O proletariado inglês saiu às ruas de Londres para protestar contra o arrocho
“Se não há solução, haverá revolução!”. Com este grito de guerra – guerra contra a burguesia parasita, contra o Estado opressor, contra os banqueiros sanguessugas – os estudantes da Espanha em luta no início de outubro contra a devastação que vem sendo feita na educação no país deram o tom do ânimo que toma conta da Europa do mundo do trabalho em franca, aberta e radicalizada luta contra a Europa do capital monopolista em crise.
Fartos de tantas medidas antipovo, anunciadas dia sim, outro também em várias nações do continente castigadas pela crise geral do capitalismo, o povo europeu parece cada vez mais consciente que nenhuma reforma, nenhum governo burguês e nenhum “pacote de austeridade” tornará possível para as massas trabalhadoras atingir seus anseios de classe, de que só o caminho revolucionário proporcionará liberdade de fato, democracia verdadeira e verdadeira emancipação ante as classes opressoras. A centelha está acesa!
Assim entende, por exemplo, o povo português, que juntamente com o próprio povo espanhol dará um retumbante exemplo de internacionalismo proletário no próximo dia 14 de novembro, data marcada para a “primeira greve geral ibérica”, que pode ainda contar com a adesão dos trabalhadores de outras nações europeias.
No dia 20 de outubro o chão tremeu em toda a Grã-Bretanha com retumbantes marchas proletárias nas cidades de Londres, Glasgow e Belfast, respectivamente na Inglaterra, na Escócia e na Irlanda do Norte, em protesto contra o maior arrocho imposto às classes populares britânicas desde a guerra movida na década de 1980 pela “Dama de Ferro” Margareth Thatcher contra os sindicatos e os direitos historicamente conquistados pela classe operária.
18 de outubro:inicia-se a quinta greve do ano na Grécia
Em Londres, as massas trabalhadoras gritavam em coro: “Plebes do mundo, uni-vos”, remetendo à famosa exortação para a organização e luta internacionalista dos trabalhadores escrita por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista, e ironizando um alto membro do partido do primeiro-ministro David Cameron que tentou depreciar um policial chamando-o de “plebe”, um insulto classista na Grã-Bretanha, tendo por isso sido demitido do “governo” britânico.
Na Grécia, causou indignação popular a “solução” anunciada pelo governo fantoche de Antonis Samaras pata tentar conter a disparada dos preços dos alimentos no país: desde o dia 22 de outubro começaram a ser vendidos alimentos fora do prazo de validade com preços mais baixos, em mais um insulto à dignidade do povo trabalhador.
Operários em luta na França
No dia 18 de outubro, uma quinta-feira, a Grécia foi palco da segunda greve geral durante o gerenciamento de Samaras, a quinta só em 2012, e esta contra o enésimo anúncio de cortes orçamentários, que desta vez vão subtrair mais 13,5 bilhões de euros dos salários, dos serviços públicos e das demais obrigações do Estado ao longo dos anos de 2013 e 2014.
Em 9 de outubro milhares de trabalhadores e estudantes franceses saíram às ruas de Paris e de outras cidades da nação, como Lyon, Marselha, Toulouse, Bordeaux e Rennes, para protestar contra as demissões em massa e contra o tratado de austeridade aprovado naquele mesmo dia pelo Parlamento francês com os votos unidos da falsa esquerda (Partido Socialista) e da direita assumida (UMP).
Na capital, foi especialmente corajoso o protesto de operários da fabricante de carros Peugeot Citroën, que marcharam até o local onde acontecia o Salão do Automóvel de Paris, suntuoso evento internacional onde as montadoras expõem as novidades prestes a saírem de suas fábricas, para protestarem contra o fechamento de uma fábrica onde trabalham oito mil pessoas. Radicalizados foram também os protestos dos trabalhadores da Arcelor Mittal contra o fechamento de uma fábrica na cidade de Florange, no norte da França.
É bom lembrar que o presidente “socialista” eleito recentemente na França, François Hollande, havia prometido, quando em campanha eleitoreira, não ratificar o famigerado tratado antipovo, de demissões e de arrocho salarial, mas não tardou em esquecer o que havia dito enquanto pedia votos ao povo.
Na Itália, no dia 12 de outubro, cerca de 10 mil estudantes do ensino médio e do ensino superior se concentraram em frente à sede da União Europeia em Roma para protestar contra os constantes aumentos das mensalidades por causa dos sucessivos pacotes de austeridade que vêm sendo impostos ao povo pelo “governo” títere de Bruxelas.