Pressão internacionalista liberta Sison

Pressão internacionalista liberta Sison

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O professor José Maria Sison, presidente e um dos fundadores da ILPS — Liga Internacional de Luta dos Povos, foi libertado na quinta-feira, dia 13 de setembro, da prisão onde se encontrava desde o dia 28 de agosto.

Manifestação pela libertação de Sison no Consulado da Holanda em Belo Horizonte

A atual gerente semicolonial das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, tem intensificado a perseguição aos revolucionários filipinos, tendo prendido e assassinado vários patriotas, inclusive, advogados do povo.

Já em 2002, os governos holandês, britânico e a União Européia tentaram enquadrar o Prof. Sison na infame qualificação de terrorista inventada pelo imperialismo ianque e negociada com diversos países — espécie de reedição do pacto anticomunista adotado entre Hitler (Alemanha), Hiroíto (Japão) e Mussolini (Itália). Novamente, foram derrotados.

Dessa vez, valendo-se de acusações forjadas, a polícia holandesa realizou nova investida contra Jose Maria Sison e outros democratas filipinos residentes na Holanda, notadamente na cidade de Utrecht. A polícia fez simultâneos e repentinos ataques a várias casas de filipinos, inclusive no escritório da NDFP — Frente Nacional Democrática das Filipinas. A prisão do Prof. Sison aconteceu depois que a Corte Suprema das Filipinas julgou, e arquivou vários casos políticos contra ele e outras pessoas.

O Prof. Sison foi detido quando estava na sede da polícia de Utrecht, onde compareceu depois de ter recebido um convite deles, supostamente, para prestar novas informações, uma vez que a queixa contra ele foi arquivada em 2001.

De acordo com advogado de Sison, que o acompanhou à delegacia, ele foi levado a uma outra sala para, supostamente, responder perguntas. Mas depois que estava sozinho neste lugar, foi levado, sem o conhecimento de seu advogado, para longe, para a Penitenciária Nacional, em Scheveningen, Haia.

Julie Sison, esposa de Sison, disse que por volta das 9:30 horas a polícia holandesa chegou à sua casa e nem sequer tocou a campainha, mas em vez disso arrebentou sua porta principal. A ela, lhe foi pedido para sentar-se em um canto de sua casa enquanto a polícia carregava seus computadores, documentos, discos laser e outros arquivos. A procura durou até o início da noite.

Chantagem X solidariedade

Simultaneamente à prisão de Sison e às buscas em sua casa, o Escritório Internacional de Informação do NDFP e várias outras casas de filipinos, em Utrecht, foram invadidas. A polícia holandesa confiscou computadores, computadores portáteis, papéis, disquetes, memória morta de disco laser, e DVDs.

No mesmo dia da prisão de Sison, o Comitê Defend divulgou uma nota na qual condena a prisão e prometeu intensas manifestações em vários países:

"Semelhantemente, a polícia holandesa arquivou denúncias contra ele e também a Corte Européia, no dia 11 de julho passado, em Luxemburgo, anulou a inclusão do nome do Prof. Sison no Conselho europeu como "terrorista", já que ao mesmo não se conseguiu dar uma razão válida para esta inclusão.

A prisão do Prof. Sison e as buscas em várias casas de filipinos têm um claro motivo político. O enviado de UE, Javier Solana disse que a etiqueta de "terrorista" empregada contra o Partido Comunista das Filipinas, contra o Novo Exército do Povo NPA e contra o Prof. Sison seria derrubada se eles capitulassem.

As Filipinas, a Holanda e o USA usam processos judiciais, por pressão política, contra o NDFP para que ele se renda ao governo de Manila.

O Comitê Defend responsabilizou o governo holandês por quaisquer danos que pudessem acontecer a Sison, inclusive por sua eventual rendição a qualquer país fora dos Países Baixos, enquanto sob custódia. O Comitê Defend anunciou que, em represália, haveria mobilizações de protesto nas Filipinas, Canadá, EUA, Austrália, Hong Kong, Indonésia e vários países da Europa e de outros continentes."

No Brasil, Belo Horizonte sediou uma manifestação em frente ao consulado da Holanda que entregou um documento de repúdio à prisão de Sison nas mãos da cônsul honorária, Monique Looman. A cônsul prometeu encaminhar o documento ao embaixador do país no Brasil. Também aconteceu manifestação no Rio de Janeiro, todas organizadas pelo Núcleo dos Advogados do Povo — Brasil, pelo Centro Brasileiro de Solidariedade ao Povos — Cebraspo, Liga Internacional de Luta dos Povos — ILPS, além de diversos sindicatos e organizações do movimento estudantil.

Outros protestos foram realizados em Milão, Londres, Bruxelas, Istambul, Otawa e Vancouver (Canadá), Oslo (Noruega), Hong Kong, Jacarta (Indonésia), Sydney (Austrália), Viena (Áustria), Washington, Los Angeles e Nova Iorque (USA), Seul (Coréia do Sul), além da própria Holanda e várias cidades das Filipinas.

Enfim, a liberdade

Em 13 de setembro, chegou a ser divulgada uma notícia de que um tribunal da Holanda teria prorrogado a detenção de Jose Maria Sison por mais noventa dias. No entanto, o Tribunal de Haia ordenou sua soltura por evidente falta de provas para incriminá-lo.

Sison é responsável pela criação, em 1969, do Novo Exército do Povo, além de membro fundador do Partido Comunista das Filipinas, em 1968, dando início à luta insurgente nas Filipinas contra as classes reacionárias internas e o imperialismo ianque. Sob a vigência da administração fascista de Ferdinand Marcos, Sison permaneceu encarcerado — 1986 a 1977. Jose Maria Sison solicitou asilo na Holanda em 1988, o que obteve, definitivamente, em 1992 pela Suprema Corte, ratificado em 1995.

Agora, ao sair da prisão, O professor Sison foi recebido por conterrâneos e representantes de movimentos internacionalistas, que o aguardavam para uma grande comemoração.

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