‘PAC do Obama’ é plano de guerra

‘PAC do Obama’ é plano de guerra

A administração Obama anunciou, no dia do Trabalho do USA, um pacote de US$ 50 bilhões em obras de infraestrutura para os próximos seis anos, alegadamente para recuperar a economia ianque em agonia. É o “PAC do Obama”. Mas os objetivos do PAC de lá vão além dos do PAC de cá, o de Luiz Inácio, programa eminentemente eleitoreiro e de socorro às empreiteiras que financiam o PT.

O PAC do Obama também tem cunho eleitoreiro, tendo em vista que mais um sufrágio farsesco se avizinha no USA, desta vez para renovar o Congresso ianque, e a facção política de Obama, o Partido Democrata, arrisca ficar sem maioria no legislativo por causa da insatisfação generalizada dos trabalhadores de lá com o desemprego e com a precarização contínua das suas condições de vida.

Além disso, porém, o PAC do Obama parece servir à preparação da infraestrutura e da economia ianques para uma nova grande guerra imperialista, bem como o “New Deal” (“Novo Ajuste”) de Franklin Roosevelt, um enorme programa de obras públicas que funcionou como preliminar visando a solução final dos monopólios para o problema do crescimento econômico. No caso, o desaguadouro da crise de superprodução da década de 1930 na segunda grande guerra imperialista pela partilha do mundo entre as associações de capitalistas das grandes potências.

Viram as betoneiras e rufam os tambores

No início daquela década, o USA tinha 14 milhões de desempregados. Com o “New Deal”, a administração Roosevelt construiu ou restaurou 400 mil quilômetros de estradas, levantou 40 mil escolas e instalou 3,5 milhões de metros de tubulações de água e esgoto. No final da década de 1930, o USA ainda tinha 9 milhões de desempregados, e o problema só foi minimizado mesmo quando a crise de então descambou para a guerra.

Os economistas mais consequentes, mesmo os que trabalham para a burguesia, aprenderam uma lição com o “New Deal”: investimentos em infraestrutura não estimulam a economia capitalista rapidamente. Hoje, o USA tem 15 milhões de pessoas que não conseguem encontrar trabalho. O PAC do Obama prevê a recuperação de 240,4 mil quilômetros de estradas e a construção de 6,4 mil quilômetros de ferrovias. Tendo em vista que o prazo do plano é de curtos seis anos, tudo indica que o “New New Deal” da atual administração ianque serve aos mesmos propósitos a que o “New Deal” serviu há 80 anos. Trata-se de uma política de guerra, visando a guerra, pensada para a guerra, para esperar a guerra, para ser complementada com a guerra.

Não é por acaso que o PAC do Obama tem orçamento de US$ 50 bilhões, enquanto os gastos militares anuais com os esforços já em curso pela partilha do mundo estão na casa do trilhão de dólares. O imperialismo vira as betoneiras em casa ao mesmo tempo em que faz rufar os tambores do enfrentamento com os outros blocos de poder global.

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