Serasa quer nova classificação para classes sociais, e sem antagonismos

Serasa quer nova classificação para classes sociais, e sem antagonismos

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Não bastasse a metodologia burguesa já ter tentado reclassificar as classes sociais por meio de letras abstratas (classes A, B, C, D e E), agora a empresa de "consultoria" Serasa Experian disse ter identificado 39 segmentos distintos dentro de dez diferentes grupos. Assim, ao parâmetro alfabético anterior – dizem os especialistas do famigerado Serasa – deveriam ser acrescentadas dez letras a mais, pelo menos em nosso país: A – ricos, sofisticados e influentes; B – prósperos e moradores urbanos; C – assalariados urbanos; D – empreendedores e comerciantes; E – aspirantes sociais; F – periferia jovem; G – envelhecendo na periferia; H – aposentadoria tranquila; I – envelhecendo no interior; J – Brasil rural. Entre as subdivisões, há desde os "ribeirinhos da Grande Amazônia" até "aposentados rurais do Nordeste". Este monstrengo foi criado por meio do cruzamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) e dos dados cadastrais do próprio Serasa. Que os trabalhadores brasileiros não se enganem: a ciência utilizada para elaborar listagens dessa estirpe não foi criada para esclarecer os trabalhadores, mas sim a burguesia. Esta classificação, por exemplo, atende à demanda dos empresariado por dados mais precisos a fim de que possam definir melhor suas "estratégias de mercado". O monopólio da imprensa, que se anima com qualquer empulhação, tratou logo de amplificar o estratagema de diluir o antagonismo entre as classes sociais em uma segmentação arbitrária de públicos-alvos, jamais falando em operários, camponeses, burguesia ou latifundiários, mas sim em "consumidores". Os trabalhadores, a quem cabe o papel revolucionário de pôr fim ao regime de exploração pelo capital, só pode mesmo achar risível mais esta tentativa de fingir que a história não segue o curso da luta de classes.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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