Palestinos dizem não à ‘paz’ dos senhores da guerra

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Palestinos dizem não à ‘paz’ dos senhores da guerra

Mais uma vez os maiores assassinos do planeta enchem a boca para falar de “paz”. Nos primeiros dias de setembro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, atenderam ao chamado de Obama e correram para a capital ianque, Washington, a fim de relançarem uma negociação fictícia, já que não há diálogo possível entre invasores e invadidos, opressores e oprimidos, senão aquele para definir os termos da traição de quem se senta à mesa com os assassinos do seu povo.

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Sionista, ianque e traidor nacional negociam a paz de mentira

Encenações periódicas como esta entre a Autoridade Palestina e o sionismo, sempre sob a chancela do chefe ianque de turno (Clinton, Bush e agora Obama) e chamadas de “rodadas pela paz”, servem apenas para fazer os crimes de Israel passarem como meras contendas com os palestinos passíveis de conciliações de cúpula.

Tanto que os marcos de mais esta rodada de empulhações também já foram delineados pelo monopólio internacional da imprensa, que se apressou em enumerar supostos “pontos de divergência” pendentes entre israelenses e palestinos, como se fosse o caso de se negociar soluções isoladas acerca de questões que constam em uma agenda elaborada pelo USA, financiador do inimigo sionista, quando a única solução justa é o fim do Estado ilegítimo de Israel, a expulsão dos invasores, a restituição da Palestina aos palestinos e a reparação às vítimas de mais de meio século de roubos, mortes e perseguições.

Assim,  fala-se que israelenses e palestinos precisam conversar a respeito da soberania sobre os bairros árabes de Jerusalém, sobre o retorno de quatro milhões de refugiados palestinos espalhados pelo mundo, sobre o controle das fontes de água potável na Palestina invadida e a questão da multiplicação de colonatos sionistas na Cisjordânia. Pairando sobre todos estes pontos está a panacéia dos dois Estados, um sionista e outro palestino — ápice da encenação pacifista, uma vez que esta hipótese não passa pela cabeça dos chefes sionistas e muito menos é levada a sério pelos palestinos mais combativos e consequentes.

Um recado para os assassinos e traidores

O que não se diz é que Israel considera Jerusalém para sempre sua capital, não sendo divisível ou negociável; que Israel descumpre a resolução 194 da ONU sobre o direito de regresso e compensação dos refugiados palestinos; que Israel não abre mão do controle militar total sobre as fontes de águas doce na Palestina invadida; e que Israel não admite o desmantelamento dos colonatos nem tampouco cogita frear sua expansão.

Estas constatações mostram de forma clara que mesmo a agenda ditada pelas potências para a chamada “questão palestina” — agenda que respalda a invasão sionista, insistindo que é possível humanizá-la, e a existência do Estado de Israel — não resiste à mera confrontação com a realidade, o que por si só torna mais esta cúpula patrocinada pelo USA uma fraude.

O que também se evidencia à luz destes fatos é a disposição de Abbas e da OLP de seguir colaborando com as patranhas do sionismo e do imperialismo ianque. Hoje, Abbas é visto como ilegítimo e mentiroso mesmo entre os adeptos do engodo pacifista: ele disse que só iria “negociar” com Israel se a construção de novos colonatos na Cisjordânia fosse suspensa, mas atendeu prontamente ao chamado de Obama e Hillary, mesmo com os sionistas expandindo sua ocupação, e ainda que as condições para a realização da cúpula tenham partido todas de Netanyahu. O traidor não consegue mais sequer fazer quórum nas reuniões do Comitê Executivo da OLP.

Ao mesmo tempo, a preocupação do sionismo e dos ianques é não enfraquecer demais a autoridade de Abbas, tendo em vista que, tal como Arafat, ele vem desempenhando com competência seu papel de pivô das manobras para a perpetuação da ofensiva colonial na Palestina.

Por tudo isso, a resistência, autêntica representante do seu povo, tratou de mostrar ao sionismo e aos ianques que a Palestina ansiosa por libertação não reconhece os armistícios dos assassinos e dos traidores. No dia 1º de setembro, véspera dos primeiros apertos de mãos entre Abbas, Obama e Netanyahu, quatro colonos foram mortos perto de Hebron. E o recado estava dado.  

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