O 6º Congresso dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região reuniu mais de 300 trabalhadores durante os dias 17, 18 e 19 de julho e realizou o balanço das lutas do Sindicato durante sua última gestão. Um Plano de Lutas para a Unidade de Ação dos Rodoviários foi amplamente debatido e aprovado pelos delegados presentes. O Congresso foi marcado pelo amplo exercício da democracia operária, pelo debate político, combate ao oportunismo e pela solidariedade internacional entre os trabalhadores, contando com a intensa participação dos trabalhadores presentes.
Plenária do 6° Congresso dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região
As teses do 6º Congresso trataram, além da análise da situação política nacional e internacional, das jornadas de lutas nos três últimos anos, analisando o trabalho de direção do Sindicato nas principais batalhas. As teses foram estudadas em grupos, recebendo acréscimos e correções, e posteriormente foram aprovadas pela maioria dos delegados presentes na plenária de encerramento.
Um plano para a unidade de ação da classe
O plano de lutas aprovado pelo Congresso contém as bandeiras fundamentais de luta dos Rodoviários e orientará as principais batalhas de todos os setores dos transportes. Os pilares do plano geral de lutas aprovado pelo 6º Congresso são os seguintes:
1
Pelo reajuste imediato dos salários para os rodoviários e todos os trabalhadores do país;
2 Pela melhoria da saúde e educação públicas;
3 Contra o banco de horas e a compensação das horas extras;
4 Pelo controle da jornada de trabalho na carga, uma bandeira nacional de luta que unifica todo o setor. Combinada esta bandeira à denúncia contra o elevado número de acidentes nas estradas do país;
5Criação de um fundo de greve;
6Pela implantação da jornada de 6 horas;
7Pela regulamentação da profissão dos motoristas;
8Pela preparação da Greve Geral contra as "reformas" do governo FMI-Lula e aprofundar a luta e a relação do STTRBH com o movimento sindical classista e independente das centrais governistas em todo o país, contribuindo para a construção de um movimento nacional, classista, democrático e de luta;
9Pela organização das mulheres rodoviárias e suas bandeiras específicas tais como: implantação de banheiros femininos nos locais de trabalho, contra a discriminação salarial, combate ao assédio moral, sexual, etc;
10Contra retaliações após movimentos grevistas;
11Realizar uma ampla campanha de boicote à farsa eleitoral;
Moções e decisões políticas
O Congresso também aprovou uma série de moções e decisões políticas onde figuram principalmente:
Repudiamos a farsa eleitoral e o lançamento de pessoas do nosso meio como candidatos e/ou a utilização do nome do nosso Sindicato ou de cargos sindicais para promover a candidatura de qualquer político eleitoreiro.
Defesa da aliança operário-camponesa. Solidariedade à luta camponesa, apoio político e material a luta dos camponeses pela terra e pela destruição do latifúndio.
Nos solidarizamos com a família do pequeno João Roberto, 3 anos, assassinado pela polícia do Rio de Janeiro, bem como todas as famílias das vítimas da violência do Estado contra o povo pobre. Repudiamos a ocupação dos morros do Rio de Janeiro e a repressão perpetrada em todo o país pelas polícias e pelo Exército brasileiro.
Enviar uma nota de solidariedade do STTRBH ao pai de João Roberto, nosso companheiro de volante, o taxista Paulo Roberto Amorim, e à sua família.
Denunciar, combater e desmascarar todos os oportunistas, puxa-sacos de patrão e traidores da classe.
No último dia de debates, foi apresentada a chapa, uma proposta feita pela direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região para concorrer às eleições para a nova diretoria.
— Esta chapa, composta por companheiros provados nas jornadas de luta de 2006, 2007 e 2008, é uma chapa forte, atuante, unida, enraizada nas garagens e com grande experiência foi apresentada e aprovada pelo nosso 6º Congresso — destacou Denilson Dorneles, coordenador político do STTRBH.
Os membros da chapa apresentados e o corpo dos delegados do Sindicato reforçaram diante do Congresso o compromisso de persistir no caminho da luta combativa, na defesa incondicional dos direitos da classe, no combate ao oportunismo, sustentando com firmeza a bandeira da luta classista que vem sendo empunhada pela direção do nosso Sindicato.
O congresso foi encerrado com uma vibrante plenária, celebrando a unidade da classe e a decisão de cumprir firmemente as importantes decisões aprovadas.