RO: Advogada do povo denuncia preparação de massacre de camponeses

Massacre planejado visa acabar com Área camponesa

RO: Advogada do povo denuncia preparação de massacre de camponeses

A advogada do povo Lenir Correa denunciou, em relato enviado à redação de AND, a preparação de um massacre contra os camponeses em luta no acampamento Enilson Ribeiro, que ocupa o latifúndio Bom Futuro, em Seringueiras, estado de Rondônia. O massacre teria o objetivo de desmantelar o acampamento e a luta das famílias.

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Massacre planejado visa acabar com Área camponesa
Massacre planejado visa acabar com Área camponesa

Lenir conta que “no mês de agosto, 12 viaturas com policiais tentaram adentrar ao acampamento, mas foram repelidas com foguetes. Essas ameaças de invasão tem sido constante, afirmando os policiais de que eles [camponeses] têm que sair e [frente a isto] o Incra não se manifesta, ignora o acordo e não abre o diálogo”, denuncia.

A violência policial também atinge indiscriminadamente as crianças: “A Polícia Civil e Polícia Militar têm aterrorizado as crianças que estudam, parando os ônibus escolares nas estradas, entrando nos ônibus ostensivamente armadas e querendo identificar as crianças que são do acampamento. Foram na escola e tentaram obrigar o diretor a fornecer os dados dos pais das crianças do acampamento e ameaçaram ‘prendê-las’ na escola”.

A vigilância, intimidação e conduções de camponeses à delegacia mantêm-se constante, como foi durante o terror policial sobre o acampamento em 2016.

Apesar do Ouvidor Agrário de Rondônia, Erasmo Tenório da Silva, ter confirmado que o acampamento se localiza em terras da união em 2016, o acampamento Enilson Ribeiro é alvo constante de ataques e seus moradores vítimas de prisões arbitrárias.

Histórico da tomada e da perseguição

Ainda em 2016, quando os camponeses tomaram a terra pela primeira vez, o acampamento foi alvo de um duro cerco policial mantido por 36 dias, contando com grande resistência em resposta ao enorme aparato policial, que incluiu até helicópteros disparando rajadas de metralhadoras, como já mostrado em vídeo divulgado pelos camponeses. Na ocasião, mediante acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), os camponeses desmontaram o acampamento.

No dia 30 de abril, os camponeses retomaram as terras do latifúndio Bom Futuro e mais uma vez, remontaram o acampamento Enilson Ribeiro, que hoje conta com “mais de 1,1 mil pessoas, divididas em cinco acampamentos dentro da área, sendo que só de crianças estudando registra-se 120 alunos”, conforme relata Lenir.

Maquinações legais como o “loteamento” em paralelo feito pelo latifúndio, grilagem e acordos com autoridades do poder judiciário e forças policiais seguem de 2016 até hoje. Recentemente, o juiz federal responsável do caso prepara o despejo dos camponeses, ordenada em despacho de julho de 2018.

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