Outro grupo fascista do USA se infiltra no Brasil

Outro grupo fascista do USA se infiltra no Brasil

A chamada organização LaRouche, da extrema direita norte-americana, está trabalhando ativamente no Brasil, seduzindo parlamentares, intelectuais, membros do setor nuclear e até apoiando um candidato à Presidência da República.

O grupo, acusado de assassinar o primeiro ministro sueco Olof Palme em 1986 (Relatório do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Porto Alegre, 1999) é comandado pelo economista e ex-agente secreto, Lyndon LaRouche, cujas teses aparentemente delirantes fazem com que a imprensa do USA o considere excêntrico e louco.

Mas a figura não é um demente, adverte o jornalista Dennis King, autor do livro Lyndon LaRouche e o novo fascismo americano, que aponta seus vínculos com a CIA. King informa que LaRouche trabalhou com o governo Reagan e foi o idealizador do Sistema de Defesa Estratégica (SDI) e do programa Guerra nas Estrelas adotados por aquele presidente nos anos 80.

O esquema larouchista, que começou a penetrar no Brasil em 1984, domina hoje boa parte das cabeças pensantes do setor nuclear nacional. A denúncia é do ex-diretor da Nuclen, engenheiro Mário Sérgio Paranhos de Lima Porto, que também foi cooptado pela organização, mas conseguiu libertar-se dela.

A ligação com o setor nuclear

No artigo A organização LaRouche e o setor nuclear brasileiro, constante do site www.shopping.com.br/~mporto/larouche.htm, ele afirma: "(…) os contatos da referida organização (LaRouche) com o Setor Nuclear Brasileiro iniciaram-se em 1985, mas se limitavam a relacionamentos individuais entre os representantes da organização e técnicos do Setor, não caracterizavam de nenhuma forma uma relação institucional. Pelo menos até 1991. No entanto, é com surpresa que podemos constatar que em 2000 este relacionamento se estreitou (grifo da Redação), agora pode ser claramente classificado como institucional. Fica notório que membros da comunidade nuclear, que naqueles tempos se relacionavam com a organização LaRouche de uma forma não integral, isto é, aceitando com restrições as teses por ela defendidas, para em contrapartida obter proveito da maciça e ardorosa veiculação da defesa da opção nuclear manifestada pela organização, aceitaram passar desta posição cautelosa para uma ostensiva identidade de pensamento com a organização, refletindo isto nos seus boletins e periódicos. Aparentemente, até perderam o receio de identificar-se com LaRouche."

Mário Porto diz que um dos indícios da ligação dos larouchistas com a área nuclear brasileira é o fato de a revista Brasil Nuclear estar abrindo espaço para nomes vinculados à organização: "O número 22 da revista Brasil Nuclear Jan-Mar 2001, pp. 4-7, editada pela ABEN (Associação Brasileira de Energia Nuclear), cujos editores são todos do setor nuclear, sendo alguns dos primeiros escalões, apresenta uma entrevista com Jonatham Tennenbaum, um dos líderes intelectuais e científicos do Movimento LaRouche. (…) Este vínculo é mais evidente e contundente na publicação do anúncio na página 26, da mesma edição, versando sobre o livro, Máfia Verde, escrito pela equipe brasileira de analistas da revista Executive Intelligence Review (EIR) porta-voz da política e da estratégia de atuação do grupo LaRouche."

Quem é Lyndon LaRouche

Considerado guru por alguns, neo-nazista, ególatra e demente por outros, o economista, filósofo, de formação trotskista e quatro vezes candidato à presidência da República Lyndon Hermyle LaRouche Jr. não é um louco que professa teses delirantes — diz o jornalista Dennis King. O jornalista publicou em 1990, pela editora Doubleday, uma alentada biografia do personagem sob o título Lyndon LaRouche e o novo fascismo americano.

De acordo com King, as idéias "excêntricas" de LaRouche (ele diz, por exemplo, que a Casa Real da Inglaterra é uma das gerenciadoras do tráfico de drogas no mundo e que Henry Kissinger é um agente comunista) foram geralmente posições falsas, adotadas para confundir e distrair a atenção enquanto ele forjava vínculos e compromissos com a administração de Ronald Reagan, com a CIA, com o Conselho de Segurança Nacional, Ku Klux Klan, e outros grupos que pregam a supremacia branca, sem falar dos caminhoneiros (donos de empresas transportadoras), chefes do crime organizado, entre outros.

