Os 39 camponeses presos preventivamente injustamente no município de Cujubim a mando do gerente estadual Confúcio Moura/PMDB e do comandante-geral da PM, Ênedy Dias de Araújo, seguem detidos provisoriamente em presídios do estado de Rondônia. Os trabalhadores foram presos em uma megaoperação policial no dia 17/07, que visou removê-los da fazenda Paraíso, ocupada no dia anterior pelos camponeses, atendendo aos interesses do pretenso proprietário das terras, José Genaro de Andrade, ex-secretário de finanças de Rondônia.
De um lado, o Judiciário a serviço do latifúndio mantém presos provisoriamente e sem condenação camponeses que lutavam por um pedaço de terra para nela viver e trabalhar, do outro, 11 policiais militares e dois policiais civis que participaram do assassinato de dez camponeses são postos em liberdade no Pará, mesmo com a existência de um conjunto de provas que atestem a participação deles na Chacina de Pau D’Arco.
Seminário debate questão agrária
Na noite de 30/08, os 22 anos da Heroica Resistência de Santa Elina foi tema de um seminário que lotou um auditório na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Porto Velho. O evento, que contou com a participação de camponeses, estudantes, professores e advogados, debateu o atual cenário da luta pela terra no país, em especial no estado de Rondônia, e também as ações das organizações e entidades que defendem os direitos do povo frente aos crimes do latifúndio em conluio com o velho Estado.
O Seminário intitulado “22 anos da Resistência Camponesa de Corumbiara e os Conflitos Agrários na Atualidade” foi organizado pela Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo). A mesa do seminário foi composta pela Abrapo, Cebraspo, LCP de Rondônia e Amazônia Ocidental, Movimento dos Atingidos por Barragens, Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário.
“Centenas de camponeses já foram assassinados nos últimos anos em Rondônia e os dados revelam a verdadeira situação de terror a que estão submetidos os camponeses em todo o país. Seguem assassinando crescentemente camponeses e indígenas, principalmente suas lideranças combativas. Só este ano fizeram massacres em Colniza (Mato Grosso) e em Pau D’Arco (Pará), totalizando só nesses dois episódios 19 camponeses executados”, denunciou a convocatória do Seminário.