Manifestação em defesa dos presos palestinos
Graças à mobilização da resistência e da repercussão garantida não pelos baluartes da imprensa burguesa internacional, mas sim por causa das denúncias do povo de Gaza e da Cisjordânia e de sua amplificação pela rede de organizações e indivíduos solidários ao povo palestino, uma cruel nuance da ocupação fascista-sionista da Palestina, a situação dos presos políticos palestinos, vem gerando uma indignação cada vez maior, dadas as condições desumanas com que o Estado criminoso de Israel “gerencia”, por assim dizer, esta parte estratégica do seu projeto de genocídio.
O final de 2012 foi marcado em Gaza e na Cisjordânia por grandes manifestações populares de apoio à justa resistência palestina contra o sionismo opressor, manifestações nas quais se enfatizou a grave situação dos presos políticos palestinos e se prestou solidariedade e apoio à corajosa greve de fome que vêm sendo levada à cabo por alguns deles nas masmorras de Israel.
No último dia 30 de dezembro, um domingo, milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza em apoio aos mais de cinco mil presos políticos palestinos que Israel mantém atrás das grades ou em campos de concentração em condições odiosas, sem direitos, garantias, sem assistência médica, sem permissão de receber visitas, a maioria sem julgamento, trancafiados sem provas, a título de “prisões administrativas”, em um permanente esforço do inimigo, como se faz com todo preso político, para lhes arrancar a dignidade e o ânimo para a luta de libertação.
Pois alguns desses presos políticos palestinos estão há meses em greve de fome contra os maus tratos que recebem, mas sobretudo como maneira de contribuir, da forma que podem, com a resistência do seu povo ao sionismo covarde.
Na Palestina, toda prisão é política
Sua atitude encontrou grande respaldo em Gaza e na Cisjordânia, inclusive dos seus próprios familiares, profundamente conscientizados sobre a importância política desta ação.
Na Cisjordânia, em uma retumbante e espontânea manifestação – ao contrário das aglomerações organizadas pelo Fatah para simular apoio do povo palestino à traidora Autoridade Nacional Palestina – levada a cabo no dia 13 de dezembro para comemorar o 25º aniversário do Hamas, chamou a atenção a quantidade de fotos de presos políticos palestinos erguidas em cartazes no meio da multidão.
Só em 2012 o sionismo prendeu nada menos do que 900 crianças palestinas, em uma das faces mais infames da opressão a que aquela gente vem sendo há décadas submetida. Enquanto a heroica resistência protesta nas ruas e enfrenta o sionismo de arma em punho, a conciliadora Autoridade Nacional Palestina diz que vai processar Israel no Tribunal Penal Internacional pelas prisões infantis, ou seja, vai mais uma vez avalizar a farsa de que a chamada “Questão Palestina” pode se resolver no âmbito das instituições da “comunidade internacional”, justamente o coletivo de potências fiadoras do genocídio.
Desde 1967 o Estado genocida de Israel já transformou mais de 750 mil palestinos em prisioneiros, entre os quais 23 mil mulheres e 25 mil crianças, muitas sequestradas quando estavam a caminho da escola. Os números permitem fazer a conta de que pelo menos 20% da população da Cisjordânia já passou pelas masmorras israelenses, ou de que pelo menos um membro de cada família palestina já foi um preso político do sionismo.
Sim, preso político. Se no limite toda prisão é política, como diz o jurista brasileiro Nilo Batista, toda prisão de um palestino por um soldado ou policial israelense o é ainda mais, uma vez que se trata de uma sangrenta colonização da Palestina alicerçada em um macabro empreendimento, de larga envergadura, de extermínio dos verdadeiros donos daquela terra.