Em seu livro, King acusa a maior parte da imprensa norte-americana de olhar para o outro lado, adotando a postura do "fingir que não vê", o que permitiu que a organização LaRouche crescesse e prosperasse.

Em alguns anos os larouchistas levantaram mais 200 milhões de dólares em empréstimos e doações públicas, a despeito de pertencerem a aquilo que Dennis King descreve como "uma seita de ideologia fascista clássica, anti-semítica, lavadora de cérebros, que usa táticas difamatórias e deu fanático apoio ao sistema de defesa Guerra nas Estrelas e a seu desenvolvimento militar."

Agente secreto

Apresentamos, a seguir, um resumo da biografia de LaRouche e da história de seu grupo, baseado no livro de Dennis King e no relatório A atuação da extrema direita no Brasil — Ideologia, organização e práticas dos larouchistas, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Porto Alegre, outubro de 1999 (site: http://planeta.terra.com.br/noticias/mjdh/tela7_larouche.html)

Lyndon Hermyle LaRouche Jr. nasceu em 1922, em Rochester, New Hampshire, USA. Casado três vezes, desde 1977, sua mulher é a alemã Helga Zepp-LaRouche. Desde 1983 vive em Loundon County, Virgínia, numa propriedade de 174 acres, cercada de segurança, cães e guardas armados espalhados pelo bosque que circunda a casa.

Estudou na Northeastern University (Boston). Na Segunda Guerra Mundial, serviu no serviço secreto do Exército do USA na Índia. Desligou-se do Exército em 1947 e entre 1948 e 1972 trabalhou como consultor de empresas de transporte e vestuário.

Aproximou-se do Partido Comunista do USA, infiltrado pelo FBI, mas logo transferiu-se para o SWP (Socialist Workers Party) — trotskista —, onde permaneceu por quase toda a década de 60. Ao deixar o SWP, tornou-se um dos líderes do Labor Caucus of the Students for a Democratic Society (SDS). Foi expulso do SDS em 1969 por tentar obter o controle total sobre a organização estudantil, muito ativa durante os protestos contra a presença do USA no Vietnã.

Com o pseudônimo de Lyn Marcus ("homenagem" a Lênin e Marx), criou o National Caucus of Labor Comittees (NCLC). Em 1973, o NCLC passou por uma reviravolta. LaRouche desejava estabelecer sua hegemonia junto à esquerda e passou a defender a tese de que a "industrialização acelerada para a construção de uma classe operária dependia de uma aliança tática dos revolucionários com a classe operária e o capital industrial contra o capital financeiro." Paralelamente começou a desenvolver uma postura autoritária, com a glorificação da sua missão histórica. Para a imprensa, ele afirmava ser o único capaz de realizar a revolução e o socialismo no USA.

Agressões físicas aos comunistas

Em 1972, sua vida pessoal sofre um abalo. Sua segunda mulher, Carol Scnhitzer, o deixa por Christopher White, um militante inglês do NCLC. Para LaRouche, o golpe se repetia: sua primeira mulher, Janice, também o abandonara por outro, dez anos antes, levando com ela seu único filho.

Segundo ex-colaboradores, o abandono da mulher provocou-lhe uma crise nervosa brutal, fazendo com que procurasse refúgio na Europa. Ao retornar, em 1973, Lyndon LaRouche é denunciado como neonazista, depois de uma série de ataques físicos que seu grupo, o NCLC, realiza contra militantes comunistas.

Ainda em 1973 funda o U.S. Labor Party (USLP — Partido Operário do USA). Suas idéias transformaram-se numa mescla bizarra, que reunia teorias conspiratórias, economia "pós-marxista" e uma doutrina "psicossexual sobre a organização política". O editorial do jornal Campaigner, órgão oficial do NCLC, em setembro de 1973, acusa as mulheres dos trabalhadores de "refrearem as aspirações revolucionárias do proletariado". Ao mesmo tempo, desenvolve uma fantasia febril sobre a sua importância na História.

Idealiza então um primeiro "plano de conquista", a Operação Mop-Up (Limpeza). Entre maio e setembro de 1973, seus seguidores recebem ordens de atacar brutalmente os rivais do Partido Comunista e do SWP. Os brutamontes do NCLC usam porretes, correntes e instrumentos de artes marciais.

Vítima de um "complô"

O restante do ano de 1973, LaRouche passou obcecado pela traição de sua mulher, disseram ex-membros do grupo. A explicação para o abandono foi divulgada em dezembro, pelo Campaigner: Christopher White infiltrara-se no NCLC para roubar sua mulher, sob ordens da KGB e do M15 britânico (?!). Num complô esdrúxulo, as duas agências secretas também pretenderiam assassiná-lo, em represália pela Operação Mop-Up e pelos ataques ao Partido Comunista (de orientação soviética) — afirmou o jornal.

