Nota da Redação de AND: Recebemos a recente mensagem da Liga Operária sobre a situação política nacional, na qual ela aponta que a Greve Geral convocada para o dia 30/06 ocorre dentro de uma situação de grande revolta dos trabalhadores e de manipulações e jogadas das cúpulas traidoras das centrais sindicais para mostrar protagonismo, negociar com o governo e defender esse podre sistema econômico-político-eleitoral. A mensagem afirma ainda que a Força Sindical já está claramente defendendo o adiamento da greve e a UGT se reúne com Temer buscando garantir as polpudas verbas das centrais em troca de apoio às ‘reformas’. Sobre as manifestações programadas para os dias 20 e 30 de junho, a Liga Operária considera que é importante participar de ambas, denunciando a postura conciliadora e traidora dessas cúpulas das centrais e a manipulação para transformar os justos protestos em atos pró-candidaturas do PT ou de outros partidos.
Reproduzimos também a seguir um pequeno trecho do texto Acordão entre PMDB, PSDB, PT, PCdoB, governo Temer e cúpulas pelegas das centrais sindicais para aprovar a destruição dos direitos trabalhistas, publicado pela Liga Operária no dia 14/06 em seu sítio (ligaoperaria.org.br).
Em Brasília, no Congresso de bandidos, segue de forma acelerada a tramitação do projeto de lei da Câmara – PLC – 38/2017. Um espúrio acordo de bastidores entre PMDB, PSDB, PT, PCdoB, cúpulas pelegas das centrais sindicais e governo Temer. É a base para assegurar a aprovação no senado desse projeto de destruição dos direitos trabalhistas até o final deste mês de junho ou no máximo em julho, antes do recesso parlamentar. Costurado com o Palácio do Planalto, o acordo têm como principais atores no senado, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB), Ricardo Ferraço (PSDB), relator da “reforma trabalhista”, Tasso Jereissati (PSDB), Vanessa Grazziotion (PCdoB) e Paulo Paim (PT).
Da mesma forma ardilosa que foi aprovada na Câmara dos Deputados, o conjunto de maléficas medidas que alteram mais de 200 itens da CLT e atendem exclusivamente aos interesses patronais de banqueiros, latifundiários e de grandes burgueses — a maioria deles explicitados nos documentos “101 Propostas para Modernização Trabalhista” e “Agenda Legislativa da Indústria 2017” da Confederação Nacional da Indústria (CNI) — segue sendo aprovado sem qualquer alteração nas comissões do senado, com a cumplicidade dos senadores, tanto do governo quanto da oposição. Na terça-feira (23/05), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmava que “o Congresso Nacional precisa dar continuidade às reformas estruturais, que são fundamentais para colocar o país no rumo certo”, ou seja, no rumo do aumento da exploração e espoliação dos trabalhadores e da nação. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu também sua posição: “A crise política não deve atrapalhar andamento de reformas”.
O fermento político do acordão são as revelações de que centenas de parlamentares e praticamente todos os partidos políticos estão envolvidos nos esquemas de corrupção, o instinto de sobrevivência dessa escumalha de políticos, as articulações para evitar a prisão de Lula e garantir sua candidatura em 2018, para evitar a perda de mandato e prisão de Aécio Neves, para deter mais investigações e manter o combalido governo Temer. O ridículo julgamento do TSE que desconsiderou provas cristalinas e legitimou a chapa Dilma-Temer é mais um ingrediente do acordão […].