Trabalhadores resistiram com coragem em defesa da terra
No dia 27 de março, camponeses de Seringueiras, município do interior de Rondônia, foram covardemente expulsos da fazenda Recanto, onde estavam acampados, e dois foram presos pela Polícia Militar (PM). Sob a direção do major Vanilce, comandante do 11º Batalhão da PM, as tropas despejaram as famílias sem mandato legal, obedecendo unicamente as ordens do latifúndio. Os militares atacaram os corajosos camponeses, queimaram pertences e prenderam as massas.
Os policiais alegam que o latifúndio denunciou a entrada dos camponeses na terra. Os trabalhadores exigiram documentação que comprovasse a posse por parte do latifúndio e, caso essa não existisse, ali permaneceriam.
A região é palco de intensa luta pela terra e perseguição. Segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra, só no ano de 2018, apenas no município de Seringueiras, mais de 500 famílias estavam envolvidas na luta pela terra.
Fazendas das proximidades têm histórico de grilagem, como é o caso da fazenda Bom Futuro, terra da União, grilada pelo latifundiário Augusto Nascimento Tulha, médico reformado do Exército.
Em 2016, sem sequer um mandado judicial de reintegração de posse, 36 viaturas e um ônibus com policiais, junto com um helicóptero, atacaram mais de mil camponeses na Área Enilson Ribeiro, na antiga fazenda. Porém, foram obrigados a se retirar após resistência das famílias, que colocaram um trator da fazenda numa ponte de acesso.