaça Comunista Soviética" que ameaçava nos cercar e devorar. Supostamente, o militarismo do USA não era mais que uma inocente necessidade para deter a agressão comunista. Alguns diziam-nos outra coisa: que se a União Soviética desaparecesse, o USA seguiria uma política de dominação imperialista.
E então a História fez seu próprio ensaio de laboratório, tirando uma variável da equação. A União Soviética desapareceu, e o que se sucedeu? O pressuposto militar do USA é maior do que nunca e cresce num ritmo nunca visto. Todos os programas de armas da Guerra Fria tiveram continuidade e quase todas as bases militares no exterior continuam abertas, se estabeleceram novas na Ásia Central, Europa Oriental e no Oriente Médio, e o USA continua com guerras intervencionistas mais violentas e mais frequentes que nunca.
Constantemente encontramos o que chamo de "argumento das ‘demais variáveis’": a política do USA não é motivada exclusivamente pelas estreitas considerações materiais. Nos dizem, "existem outros fatores, como a cultura, ideologia ou o grande número de pessoas cuja principal ocupação é negar, ou pelo menos diminuir, a importância dos interesses materiais e conjurar essas outras considerações em toda oportunidade.
Mas quem disse que os interesses materiais são os únicos que motivam os protagonistas políticos? Para mostrar que algo é central ou muito importante não temos que provar ser o único fator. E por que temos que supor que outros fatores, como cultura, ideologia, identidade étnica, ou a moralidade são outra coisa ou estão separados das forças materiais? A cultura é transmitida através de uma estrutura sócio-econômica e comumente modelada pelos interesses materiais dominantes. A cultura e as forças econômicas não são mutuamente excludentes. Diante da afirmação de que a intervenção militar não é motivada por estreitos interesses econômicos, mas por estratégicos mais amplos, eu perguntaria: o que há de tão estreito nos interesses materiais? Consomem grande parte da necessidade da vida e da sociedade. Populações e nações inteiras têm sido eliminadas no altar da riqueza das classes governantes. A acumulação de capital de uma economia mundial baseada nos combustíveis fósseis tem colocado em perigo a ecologia mista do planeta.
E por que os interesses estratégicos devem ser considerados mais amplos? O que é, na realidade, um interesse estratégico? Uma nação tem um interesse estratégico em uma região porque a mesma tem algum valor para ela, ou porque a região tem acesso a outra área de valor. Constantemente é atribuído valor àquela região por seus recursos econômicos ou considerações de controle de classe.
Consideremos o Iraque. Existem três razões básicas pelas quais as classes governantes do USA apóiam a invasão e ocupação desse país — as mesmas três considerações básicas que determinam as intervenções do USA em outros lugares: primeiro, o Iraque não fazia parte do sistema global de livre comércio. Teve atrevimento de ser uma nação auto-definida e auto-desenvolvida, que não era completamente um Estado cliente "pró-ocidental". O que é ainda pior, sua economia era de propriedade pública em sua totalidade, o que levou o Secretário de Defesa do USA, Donald Rumsfeld, a condená-la como uma "economia stalinizada".
Agora há uma comissão especial no Iraque, cuja única tarefa é privatizar a economia. De maneira que bilhões de dólares de capital público estão agora sendo privatizados, incluindo hotéis, serviços públicos, refinarias, fábricas, meios de comunicação, rotas aéreas, além dos poços petrolíferos. Bilhões de dólares de capital público, que havia sido criado pelo povo iraquiano e que lhe pertencia, estão sendo roubados e "vendidos" a preços simbólicos a grandes investidores ou empresas privadas. Assim, estão obrigando o povo iraquiano a pagar grande parte da conta de sua própria opressão.
Segundo, como um país auto-definido, que buscava um caminho alternativo fora do sistema global dominado pelas corporações, era considerado pelo USA uma potência regional que poderia se unir com outras nações da área. Mas o objetivo da globalização do USA é impedir a ascensão de qualquer superpotência regional ou competidora que possa disputar sua hegemonia. O objetivo é manter o resto do mundo relativamente pobre, dependente e débil, impor a terceira mundialização de todos, incluindo a Europa e a América do Norte.
Terceiro, é antiquíssimo o interesse imperialista de saque colonial. O Iraque tem a segunda reserva de petróleo por seu tamanho — perto de 113 milhões de barris de óleo cru de excelente qualidade que, aos preços atuais, tem um valor de mais de 4 bilhões de dólares. Entendo que 4 bilhões de dólares não constituem um "estreito" interesse econômico, mas um interesse enormemente amplo e poderoso.
Todas estas três explicações são diferentes, mas estão interrelacionadas e se reforçam mutuamente. A presença de uma não dilui ou descarta a outra. Todas as três explicam a guerra contra o Iraque. Não foi uma guerra contra as armas de destruição em massa, contra o terrorismo, ou para destituir Saddam Hussein. Não havia armas de destruição em massa, nem vínculos do Iraque com o terrorismo da Al Qaeda. Saddam foi capturado, mas os ianques continuam sua ocupação do país e seguem matando seus habitantes.
Tampouco se excluem mutuamente as considerações morais e as posições ideológicas, com a exceção do que ocorre nas mentes daqueles cuja preocupação é demonstrar que o marxismo é "reducionista". Todos os governantes, todos os movimentos, todas as nações, acreditam em sua própria virtude. Nenhum império governante se encontra despido em sua implacável expropriação, todos adotam um verniz auto-justificante. Mas, isto não é razão suficiente para descartar as realidades do poder de classe do engrandecimento imperialista.
A política do USA, nos dizem seus defensores, não é motivada por um grosseiro materialismo, mas por uma elevada dimensão moral e humanitária. Consideremos uma manifestação dessa moralidade em ação: o informe "Reconstruindo as defesas do USA — o projeto por um novo século ianque" sugere que o USA poderia considerar adequado o desenvolvimento de armas biológicas que "podem apontar para genótipos específicos" a fim de "levar a guerra biológica do campo do terror a ser instrumento politicamente útil".
Aqui, por certo, temos um perfeito exemplo da moralidade e da ideologia auto-justificante da classe governante. Nas mãos de outros, as armas biotécnicas são instrumentos de terror, em nossas mãos são úteis instrumento de virtude, "que reta é a espada de Nosso Senhor". Se nunca quiser detectar a maligna intenção dos agressores, basta escutar suas declarações de virtude e moralidade.
Mas, por favor, tenham claro que sua posição ideológica, enquanto trabalha com efeito próprio, não oferece nada que ponha em dúvida e muito que apóia convenientemente os interesses político-econômicos do capitalismo global do USA.
*Michael Parenti é cientista político e historiador. Escreveu 18 livros e mais de 250 artigos. Seus livros mais recentes são The assassination of Julius Caesar (2003) e Superpatriotism (2004).