Estudantes se mobilizaram em plenas férias contra o aumento das passagens em São Paulo
As tarifas dos ônibus municipais da capital paulista sofreram um aumento de 11% (quase o dobro da inflação, calculada em 6,4%) no dia 5 de janeiro, passando de R$ 2,70 para R$ 3,00 e provocaram revolta em meio à população.
Mais de mil estudantes se concentraram, no dia 13 de janeiro, em frente ao Teatro Municipal, no Centro da cidade de São Paulo, contra o aumento abusivo. O protesto estudantil, realizado em plenas férias escolares, contou com amplo apoio popular, que engrossou a passeata estudantil no decorrer de seu percurso em direção à Câmara Municipal.
Porém, o trajeto foi interrompido pela ação truculenta da Polícia Militar que atacou os manifestantes disparando tiros de bala de borracha à queima-roupa, conforme foi registrado pelo cartunista Carlos Latuff, presente no protesto, que postou o vídeo disponibilizado também no blog da redação de AND (anovademocracia.com.br/blog).
Cumprindo as ordens do gerente municipal Gilberto Kassab (DEM), os PMs agrediram os manifestantes com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo, prendendo trinta pessoas que foram encaminhadas ao 3º DP, na região central, deixando vários estudantes feridos pelos disparos de balas de borracha.
Os estudantes encerraram o protesto prometendo novas mobilizações e protestos na volta às aulas.
Aumentos abusivos em todo o país
Fato que se repete ano após ano, durante as férias escolares e festas de fim de ano, no apagar das luzes das câmaras municipais e prefeituras, aprovam-se as mais tacanhas medias antipovo, entre elas, sempre em pauta, o aumento de impostos e tarifas para o povo e o aumento dos salários dos próprios ocupantes de cargos nos gerenciamentos de turno.
O início de janeiro foi marcado pelos reajustes nas tarifas ônibus em inúmeras cidades brasileiras. Em 29 de dezembro, véspera do ano novo, em Belo Horizonte, ocorreu o primeiro reajuste em uma capital. Logo no primeiro dia de 2011 foram anunciados aumentos em São Caetano e Diadema (ambas em SP). No dia 2 de janeiro os ônibus do Rio de Janeiro e de Salvador (BA) já rodavam com as tarifas mais caras. No dia 3 foi a vez de João Pessoa (PB) e Santo André (SP). No dia 5 Guarulhos (SP), Joinville (SC) e São Paulo (SP).
São Paulo (capital) ostenta o nada louvável posto de “tarifa mais cara do país”. Com o aumento de 11,11% a passagem passou de R$ 2,70 para R$ 3,00. Em Porto Velho (RO) as passagens aumentaram de R$ 2,30 para R$ 2,60. Em Salvador (BA) de R$ 2,30 para R$ 2,50. Em Belo Horizonte a tarifa da maior parte das linhas de ônibus passou de R$ 2,30 para R$ 2,45. As demais tarifas na capital mineira foram reajustadas da seguinte forma: a de R$ 1,65 passou para R$ 1,75; a de R$ 0,55 para R$ 0,60; a de R$ 1,65 para R$ 1,75; e a de R$ 1,85 subiu para R$ 2,00. Em Salvador (BA) o aumento foi de R$ 2,30 para R$ 2,50; em João Pessoa de R$ 1,90 para R$ 2,10; e no Rio de Janeiro de R$ 2,35 para R$ 2,40.
Assim como em São Paulo, os reajustes nas passagens dos ônibus geraram protestos de estudantes em Joinville, João Pessoa, e Salvador.
“O movimento sabe que é uma luta longa e vamos continuar com as manifestações até a volta às aulas, até que mais estudantes venham para as ruas” – declarou Lucas Monteiro, representante do Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL) [Fonte:www.redebrasilatual.com.br].