Os larouchistas diziam também que a CIA, frustrada por ter sido surpreendida por revelações de LaRouche, teria tentado sequestrá-lo para extrair os seus segredos, ou mesmo matá-lo, como forma de evitar que informações valiosas caíssem em mãos soviéticas.

Em 1974, LaRouche inicia uma "desprogramação soviética" do NCLC, encarcerando membros, fazendo interrogatórios, expurgos, etc. — como revela seu discurso no The New Solidarity de 3 de janeiro. O terrorismo interno ocasionou a saída de centenas de militantes do grupo.

Em 1974, LaRouche também inicia seus contatos com grupos anti-semitas e extremistas de direita, numa tentativa de forjar uma aliança tática para se opor ao imperialismo e aos banqueiros internacionais (aos Rockfeller em particular). O NCLC declara, no entanto, que o grupo permanece "marxista", estando apenas interessado numa aliança temporária com industriais progressistas.

Com a CIA e a KKK

Pelo US Labor Party — braço eleitoral do NCLC -, LaRouche organiza sua primeira campanha para a presidência, em 1976. Obteve pouco mais de 40 mil votos, mas a campanha viabilizou a aproximação mais organizada com a extrema direita. Apesar de seu programa "marxista", o NCLC penetra cada vez mais em grupos como a Ku Klux Klan (KKK), a American Conservative Union, o John Birch Society, o Young Americans for Freedom e o Liberty Lobby.

A partir do final de 1976, acerta com Mitchell WerBell III (ex-funcionário da CIA) o fornecimento de segurança e treinamento de defesa para militantes do NCLC num centro de treinamento para-militar em Powder Springs, Georgia. WerBell III introduz LaRouche em uma rede de espiões, mercenários e agentes de inteligência, e o aproxima definitivamente de líderes extremistas.

O NCLC começa a armazenar informações e a disseminar serviços de inteligência para vários grupos. Suas publicações anunciam a venda de serviços para agências governamentais estrangeiras e aliados internos. Contatos deste nível foram, inclusive, mantidos entre o NCLC e a CIA com casos comprovados de cooperação (material do NCLC sobre terrorismo e subversão foi utilizado por agentes americanos).

A organização passa a empregar racistas conhecidos e a colaborar com técnicos em conspiração da KKK, do Liberty Lobby e da Nação do Islã, grupo segregacionista negro.

Rede de espiões

LaRouche consolida seu serviço internacional de informações. Com sua New Solidarity International Press Service (NSIPS), agência de notícias criada em 1974, e contando com fontes em vários países, passa também a controlar uma rede de espiões e informantes que operou com a CIA, a KGB e com o serviço de espionagem da África do Sul até o final da década de 80. Sua organização expande-se para a Europa e para a América Latina.

Na América Latina o grupo se relacionou, e ainda se relaciona, com figuras tais como o general Noriega, do Panamá, ex-agente da CIA e traficante de drogas, com o coronel Seineldín, da Aliança Anticomunista da Argentina (AAA) e com a ditadura Fujimori-Montesinos, do Peru, acusada de ser sócia de traficantes. No site larouchista www.larouchepub.com há um artigo de Gretchen Small, de 23 de fevereiro de 2001, onde ela defende Fujimori. A articulista critica o atual governo do Peru dizendo que este criou um regime de perseguição "aos patriotas (leia-se militares fujimoristas) que derrotaram o Sendero Luminoso e o MRTA."

Em 1979, a organização extingue o US Labor Party e cria o National Democratic Policy Committe, novo braço político do NCLC. Neste mesmo ano, os membros do grupo ingressam em massa no Partido Democrata. Em 1980 e 1984, LaRouche candidata-se às primárias para a presidência da República.

Na campanha, LaRouche confirma que o projeto Guerra nas Estrelas, do governo Reagan, é de sua autoria.

O assassinato de Palme

LaRouche atacava sistematicamente o primeiro ministro Olof Palme, da Suécia. Palme foi assassinado em 1986, quando deixava um cinema em Estocolmo e a polícia acusou Christian Peterson, membro do larouchista European Labor Party (ELP), de ser o autor do crime.

Peterson foi posto em liberdade em 1989, por causa de falhas no processo. Mas, recentemente, o primeiro ministro sueco Ingvar Carlsson voltou a acusar a organização LaRouche pelo assassinato.

