Poesias românticas em meio ao caos

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Poesias românticas em meio ao caos

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Conhecidos como ‘Os seresteiros do Brasil’, o quarteto vocal, Trovadores Urbanos, já fez milhares de serenatas, participando de histórias cheias de emoção e alegria, e dividiu o palco com artistas importantes como: Silvio Caldas, Inezita Barroso, Paulo Vanzolini, Toquinho, família Caymi. Há vinte anos eles fazem serenatas nas janelas, elevadores, árvores e todo canto da capital paulista, afamada pela dureza e frieza, comuns às grandes metrópoles.

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— Sempre fizemos serenatas em nossa terra, Avaré, interior do estado, e não via isso na capital. Trabalhava aqui em São Paulo como jornalista e também atuava como cantora, até que tive a ideia de abandonar tudo e montar um grupo de serenata. Liguei para os outros companheiros e começamos nossa trajetória, em 1990 — conta Maída Novaes, uma das integrantes do grupo que também tem seu irmão Juca Novaes, Eduardo Santana e Valéria Caram.

— A ideia era mostrar que a grande cidade de São Paulo, é um celeiro repleto de sentimentos humanos, e com abundância, e ao mesmo lutar para que continue a ser. A serenata dos trovadores é uma homenagem a esses sentimentos, que para nós nunca sairão de mora, porque precisamos desses valores para viver bem — comenta Maída.

Eu e o Juca somos de uma família de músicos, inclusive ele é compositor e produtor musical. O Edu Santana tem sua carreira solo e um estúdio de gravação, e a Valéria Caram é professora. A música, o prazer de cantar e levar alegria para as pessoas é a nossa grande ligação — continua.

São 20 anos de muito trabalho e momentos, segundo Maída, inesquecíveis.

— Temos o prazer de escolher um repertório especial e variado para cada situação que somos solicitados.  Estamos sempre no meio das reconciliações e ‘guerras’ amorosas e homenagens de pais e filhos, enfim, não falta motivos para chamarem os trovadores. Tanto que pensamos escrever um livro, a partir do próximo ano, com muitas histórias engraçadas e bonitas — acrescenta.

Maída conta que a grande maioria dos pedidos de serenatas são para a capital, o resto para o interior do estado.

— Cantamos em tudo que é lugar. Por exemplo, dentro de táxis, ônibus, em cima de árvores, de telhado, no cemitério, na pracinha, no salão de cabeleireiro, dentro da faculdade, e muito mais. Mas a grande maioria das serenatas acontecem mesmo dentro de apartamentos e nas janelas das casas. Procuramos pegar o melhor cenário possível para realizá-la — fala Maída, acrescentando que o grupo conta com pelo menos quarenta músicos que são solicitados ocasionalmente.

— Este ano temos também um outro projeto que está fazendo muito sucesso, o ‘Seresta de sexta’. Eu e um violonista ficamos na sacada da casa dos Trovadores, cantando para as pessoas na rua, todas as sextas-feiras, das 20 as 22h. Lota de gente aqui em frente da nossa sede.

Para realizá-lo da melhor forma possível mandamos pintar a casa e iluminá-la com luzes coloridas, com direito a pipoqueiro na porta — avisa animada.

— Todos os meses trocamos toda a decoração, porque mudamos o tema. Por exemplo, em agosto o tema foi os cem anos do Adoniram Barbosa, já em setembro foi a primavera, com uma casa inteiramente florida e atendimento de pedido de música. Também distribuímos flores para as pessoas. A ideia é agradecer o povo de São Paulo pelo carinho que tem nos dado, e a alegria que tem nos proporcionado de viver de uma profissão tão bonita que é a de seresteiro — revela.

Romantismo nas janelas e nos palcos

Desde o início os Trovadores fazem shows paralelos ao trabalho de seresteiros. O grupo já gravou discos, se apresentou por todo o país e fez algumas turnês pela Europa.

— Ficamos cinco anos ao lado do Sílvio Caldas aprendendo canções de sua época, e conhecendo sua experiência fantástica. Também com o Zuza Homem de Mello, presente nos discos, ‘Brejeiro’ e ‘Canções paulistas’, um dos mais importantes da nossa carreira, falando da música de São Paulo e suas várias vertentes — conta.

Tivemos uma belíssima participação do Maurício Maestro, do grupo Boca Livre, no nosso CD ‘Copacabana’, uma homenagem ao Rio de Janeiro. E agora estamos comemorando os 20 anos de carreira com o lançamento do nosso sétimo CD, ‘Amor até o fim’, e um show com oito músicos no palco. O disco traz as canções principais da nossa trajetória — continua.

Segundo a trupe, o novo disco mostra bom gosto e competência musical, com um repertório ambientado nos anos de 1970. O CD tem arranjos do multi-instrumentista paulista Pichu Borrelli, e uma canção, de Magro Waghabi, do MPB4. São dezesseis músicas, que são sambas ‘suingados’ e canções românticas.

— No próximo ano pretendemos lançar o CD ‘Paulistinhas’, o primeiro dos Trovadores Mirins, que são os filhotes dos Trovadores. Eles existem desde 1995. Na primeira formação fez parte Bruna Caram, que hoje segue carreira de cantora aqui em São Paulo. Já tivemos várias formações, atualmente são seis crianças acompanhadas de um violonista, todos vestidos estilo anos 20, igual a nós — fala com alegria.

Segundo Maída eles vão aos locais solicitados, que  geralmente são por ocasião de nascimento, chás de bebês, encontros de senhoras e outros que pedem um repertório mais delicado.

Para entrar em contato com os Trovadores Urbanos e Mirins:  www.trovadores.com.br ou (11) 2595-0100 e (11) 3871-2666.

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