Pelo fim do antro da tortura na América Latina

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Pelo fim do antro da tortura na América Latina

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26 presos por protestarem contra centro de formação de torturadores

No final do último mês de novembro, 26 pessoas foram presas durante um protesto que reuniu milhares de manifestantes em frente à sede da Escola das Américas, Fort Benning, no Estado da Georgia. É na Escola das Américas que o imperialismo ianque forma boa parte do seus quadros de espiões, sabotadores, torturadores e contrarrevolucionários em geral para atuarem a soldo de Washington nos países da América Latina.

Os presos poderão pegar de seis a cinco anos de prisão, além de arriscarem ter que desembolsar multa de US$ 5 mil, porque foram detidos sob acusação de crime federal por terem ocupado a pista de aterrissagem do complexo militar de Fort Benning. Nos últimos 20 anos mais de 200 pessoas foram presas e condenadas no USA por terem participado de protestos contra a Escola das Américas, conhecida entre as organizações populares como “Escola de Assassinos”.

O retumbante protesto em frente ao Forte Benning fez parte da Semana de Ações pelo Fechamento da Escola das Américas, que contou com a participação de milhares de pessoas de norte a sul do continente americano em manifestações coordenadas pelo Observatório da Escola das Américas (SOA Watch) que aconteceram entre 16 e 21 de novembro do ano passado. Em muitos países foram recolhidas assinaturas junto ao povo para um documento exigindo que os gerentes políticos da região parem de enviar soldados para serem treinados nas artes contrarrevolucionárias do império.

A famigerada Escola das Américas existe desde a década de 1940, quando foi inaugurada pelos ianques no Panamá. Em meados da década de 1980 foi transferida para o USA, para sua sede atual. Em 2001, a escola foi rebatizada com o nome Instituto do Hemisfério Ocidental de Cooperação de Segurança (Whinsec, na sigla em inglês), após uma encenação promovida pelo então chefe ianque, Bill Clinton, que ordenou o fechamento da “Escola de Assassinos” para reabri-la um mês depois com o novo nome.

Evo quer a sua própria Escola de Assassinos

Entre os mais notórios diplomados na Escola de Assassinos do USA para atuarem a serviço do imperialismo na América Latina estão:

Manuel Noriega, designado pela CIA para gerenciar o Panamá na década de 1980. Graduou-se na Escola das Américas em 1967;

Telmo Hurtado, oficial que participou do famoso massacre de Accomarca, no Peru, em 1985, quando 69 camponeses foram executados pelo exército, incluindo seis crianças. Graduou-se na Escola das Américas em 1982;

Vladimiro Montesinos, repressor de carteirinha que foi chefe do serviço de inteligência do Peru durante a gerência de Alberto Fujimori;

Leopoldo Fortunato Galtieri, que entre 1981 e 1982 foi chefe da sangrenta Junta Militar que gerenciou a Argentina para o USA.

O genocida Augusto Pinochet não foi aluno da Escola das Américas, apesar de ter sido o homem de confiança do USA no Chile. Não obstante, pelo menos um em cada sete membros da direção da DINA, a polícia secreta de Pinochet, era diplomado na “Escola de Assassinos”.

No México, pelo menos 13 militares de alta patente envolvidos na violenta ofensiva do Estado contra o povo nos estados de Chiapas, Guerrero, e Oaxaca foram “instruídos” na Escola das Américas. Na Colômbia, já se registrou que as brigadas militares e paramilitares comandadas por ex-alunos da Escola das Américas são especialmente sanguinárias.

Pelo menos 21 gorilas de alta patente que participaram do gerenciamento militar no Brasil receberam treinamento na famigerada escola do imperialismo.

Recentemente o gerente boliviano Evo Morales sugeriu que a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) crie o seu próprio instituto de preparação para as forças armadas da região. Dado o caráter antipopular das semicolônias que compõem a Unasul e a veia oportunista e vendepátria dos seus gerentes de turno, uma eventual Escola da Unasul estaria mais para filial da Escola das Américas do que para contraponto àquele centro de formação de opressores das massas.

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