Nos anos 80, iniciam-se também as investidas contra o movimento sindical americano e aproximação com setores militares ultranacionalistas da América Latina. LaRouche cria várias instituições e partidos políticos no México, Panamá, Colômbia, Peru, Venezuela, Brasil e Argentina. Chega a ser recebido pelo presidente argentino Raul Alfonsín na condição de liderança "pró-latino-americana" do Partido Democrata.

Fraudes

Em 1986, foram descobertas fraudes na obtenção de fundos para a organização, que vinham sendo aplicadas desde 1983. A principal delas, que rendeu 30 milhões de dólares, era um esquema que resultou na obtenção de milhares de assinantes via cartão de crédito para as revistas do grupo.

Em dezembro de 1988, um júri federal condenou LaRouche a 15 anos de prisão. Ele cumpriu cinco anos da pena (de 1989 a 1994). Atualmente está sob liberdade condicional e se prepara para candidatar-se novamente a presidente nas próximas eleições.

Ataque às entidades ecológicas

A obra Máfia Verde — O ambientalismo a serviço do governo mundial citada pelo engenheiro Mário Porto, publicada em 2001 no Rio de Janeiro pela EIR, foi apreendida na época a pedido da ONG britânica WWF.

A EIR já lançou também no Brasil: O complô para aniquilar as Forças Armadas e as nações da Íbero-América, com prefácio do general Tasso Villar de Aquino e Lyndon LaRouche e apresentação do coronel Mohamed Alí Seineldín, que tentou um golpe de estado contra Menem, foi acusado de tortura e de ser membro da tenebrosa AAA; O governo mundial: a perversão de Bertrand Russel e H.G. Wells; A ciência da economia cristã; A educação clássica para um novo Renascimento; Relatório sobre as manufaturas e Então, queres aprender economia?

No livro mencionado por Mário Porto, Máfia Verde, os autores larouchistas aplicam o método usual de seus textos, muitas vezes adotando meias-verdades ou embaralhando premissas consistentes com conclusões distorcidas.

Na obra apontam, por exemplo, a existência de um a oligarquia de países ricos, denominada de BAC (Britânica-Americana-Canadense) que pretenderia instalar um "governo mundial" desmantelando os Estados nacionais dos países pobres; defendem o uso da energia nuclear por todas as nações, afirmando que a desnuclearização é uma armadilha das superpotências contra os menos poderosos; são contrários ao controle da natalidade por acharem que tal medida só interessa aos anseios de expansão das nações ricas e garantem que as ONGs ambientais foram criadas pela BAC e outros países europeus com o objetivo de barrar o "desenvolvimento", principalmente em áreas como a Amazônia.

Sobre isso, afirma Mário Porto: "Este livro seguindo a linha conspirativa do movimento, procura condenar todo o movimento ambiental cujos integrantes foram sempre classificados pelo movimento LaRouche como ecofascistas. Apesar dos inúmeros exageros e extremismos, como tudo que é produzido pelo grupo LaRouche, uma ou outra tese ou argumentação pode ser aproveitada, como é o caso do capítulo 9 do livro que analisa a criação da reserva ianomâmi."

O representante no Brasil

As ações larouchistas no Brasil são chefiadas por Lorenzo Carrasco, que tem um grande poder de mobilização. Dentre outras atividades no país, Carrasco é assessor político da UDR paranaense (a famigerada União Democrática Ruralista), segundo afirmou o Movimento dos Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul num comunicado de fevereiro de 1998.

O relatório A atuação da extrema direita no Brasil — Ideologia, organização e práticas dos larouchistas resume assim a história do grupo no país:

"Em 1984, o grupo LaRouche chega ao Brasil. Lorenzo Carrasco e Silvia Palacios, casal de mexicanos e testas-de-ferro da organização, instalam-se no Rio de Janeiro, onde residem até hoje. Carrasco e Palacios credenciaram-se como jornalistas, diretores da agência EIRSN. Nestes anos os dois têm comandado um grupo de militantes que atua sob o nome de Movimento de Solidariedade Íbero-Americana (MSIA).

Carrasco viaja pelas principais capitais brasileiras, difundindo as idéias de LaRouche em conferências e vendendo assinaturas das publicações do grupo. Ele, sua mulher e outros dirigentes brasileiros do MSIA, colaboram de forma sistemática com o Jornal do Commercio (Rio de Janeiro e Porto Alegre) e Correio do Povo (Porto Alegre).

