Os militares de pijama, representados pelo coronel da reserva Lício Maciel, conhecido torturador, e por José Conegundes, tenente da reserva, relançaram o livro “Orvil – Tentativas de tomada do poder”.
O livro é resultado de uma missão atribuída ao Centro de Informações do Exército, em 1985, de formular uma resposta ao livro “Brasil Nunca Mais”, que relatava as torturas e perseguições do gerenciamento militar brasileiro, baseado nos processos políticos que tramitaram na justiça militar até 1979.
Orvil (livro ao contrário) foi proibido de ser publicado quando ficou pronto, em 1988. Anos depois, acabaram sendo lançados mil exemplares e agora a versão dos militares voltou às prateleiras.
O livro é um misto dos arquivos secretos do Exército e um punhado de mentiras e acusações, mas revela muito bem a ideologia por trás do golpe militar e que ainda vigora em muitas das instituições militares e policiais do país.
Caso Herzog investigado na OEA
A Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou um relatório de admissibilidade, no dia 22 de janeiro, revelando que está investigando a tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog. O pedido de investigação foi feito em 2009 pelo Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional (Cejil), pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos, pelo Centro Santo Dias da Arquidiocese de São Paulo e pelo Grupo Tortura Nunca Mais (SP).
Segundo o relatório, o Estado brasileiro afirma que não houve omissão dos fatos, que a OEA não teria competência para realizar a investigação e, ainda mais grave, que os recursos internos referentes ao caso teriam se esgotado com a Lei da Anistia, de 1979. A resposta da OEA ao Estado é simples: a Lei da Anistia é inconstitucional e a Comissão de Direitos Humanos continuará investigando o caso.