“Nos só queremos trabalhar!”

“Nos só queremos trabalhar!”


Camelôs organizaram sua autodefesa contra truculência da GCM

No dia 12 de novembro os trabalhadores ambulantes da rua 25 de Março, em São Paulo, organizaram uma grande manifestação na qual a palavra de ordem era Nós só queremos trabalhar! manifestação teve início às 10hs com os camelôs subindo a 25 de Março exigindo que as lojas baixassem as portas.

Segundo os trabalhadores, a manifestação foi convocada por causa da truculência da Guarda Civil Municipal, que além de roubar a mercadoria dos vendedores ambulantes, maltrata e humilha os trabalhadores, chamando as mulheres de piranhas e recebendo os trabalhadores a pontapés e agressões de todo tipo.

A prefeitura de São Paulo, com o plano de natal, aumentou o efetivo da Guarda Civil Municipal de 80 para 120 em novembro e passará para 180 em dezembro. Com isso aumentará a repressão sobre os camelôs, tirando-lhes o justo direito de trabalhar.


GCM truculenta humilha e prende ambulante durante o protesto

Um dos coordenadores do MASP (Movimento dos Ambulantes de São Paulo) afirmou que os lojistas vêm pagando a guardas municipais em horário de folga na corporação para fazerem segurança nas lojas, pois eles identificam mais facilmente os camelôs e os entregam à repressão.

Juarez, coordenador do MASP, enfatizou que a polícia se utiliza do pretexto de perseguir assaltantes e outros criminosos para atacar os camelôs, que estão apenas lutando pelo direito de trabalhar e sustentar suas famílias.

Na manifestação

Os camelôs começaram a subir a 25 de Março e o comércio foi fechando as portas. Cerca de 200 GCMs, juntamente com a Polícia Militar, começaram a reprimir a manifestação, fustigando e agredindo os manifestantes que responderam atirando ovos na Guarda. Um GCM conhecido como Madruga e que tem fama de ser o repressor mais truculento da rua, foi alvejado com dois ovos, um na testa e outro no rosto. A polícia repressora, com um verdadeiro aparato de guerra, utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha, além de acionar a tropa de choque, maior símbolo de repressão urbana de São Paulo. Porém, neste momento, apesar da polícia ferir vários manifestantes e prender alguns outros, a manifestação se fez vitoriosa, pois as lojas permaneceram fechadas por algumas horas e o brado de luta dos camelôs era cada vez mais ouvido.

E não para por aí

A disposição dos camelôs em defender o seu justo direito de trabalhar é tamanha, que a maioria dos manifestantes, fosse homem ou mulher, jovem ou mais idosos, não queria encerrar a   manifestação, mesmo com o aparato repressivo da polícia os perseguindo. Porém, naquele momento já era reconhecida uma vitória parcial da categoria, que afirmou que outras manifestações virão, com um nível ainda maior de organização e combatividade, e que os ambulantes de São Paulo não desistirão enquanto não for garantido o direito de trabalhar.

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