O MSIA publica o boletim Solidariedade Íbero-Americana, distribuído semanalmente apenas para assinantes, com artigos sobre a conjuntura nacional e internacional, sob a ótica de LaRouche e suas teorias conspiratórias. Os alvos dos ataques dos larouchistas brasileiros, tanto em seu órgão de divulgação oficial quanto na grande imprensa, são o Greenpeace ("um instrumento político das oligarquias internacionais"), o Movimento de Trabalhadores Sem Terra — MST ("um instrumento de guerra contra o Estado Brasileiro, ligado à Frente Zapatista de Libertação Nacional e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia"), o Foro de São Paulo ("reúne grupos revolucionários que objetivam desestabilizar as Forças Armadas"), a Pastoral da Terra, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (…)."

Políticos caem na rede

Em 1989, quando Lyndon LaRouche foi preso por ter usado práticas fraudulentas na obtenção de fundos para a sua organização, seus seguidores iniciaram uma campanha internacional afirmando que ele estava sendo vítima de perseguição política.

Assim, um manifesto pedindo a libertação de LaRouche foi publicado em forma de anúncio pago, no Washington Post, e continha o nome de 100 parlamentares latino-americanos dentre os quais encontravam-se 71 brasileiros, "o que mostra o grau de ativismo de Lorenzo Carrasco", afirma Mário Porto.

Dos congressistas que assinaram o documento estavam representantes de todos os principais partidos. Entre os nomes constavam os de José Genoíno (PT/SP), Jamil Hadad (PSB/RJ), José Paulo Bisol (PMDB/RS), Rita Camata (PMDB/ES), Augusto Carvalho (PCB/ DF), Jesualdo Cavalcanti (PFL/PI), Sandra Cavalcanti (PFL/RJ), Paulo Delgado (PT/MG), Abigal Feitosa (PSB/BA), Tadeu França (PDT/PR), Nelson Jobim (PMDB/RS), Aécio Neves (PSDB/MG), Irma Passoni (PT/SP), Edmilsom Valentim (PCdoB/RJ).

O engenheiro acredita que os políticos caíram em uma armadilha dos larouchistas: "A lista congregava deputados e senadores brasileiros das mais diversas correntes ideológicas, mostrando talvez que a maioria deles assinou o manifesto sem se preocupar em saber o que representava ou quem era realmente Lyndon LaRouche, o político americano em questão. (…) o manifesto foi apresentado aos congressistas tendo como objetivo maior defender os direitos humanos de um colega político americano."

Em 2001 ocorreu outro episódio relacionando LaRouche ao parlamento brasileiro. Lorenzo Carrasco foi convidado a depor no dia 22 de maio na CPI do Senado, que investigava a atuação das ONGs no país.

Segundo o engenheiro Mário Porto, alguns parlamentares ficaram seduzidos por suas palavras: "Em seu depoimento, de mais de quatro horas, posando com ares de autoridade, desfilando o costumeiro rol de conspirações do arsenal da organização LaRouche, que costuma rastrear os inimigos da humanidade desde Bush até o antigo império da Babilônia, Carrasco até recebeu de alguns senadores da dita comissão algumas reverências, como se ali estivesse um patriota prestando um grande serviço à nação. (…) O surpreendente é que alguns senadores parecem ter sido impressionados por estas ilações."

Seu nome é Enéas

O "eterno" candidato à presidência dos USA, Lyndon LaRouche, tem uma admiração toda especial pelo "eterno" candidato à presidência do Brasil, Enéas Carneiro. E vice-versa.

De acordo com um artigo de Guilherme Fiuza constante no site www.pletz.com/artigos/eneas.html, "Enéas tem como grande fonte inspiradora o economista e guru americano Lyndon LaRouche." E mais: (…) LaRouche é o formulador da economia física, doutrina que ataca a especulação financeira em favor das forças de produção. No Brasil, Enéas já fez referências conspiratórias ao mega-especulador internacional George Soros. (…) Enéas não só é conhecido pela Organização LaRouche, como é tido por ela como um dos cérebros sul-americanos com capacidade de planejar e liderar as transformações pretendidas. O próprio Enéas já teve oportunidade de retribuir a deferência, numa campanha alternativa de Lyndon LaRouche à presidência dos EUA. Enéas enviou uma carta dizendo que votar no economista era colocar a sabedoria e a organização contra a ignorância e o caos."

O engenheiro nuclear Mário Porto confirma que Enéas enviou a carta de apoio na última eleição norte-americana e que disse que a luta de LaRouche era "a luz contra as trevas".

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