O major da Polícia Militar (PM) Edson Raimundo dos Santos, um dos condenados pelo assassinato do pedreiro Amarildo Souza, vai receber R$ 30 mil de indenização do governo do Rio de Janeiro. Em 2013, ano em que ocorreu o crime, o major era comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, local onde Amarildo foi barbaramente torturado e morto.
A quantia foi cobrada pela defesa do militar sob a alegação de que Edson trabalhou como ajudante de pedreiro dentro da penitenciária no tempo em que esteve preso (2013 a 2019). O major foi condenado em 2016 a 13 anos de prisão, porém está solto desde 2019 após obter liberdade condicional. A decisão sobre o dinheiro que o major receberá foi assinada pela juíza Renata de Lima Machado, do 3º Juizado Especial Fazendário, e publicada no início de outubro.
O major, mesmo condenado e cumprindo pena pela morte, tortura e ocultação do cadáver do pedreiro, nunca deixou de receber os vencimentos do cargo de PM. Em 2021, ele foi reintegrado ao quadro de oficiais e atualmente constitui a Diretoria Geral de Pessoal (DGP), sem exercer nenhuma função. O militar está na fila para receber uma promoção de carreira dentro da corporação e se tornar tenente-coronel.
Cadê o Amarildo?
Amarildo de Souza morava na Rocinha e trabalhava como ajudante de pedreiro. No dia 14 de julho de 2013 ele foi morto durante a Operação chamada “Paz Armada”, porém seu corpo até hoje não foi encontrado. No segundo semestre do ano de 2013, marcado por grandes levantamentos populares no país, as ruas do Rio de Janeiro foram tomadas por milhões com cartazes, faixas e brados de protestos que exigiam resposta: Cadê o Amarildo?