Jornalista turco condenado a 15 anos de prisão
O Tribunal de Segurança Nacional da Turquia condenou o jornalista Memik Horoz, do jornal “Isci-Koylu” (Trabalha-dor-Camponês) e vice-presidente da Liga Internacional de Luta dos Povos (ILPS), a 15 anos de prisão. A promotoria baseou suas acusações em falsas alegações e também no testemunho de Erol Cetin, espião do Estado turco que, sem provar nada, acusou Memik de ser membro de uma organização revolucionária clandestina e ilegal.
Memik foi preso arbitrariamente no dia 18 de junho de 2001 e enviado para uma cela do tipo F, em Ankara, onde está desde sua prisão. Inicialmente, foi acusado de publicar, no ano de 2000, o documento intitulado “Duas semanas nas montanhas do Mar Negro com o TKP/ML –TYKKO”. Depois, foi acusado de ter feito diretamente esta entrevista e, embora outra pessoa tenha assumido a autoria desta e mesmo havendo evidências de que ele estava em Istambul na época em que o docume nto foi feito, os tribunais aceitaram a declaração do espião Erol Cetin.
Uma delegação internacional foi à Turquia como parte da campanha pela libertação do jornalista. De volta à Europa, reunidos em Nieuwspoort, em Haia, Holanda, seus membros fizeram uma contundente denúncia sobre a situação carcerária de Memik Horoz e de tantos outros prisioneiros de guerra e presos políticos isolados nas famigeradas prisões do tipo F, na Turquia.
A luta de resistência militante, feita pelos prisioneiros políticos turcos contra as celas de isolamento, conhecidas como “cárceres do tipo F”, começou no dia 20 de outubro de 2000. Poucas semanas depois do início dessa batalha, no dia 19 de dezembro do mesmo ano, o Estado turco enviou centenas de soldados e de policiais, transportados de helicópteros e blindados, armados de metralhadoras, com lança-granadas e outras armas de alta tecnologia, para atacar os presos políticos e prisioneiros de guerra espalhados em diferentes presídios por todo o país. Os prisioneiros resistiram heroicamente e 30 deles deram a vida combatendo.
A partir de então, a grande maioria dos prisioneiros políticos foi enviada para os cárceres do tipo F, onde sofrem todo tipo de torturas e as condições são de absoluto isolamento, tratamento que o governo tem empregado extensamente, em represália à resistência feita por eles em dezembro de 2000.
Crispin Beltran, parlamentar filipino e presidente da “Liga Internacional de Luta dos Povos” encabeçou a delegação internacional. Advogados dos direitos do povo integraram também esta delegação, entre eles: Dundar Gurses, representante da associação “Advogados Sem Fronteiras” e da “Associação Internacional dos Advogados do Povo”; Paul Richmond e Marcia Sharp, do Reino Unido; An Rosiers da “Associação de Advogados de Gent” e Fatiha Dahmani da “Associação de Advogados de Bruxelas” e representante do “People's Rights Watch” (PRW). Além dos advogados, participaram também os médicos Anne van Mackelenbergh, membro do PRW e Sanne Nooteboom, representante do grupo “Medicina para o Povo”. Unsal Demiral, outro membro do PRW foi o tradutor turco da delegação.
Todos são unânimes em condenar o julgamento e o encarceramento de Memik Horoz. E recomendam a intensificação dos protestos para libertar Memik Horoz e condenar a indignação ao tratamento desumano dado aos prisioneiros políticos na Turquia. A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), que representa mais de 1 milhão de profissionais de imprensa, expressou seu repúdio à prisão arbitrária de Memik Horoz assim como sua preocupação quanto ao resultado do julgamento do jornalista. Em uma carta datada de 14 de março, endereçada ao Ministro da Justiça da Turquia, o secretário geral desta entidade, jornalista Aidan White, exigiu a suspensão imediata das acusações feitas contra Memik e sua imediata libertação.
Professores contra a desnacionalização no Paquistão
Islamabad (Paquistão) – Mais de 200 professores foram presos pela polícia de Lahore, no Paquistão, durante manifestação contra a desnacionalização das instituições educacionais. Nazin Husnain, presidente da Associação Pan-Paquistani de Professores Universitários e líder do movimento, foi um dos primeiros a ser preso. A mobilização se multiplicou em toda região do Punjab com apoio das organizações estudantis. Não funcionou a estratégia do governo militar ao liberar notícias da desnacionalização durante o período de férias escolares. Organizados, os estudantes e professores e alunos realizaram manifestações ainda mais fortes do que se esperava.