Pará: Operação “Paz no Campo” continua matando camponeses

Pará: Operação “Paz no Campo” continua matando camponeses

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O Cebraspo (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos) denunciou que de janeiro a setembro deste ano, nove camponeses foram covardemente assassinados no sul do Pará, por bandos de pistoleiros a mando dos latifundiários. Cícero, Raimundo, Rivaldo, Foguinho, Carlito, Assis, José Filho, Rodolfo e Edivaldo Sousa do Nascimento, este conhecido pelo apelido de "Bagaceira". Todos eles participavam, no sul do Pará, da luta pela terra, sendo que a maioria esteve diretamente envolvida na tomada da Fazenda Forkilha, em setembro de 2007.

Os leitores de AND têm acompanhado os desdobramentos da luta pela Forkilha e da sangrenta operação "Paz no Campo" desencadeada pelo governo de Ana Júlia Carepa-PT que torturou e prendeu centenas de camponeses e prossegue assassinando tantos outros. [ver AND nº 39, janeiro de 2008— Operação de guerra promove saque, tortura e prisão de camponeses no sul do Pará].

Já se passaram mais de nove meses desde a chamada "Operação Paz no Campo", e a situação dos camponeses só piorou.

"A situação hoje em Redenção e região, após a operação terror no campo mergulhou num estado de sítio, onde centenas de camponeses, de diversas áreas e movimentos, estão sendo despejados de posses que ocupavam há vários anos, perseguidos e assassinados de forma brutal", denunciou a LCP em nota.

Recentemente, no município de Conceição do Araguaia, camponeses acampados na Fazenda Cinzeiro foram violentamente despejados por pistoleiros. Depois disso, juntamente com o latifundiário, eles foram atacados na casa onde estavam dormindo, foram agredidos e seus familiares humilhados. Seis deles, incluindo um senhor de 75 anos de idade, foram arbitrariamente presos e mantidos na prisão durante dois meses.

Os assassinatos de camponeses por pistoleiros, a serviço dos latifundiários, seguem acontecendo sob o silêncio cúmplice de autoridades estaduais, órgãos federais, representantes do Ministério Público estadual, membros do Judiciário e partidos políticos ditos "de esquerda".

O Centro de Solidariedade denunciou ainda que "Pistoleiros chegaram ao absurdo de exibir listas com nomes das próximas vítimas nas quais constava o valor, em dinheiro, de suas 'cabeças'. Eles seguem camponeses, rondam suas casas, exibem armas, sem qualquer constrangimento ou preocupação de serem presos."

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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