Poemas revolucionários peruanos

Poemas revolucionários peruanos

JATUNSE PUKA NINA ACCHIN

 (Enorme chama vermelha ilumina)

 (1984)

Poema de Jovaldo, martirizado nas luminosas trincheiras de combate de Frontón

Fogem as sombras, os tigres 

se espantam

as bestas não contêm

o fogo a irromper;

se abrem os céus

com hinos

triunfais

cem mil vendavais

se escutam rugir.

Como uma estrela radiante

e formosa

luzindo preciosa

refulge feliz;

a enorme chama

de chullos¹

vestida;

a escuridão rompendo

em todo o país.

Já pela terra

triunfante na guerra

com fúria se impõe

sua espada a brandir;

os monstros de espuma

se afogam

em pranto

se quebram de espanto

ao verem-se ruir.

Como uma estrela radiante

e formosa

luzindo preciosa

refulge feliz;

a enorme chama

de chullos

vestida;

a escuridão rompendo

em todo o país.

¹chullo: gorro tradicional peruano.

INFLEXÍVEIS COMBATENTES 

(1987)

Poema de um prisioneiro de guerra anônimo, escrito desde as luminosas trincheiras de combate de Canto Grande

Em seu dourado cercado

os arquitetos da morte

afiam suas garras e presas de hiena

tramando nublar a consciênciados Prisioneiros de Guerra

amordaçar sua voz explosiva,

atar suas veias para conter seu sangue fervente

que rega os trigais

Canto Grande cárcere fascista

nascido das entranhas do monstro

em seu ventre maligno

retumba o estrondo de firmes combatentes,

semblante franzido, fazem tremer

seu comboio de uniformizados

minando a moral reacionária.

Não nos surpreende, que quando chega a tormenta

o grão permaneça e a palha voe

como as folhas de outono.

Os reacionários temem o ocaso

ao ver estalar o sol no horizonte

que esparrama chispas, incendiando o mundo.

Correm como búfalos enlouquecidos

cercados pela muralha de fogo

que em cinzas os converterão.

Somos Prisioneiros de Guerra

filhos do operário, do camponês

do professor.

Todos sob uma única bandeira,

juntamos nossas mãos

para beber a água coletiva

nesta nova primavera.

Poetas da guerra somos

escrevemos com chumbo a história.

Com canções e ferocidade

esmagamos os chacais

os fazendo vomitar sua negra baba.

Marchamos com o cataclisma incontível

tornando o céu azul num crepúsculo vermelho

envolvendo o mundo com a bandeira vermelha.

Saímos das profundidades dos mares

expulsando a nata podre, nauseabunda;

para que o mar se funda com o céu.

Prisioneiros de Guerra somos

de almas desprendidas ao infinito

não pertencemos a jinetes Átilas

somos grandioso tesouros dos deuses.

Homens de aço especial,

crisol do novo dia

espadas forjadas no mesmo campo de batalha.

Baluartes da árvore nascida

que um dia foi semente

Feitura do Presidente Gonzalo,

que desafiando a terra,

desprezando o próprio inferno

Assaltamos os céus!

TÊMPERA DISTINTA

Poema construído à partir de uma intervenção do Presidente Gonzalo, contido no livro “Tempos de Guerra”

Somos comunistas

de têmpera distinta

de material especial

Somos comunistas

dispostos a tudo

Sabemos

o que temos

que enfrentar

O temos enfrentado já

O enfrentaremos amanhã

O amanhã será duro

mas

estaremos temperados

pelo passado

e nos forjamos

hoje.

Temos um alto otimismo

somos condutores

fazedores do amanhã

somos guias

estado maior

do invencível triunfo

da classe.

Por isso

somos

otimistas

participamos

das divinidades

do mundo atual

a massa

a classe

o Marxismo

a Revolução

Temos

inesgotável

entusiasmo

Somos fortes

otimistas

vigorosos de alma

E transbordamos

entusiasmo.

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