Saibaba segue preso após absolvição

Dr. GN Saibaba, presidente da FDR, é condenado sem provas

Saibaba segue preso após absolvição

Um mês após a grande campanha internacional movida por revolucionários, democratas e organizações populares de quase 30 países realizar milhares de ações exigindo a imediata soltura dos presos políticos indianos, o Dr. GN Saibaba – presidente da Frente Democrática Revolucionária (FDR) e um dos presos políticos mais importantes da Índia – conquistou a absolvição no Tribunal Superior de Mumbai. Porém, o Supremo Tribunal Indiano decidiu, de última hora, suspender a decisão, em uma clara tentativa de intimidar o amplo movimento democrático-revolucionário de massas daquele país.

GN Saibaba foi julgado em um processo farsante em 2017, ao lado de outros ativistas, acusado de pertencer ao clandestino Partido Comunista da Índia (Maoista), que há mais de quarenta anos dirige a guerra popular no país asiático contra as forças da grande burguesia e do latifúndio, lacaias do imperialismo. Condenado à prisão perpétua, Saibaba, que é cadeirante, tem sido submetido desde então a uma série de torturas que incluem confinamento solitário e negação a atendimento médico adequado.

Na decisão do Tribunal de Mumbai, que o absolveu, os juízes consideraram a acusação “vazia e inválida”. Poucas horas após a decisão, a Agência Nacional de Investigação (ANI) da Índia denunciou ao Supremo Tribunal que a acusação contra o prisioneiro era “muito grave” e que as irregularidades processuais (como a forja de “provas” pelas autoridades) não eram suficientes para “justificar a absolvição”. Dando mostras de desespero e de agir como marionetes do governo reacionário de Narendra Modi, os ministros se reuniram em sessão especial e suspenderam a sentença que libertaria o professor GN Saibaba.

Indignados com esta infame arbitrariedade, os estudantes da Universidade de Nova Delhi (onde o preso político lecionava literatura) se levantaram em protesto, sendo covardemente reprimidos pela polícia. Cinco jovens foram presos.

Estes são novos capítulos no processo de reacionarização do velho Estado indiano. Mobilizado pelo ultrarreacionário governo de Narendra Modi, que emula um fascismo hindu contra as diversas populações oprimidas da Índia, bem como às castas consideradas inferiores, tem aumentado a repressão a todas as formas de protesto popular naquele país. Seu alvo prioritário, tem sido o movimento revolucionário encabeçado pelo PCI (Maoista): apenas em 2021, 124 ativistas foram assassinados pelas forças de repressão, no contexto da genocida operação Samadhan/Prahaar, que tem usado inclusive drones para bombardear supostos “focos da guerrilha” – não raro, vilarejos onde camponeses trabalham, vitimando crianças e idosos. No entanto, tais ações do governo não têm arrefecido o movimento revolucionário, o qual, segundo o próprio governo, amplia sem cessar as suas bases e o raio de ação e influência política.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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