Pelo fim da ocupação colonial-sionista da Palestina!

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Pelo fim da ocupação colonial-sionista da Palestina!

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Familiares dos prisioneiros palestinos protestam em Gaza

Setembro foi curioso para tudo o que cerca a chamada “questão palestina”. De uma hora para outra, pró-sionistas até a alma da “comunidade internacional” e do monopólio internacional dos meios de comunicação desataram a declarar apoio à criação de um Estado palestino. Baluartes da imprensa burguesa disseram que chegou “a hora e a vez do Estado palestino”, e até a gerente de turno da semicolônia Brasil, Dilma, cacarejou seu apoio à solução dos dois Estados na Palestina invadida.

Ante a inquebrantável resistência palestina, o sionismo e o USA estão sempre em busca de argumentos que justifiquem o prosseguimento do projeto de limpeza étnica que há tempos vêm levando a cabo na Palestina invadida, e a ventilação da possibilidade de criação de um Estado palestino ao lado de Israel é mais um subterfúrgio para cimentar o terreno para novos massacres, e todos os sionistas de carteirinha que andaram fomentando a ilusão de um Estado palestino sabem disso.

Um Estado palestino refém do imperialismo em vez do fim da ocupação colonial-sionista da Palestina é algo que pode até ser acertado entre o USA e Israel e os palestinos domesticados reunidos na Autoridade Palestina, mas que jamais será aceito pelo povo palestino dedicado a uma histórica luta pela restituição das suas propriedades e pela compensação por mais de meio século de crimes.

Sendo assim, a “comunidade internacional” e seus fieis lacaios, como Dilma, sabem muito bem que tomam parte em uma grande provocação. Uma prova disso é o fato de que há meses o exército de Israel vem armando e treinando colonos judeus da Cisjordânia para confrontos com os palestinos da região na sequência do anunciado veto do USA à criação do Estado palestino no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.

A onda de apoio internacional à criação do Estado palestino é parte de um processo iniciado há pouco mais de dois anos por Obama em seu famoso discurso em Cairo, no Egito. Naquela feita, mais precisamente no dia 4 de junho de 2009, o chefe de turno do imperialismo ianque disse, demagogicamente e bem à moda da doutrina Obama – a de maquiar a opressão -, que a situação dos palestinos sem Estado era “intolerável”.

Estado palestino desarmado e curvado

O passo seguinte se deu quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, admitiu poucos dias após o discurso de Obama no Cairo a possibilidade da falsa solução biestatal. Eis o Estado palestino que Netanyahu disse então que poderia admitir: “o território dado aos palestinos será sem exército, sem controle do espaço aéreo, sem entrada de armas, sem a possibilidade de se fazer alianças com o Irã ou com o Hezbollah”.

Além disso, Netanyahu deixou bem claro outra condição fundamental que o sionismo impunha – e impõe – para a eventualidade da criação deste Estado palestino desarmado, reduzido a uma fração da terra a que eles têm direito, sem soberania e com a diplomacia ditada pelo inimigo: que os palestinos “reconheçam de maneira sincera e pública que Israel é o país do povo judeu”.

A ideia, que na prática significaria a mais absoluta capitulação do povo palestino, foi comprada pelo traidor Mahmoud Abbas com tanto entusiasmo que no último dia 23 de setembro o velho “Abu Mazen” foi comportadamente até a instância máxima de negociação entre as potências militares, o Conselho de Segurança na ONU, protocolar seu pedido de reconhecimento de um Estado palestino por parte do imperialismo. Em outras palavras, a benção do inimigo para tentar fazer a derrota parecer vitória.

O Estado palestino que Abbas aceita é tão bom para o sionismo e o imperialismo ianque que Israel só ainda não concordou com ele porque seus senhores da guerra preferem mesmo é o povo palestino exterminado, em vez de confinado, e a criação de uma entidade estatal criaria problemas para as missões de bombardeio e execuções por parte do exército israelense em território palestino. Já Obama só não o aceita porque tem compromissos assumidos com os sionistas do USA.

Milhares em greve de fome

Milhares de palestinos presos em penitenciárias de Israel iniciaram uma greve de fome no dia 28 de setembro para denunciar o isolamento carcerário.

“Posso confirmar que todos os palestinos detidos nas prisões israelenses iniciaram uma greve de fome de três dias, que pode ser prolongada, como advertência à administração israelense”, afirmou o ministro de Prisioneiros da Autoridade Palestina, Issa Qaraqae.

A greve, no entanto, não foi encerrada em três dias e os prisioneiros permaneciam protestando até o fechamento desta edição de AND (4/10).

A Campanha pela liberdade de Ahmad Sa’adat Expressou profunda solidariedade aos prisioneiros em greve de fomo no estado da Califórnia(ver matéria nessa página).

Além dos milhares de palestinos em greve de fome, “Quase 200 presos da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e outros iniciaram na terça-feira (27 de setembro) uma greve de fome ilimitada para protestar contra o isolamento contínuo de seu secretário-geral, Ahmad Saadat, há quatro anos”, disse Qaraqae, que também afirmou que “Há presos isolados há 10 anos”.

Atualmente, mais de 5 mil palestinos estão detidos em Israel. Desses, cerca de 200 são menores de idade.

No dia 3 de outubro milhares de palestinos se manifestaram na Cisjordânia e em Gaza em solidariedade aos presos em greve de fome. Cerca de 2 mil pessoas também protestaram em frente a sede da Cruz Vermelha, em Nablus, norte da Cisjordânia, exibindo fotos dos prisioneiros e faixas com a inscrição “Não ao isolamento carcerário”.

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