No dia 30 de março, uma ong pacifista chamada Stop the Wall (Pare com o Muro) divulgou um documento desnudando as relações militares entre o Estado criminoso e ilegítimo de Israel e a semicolônia Brasil gerenciada pelo PT. A organização ressalta que o fato de Israel manter há décadas uma ocupação brutal e criminosa na Palestina não dissuadiu o Brasil de se converter em um dos principais importadores de armas israelenses (o quinto maior em todo o mundo), muitas das quais apresentadas aos compradores como “testadas em campo”.
O relatório, de 30 páginas, mostra com números, dados e constatações como o Estado brasileiro – em especial o Estado sob a gerência petista – vem dando apoio à indústria israelense de armas:
- O Brasil assinou um acordo de cooperação de segurança com Israel no final de novembro de 2010 para facilitar os contratos militares bilaterais.
- As Forças Armadas brasileiras abriram um escritório em Tel Aviv em 2003.
- O Brasil recebe regularmente de Israel e envia para Israel delegações políticas e delegações econômicas patrocinadas pelo Estado com o objetivo de reforçar os laços militares.
- A Exposição Brasileira de Defesa LAAD recebe, anualmente, as mais importantes empresas israelenses de armas.
- Autoridades brasileiras declararam publicamente ter ajudado empresas israelenses de armas a entrar em contato com as forças armadas de outros países latino-americanos.
- Muitas companhias de armas e de segurança nacional israelenses têm obtido contratos no Brasil e com o Ministério da Defesa.
- A indústria militar israelense aponta para bilhões de dólares de contratos para a preparação dos jogos da Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil.
- A mesma empresa que fornece as armas que são usadas nas “execuções extrajudiciais” de palestinos por parte do exército de Israel e equipamentos para o famigerado muro da Cisjordânia, a Elbit Systems, possui inúmeros contratos com as Forças Armadas Brasileiras, inclusive com o projeto Guarani (de substituição dos blindados do exército brasileiro).
Mais mortes, mais ocupação
Enquanto isso, sob o olhar complacente das potências que lhe dão respaldo, que por vezes, diante de tantas atrocidades, esboçam reações escandalizadas – esbanjando demagogia –, o Estado ilegal de Israel segue com o projeto sionista de genocídio do povo palestino, com uma nova escalada dos crimes de sempre praticados naquela terra: assassinatos, mutilações, destruição do patrimônio do povo sitiado e ocupação do chão alheio.
Desde o início de 2011, o exército de Israel já matou 48 pessoas na Faixa de Gaza, entre as quais sete crianças, e feriu outras 153 com seus ataques aéreos, incluindo pelo menos 40 crianças. Só em uma ofensiva militar em Gaza realizada entre os dias 7 e 9 de abril, nada menos do que 19 palestinos foram assassinados, entre os quais duas crianças, duas mulheres e dois idosos. Outros 44 moradores de Gaza ficaram feridos. Os números são da organização Centro Al Mezan de Direitos Humanos.
O primeiro-ministro sionista de turno, Ehud Barak, havia dito: “se eles pararem de disparar, nós pararemos de disparar”. Pois o Hamas decretou um cessar-fogo, e Israel seguiu com os bombardeios, o que demonstra que a tal “paz” que determinados grupos tanto rogam para a Palestina ocupada não interessa ao sionismo. Não interessa a eles sequer a paz que costuma interessar aos opressores, a que pressupõe a submissão resignada dos oprimidos. Para Israel e seus senhores da guerra, interessa apenas a paz dos cemitérios – dos cemitérios de palestinos.
Na Cisjordânia, Israel ocupará uma porção ainda maior de território palestino. No dia 4 de abril, a comissão de planejamento municipal de Jerusalém aprovou a construção de mais de mil casas em território ocupado, ampliando o bairro judaico de Giló, construído sobre território usurpado na Guerra dos Seis Dias, em 1967 – terrenos “desapropriados dos palestinos por leis israelenses”, nas palavras de um vereador sionista.