Rússia e USA rufam os tambores da guerra na Síria

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Rússia e USA rufam os tambores da guerra na Síria

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Marinha russa realiza exercícios na costa síria

No último dia 20 de janeiro a administração da Rússia imperialista e ainda uma potência militar-nuclear anunciou que o país iniciara, no Mediterrâneo e no Mar Negro, os seus maiores exercícios militares navais em anos, com pelo menos oito navios de guerra. No dia seguinte, 21 de janeiro, Moscou começou a retirar os cidadãos russos da Síria, nação que ora é palco de uma brutal guerra civil que tem por trás uma nefasta disputa interimperialista, envolvendo blocos de potências firmemente empenhadas na repartilha do mundo e ultimando os preparativos para conflagrações de grandes dimensões.

Na linguagem dos sinais do imperialismo, tudo isso significa que os russos estão se aquecendo para o confronto e que Moscou está sublinhando, para quem quiser ver, que não vai abrir mão de defender seus interesses na Síria.

No início de janeiro, a Frente Revolucionária de Defesa do Direito do Povo (FRDDP), do Brasil, divulgou uma declaração acerca da atual situação na Síria. A declaração é de profunda clareza tanto ao tratar do processo específico de partilha e repartilha da Síria pelas potências imperialistas (e pelas candidatas a tais) quanto na hora de contextualizar a atual disputa interimperialista pelo controle daquele país no cenário das revoltas populares no Norte da África e Oriente Médio, onde fato é que, da mesma forma que tais lutas das massas se justificam e se guiam pelo desejo de uma democracia verdadeiramente popular, elas também padecem da falta de uma “vanguarda proletária minimamente constituída”, o que as deixa vulneráveis ante as manobras do imperialismo e do oportunismo.

A declaração da Frente Revolucionária diz:

“A revolta surgida em março de 2011 foi um levantamento espontâneo de massas contra um regime de tipo fascista encabeçado por Bashar al Assad, e faz parte da avassaladora onda de rebeliões populares que se levantou em todo Norte da África e Oriente Médio. A rebelião das massas despertadas nesses países, ainda que se desenvolva de forma inconsciente e não possuam uma direção proletária, todas têm uma mesma raiz, são lutas antifascistas, antifeudais e anti-imperialistas.

Esta revolta é uma justa rebelião contra um regime burocrático-comprador serviçal do imperialismo, principalmente russo, controlado há décadas pela dinastia Assad.

O imperialismo ianque aproveitou esta situação, como o fez em todas as rebeliões dos países árabes, para manipular a luta das massas, desviando-as do caminho revolucionário, para garantir seus interesses na região. Os serviços de inteligência das forças da coalizão imperialista formaram e armaram um exército de mercenários autointitulado ‘Exército Livre da Síria’ (ELS), comandado diretamente por seus agentes com o objetivo de mudar o regime sírio. Com isso, o USA quer deslocar o controle russo sobre a Síria, rompendo as relações desta com o Hezbollah, cercar e isolar o Irã, preparando terreno para atacá-lo.”

E o documento da Frente Revolucionária de Defesa do Direito do Povo ainda versa, com igual propriedade, sobre a intenção do imperialismo ianque de criar um “Novo Oriente Médio”, ou seja, “um Oriente Médio totalmente controlado pelo USA, sem a influência e interferência de outras potências imperialistas, e principalmente sem a resistência popular armada das massas”. Também sobre como as contradições entre povos e países oprimidos, de um lado, e potências imperialistas, do outro, e as contradições interimperialistas — contradições, umas e outras, das quais os acontecimentos na Síria são parte integrante — , ou seja, a disputa pelo controle de colônias e semicolônias, como tudo isso pode resultar em uma nova guerra imperialista mundial.

Turcos protestam contra chegada de mísseis

Rafael Gomes Penelas

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Dezenas de pessoas participaram de uma manifestação em Incirlik, no sul da Turquia, contra a chegada da primeira das seis baterias de mísseis Patriot ao país e contra a colaboração entre o governo lacaio turco e a Otan face a uma possível ameaça à Síria. Os mísseis chegaram de navio da Alemanha no último dia 21 de janeiro. O protesto, apesar de não ter sido tão grande, ganhou repercussão internacional. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia.

O protesto ocorreu no momento em que começaram a chegar ao porto de Iskenderum as seis baterias de mísseis provenientes da Holanda, Alemanha e do USA. Além dos mísseis, os turcos também protestaram contra o envio de soldados alemães para a Turquia para operar o sistema anti-míssil  e depois de o “governo” pedir a ajuda da Otan para “reforçar a segurança” ao longo de sua fronteira de 900 quilômetros com a Síria. Cerca de 350 alemães vão se unir às tropas do USA e dos Países Baixos.

No protesto, os manifestantes ostentavam palavras de ordem e cartazes com os dizeres “Yankees, voltem para casa!”“América assassina, fora do Oriente Médio!”. Uma bandeira do USA foi queimada. Repudiando a alegação da Otan de que os mísseis e o envio de soldados é puramente defensivo contra os ataques sírios, os manifestantes repudiam a presença das tropas invasoras e denunciam que o envio do aparato militar faz parte dos planos imperialistas de controle da região e de combate às lutas populares do próprio povo turco.

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