Os protestos do dia 15 de outubro pelo mundo: Roma
No dia 15 de outubro, o movimento “Ocupem Wall Street”, de protestos, ocupações e marchas, empreendeu novas ações.
Desde o desencadeamento do movimento em setembro, centenas de manifestantes foram detidos pelas forças de repressão do Estado ianque. Isso não impediu que os protestos se agigantassem em Nova Iorque, e em Washington, Los Angeles, Boston, Atlanta e outros grandes centros do USA. Milhares de pessoas participaram das manifestações que resultaram em enfrentamentos e dezenas de pessoas presas e outras tantas espancadas pela violenta polícia a serviço das autoridades ianques.
Em Boston, manifestantes bloquearam a entrada do Federal Reserve. Em Washington, os protestos extrapolaram a linha da denúncia do capital financeiro e se voltaram também contra as grandes corporações. Em Nova Iorque, cartazes mandavam o recado fundamental para os ricos e as “autoridades”: “os 99% não irão silenciar”. A mesma mensagem foi mandada aos políticos em Washington em uma gigantesca formação humana na Praça da Liberdade.
Os protestos do dia 15 de outubro pelo mundo: Time Square, Nova York
As lideranças incipientes do movimento “Ocupem Wall Street” denunciaram tentativas de políticos do partido de Obama, o Democrata, para se infiltrarem no movimento a fim de transformá-lo em elemento eleitoreiro visando a farsa eleitoral ianque marcada para 2012.
Na semana seguinte a esse dia de protestos, dando prosseguimento às mobilizações, centenas de acampamentos foram montados em praças e locais públicos no USA e em diversos países.
Mais uma vez a reação desatou dura repressão. Aproximadamente 130 manifestantes foram presos em Chicago porque se recusaram em desmontar o acampamento de “Ocupem Chicago”, no Parque Grant. Outras 23 pessoas foram presas no Texas no acampamento “Ocupem Dallas” , montado diante do Banco Chase.
Em Albany, uma situação no mínimo inusitada por se tratar de onde vem: policiais se negaram a cumprir a ordem do governador de Nova Iorque e se recusaram a prender os manifestantes que permanecem acampados nas ruas do capitólio do estado.
No dia 26 de outubro, em Oakland, na Califórnia, ocorreram fortes enfrentamentos entre manifestantes do movimento “Ocupem Oakland” e a polícia. Os publicais manifestantes com cassetetes e gás de pimenta. Apesar da repressão, a maior parte dos manifestantes, munida de máscaras de gás, permaneceu no local.
Os protestos se multiplicam em todo USA e contam com uma ampla rede de apoiadores, desde profissionais da saúde, que visitam os acampamentos prestando serviços aos manifestantes, até comerciantes, que fornecem alimentos para os acampados.
Labaredas se multiplicam
Os protestos do dia 15 de outubro pelo mundo: Madri
Os protestos desencadeados pelo povo estadunidense ganharam adesão em todos os continentes. Na Europa, as ruas tremeram sob a autoridade das massas. Só na Espanha foram mais de um milhão de pessoas nas ruas contra os corruptos, exploradores. Foram 500 mil em Madri e 300 mil em Barcelona no 15 de outubro. Em Londres o alvo foi o distrito financeiro, a City.
Em Portugal, 40 mil manifestantes ocuparam o centro de Lisboa. Na Bélgica, seis mil pessoas cercaram a bolsa de valores de Bruxelas. Em Berlim, Alemanha, 10 mil cercaram o Banco Central Europeu, que vem comandando intervenções antipovo na Grécia, na Irlanda e em Portugal. Na Itália, nada menos do que 200 mil pessoas marcharam nas ruas de Roma. Houve um bem sucedido ataque às instalações do ministério italiano da Defesa. O povo levou a cabo várias ações contra bancos e enfrentou a violência policial com pedras, garrafas coquetéis molotov.
Também houve relatos de protestos combativos na Austrália e Chile.
Burguesia sanguessuga, tremei!
Os protestos do dia 15 de outubro pelo mundo: Santiago
No último dia 15 de outubro as massas proletárias e a juventude indignada de todo o mundo saíram às ruas na mais agigantada ação coordenada em escala global em rechaço à grande rodada de políticas anti-povo que os governos fascistas e gerenciamentos semicoloniais ora tentam levar a cabo em meio aos espasmos de moribundo dos monopólios em profunda crise.
Os protestos foram especialmente retumbantes exatamente onde o capitalismo industrial é mais avançado, ou seja, na Europa e no USA das grandes corporações transnacionais, das máquinas de rapinagem e agressão aos povos, dos grandes monopólios em pleno processo de apodrecimento com a crise estrutural de superprodução relativa de mercadorias.
Multidões tomaram as ruas das principais cidades do USA e marcharam nas maiores capitais europeias em vigorosos protestos contra o desemprego galopante, contra os bancos, grandes financiadores da opressão perpetrada pelo capital monopolista, contra a repressão às classes populares e contra as políticas de arrocho das classes trabalhadoras requisitadas pelo grande capital aos gerentes e administradores dos Estados reacionários, que não se furtam a cumprir a cartilha com presteza.
Os protestos do dia 15 de outubro pelo mundo: Amsterdã
E se as massas revoltosas parecem ainda não gozar de organização e direções consequentes para o enfrentamento definitivo com seus inimigos, ainda que o ânimo para a luta possa ainda não ser propriamente o ânimo revolucionário radical necessário para jogar a opressão do capital na lata de lixo da história, erguem-se centenas de labaredas da indignação coletiva.
Em suma, estão aí os elementos para o acirramento dos processos revolucionários que, não se enganem os “moderados” em geral, estão em curso!