Mesmo diante da barbárie e do desemprego impostos pela crise imperialista nos quatro cantos do mundo, os trabalhadores seguem mostrando sua combatividade, promovendo greves, passeatas, ocupações de fábricas e outras mobilizações mais. Operários, camponeses, educadores e democratas no Brasil e no mundo exigem o fim desse sistema de exploração e organizam-se, rumo à rebelião popular.
Mobilização dos trabalhadores da construção civil de São Paulo
Trabalhadores da construção civil em todo estado de São Paulo cruzaram os braços no dia 27 de abril reivindicando o fim da "indiferença patronal verificada nas negociações da Convenção Coletiva de Trabalho", com data-base em 1º de maio. Eles exigem reajuste real de 5,5%, aumento da cesta básica para 40 quilos, do vale-refeição para 20 reais, jornada de trabalho de 40 horas semanais e participação nos lucros e resultados das empresas. No dia marcado para o início da greve, os operários realizaram uma passeata ao longo da Marginal Pinheiros, uma das maiores da capital, que contou com a participação de mais de 50 mil pessoas. No dia 11 de maio, os trabalhadores rejeitaram o percentual de reajuste proposto pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Funcionários da Universidade de São Paulo (USP) também entraram em greve no dia 5 de maio. Eles reivindicam um reajuste salarial de 17% e a incorporação de 200 reais ao salário dos trabalhadores, promessa feita há dois anos pela gerência estadual e que até hoje não foi cumprida. Os profissionais também exigem a manutenção de 5.214 postos de trabalho ameaçados pela assembléia legislativa do estado que diz não ter autorizado a realização do concurso.
— Os trabalhadores foram aprovados no concurso e não têm culpa de as vagas não terem sido aprovadas — alegou um dos diretores do Sintusp, sindicato que representa a categoria.
Greve dos servidores municipais de Florianópolis
Em Florianópolis, servidores municipais em greve desde o dia 1º de abril realizaram uma manifestação no dia 24 do mesmo mês em frente à Secretaria de Obras, no bairro Itacorubi. Os trabalhadores interditaram o portão da secretaria e impediram a saída de máquinas da prefeitura. Os profissionais — na sua maioria professores — foram reprimidos pela PM, mas prometeram realizar novas manifestações.
No dia 27 um novo protesto aconteceu na cabeceira continental da ponte Ivo Campos, que dá acesso à ilha de Florianópolis. Os trabalhadores reivindicam 150 reais de reajuste, que a prefeitura se nega a conceder, o que tem motivado os trabalhadores a realizar protestos diários pelas ruas da capital.
No dia 22 de abril, milhares de trabalhadores petroquímicos do rio Grande do Sul realizaram passeata ao longo da rodovia BR-386 (Tabaí/Canoas) em repúdio à onda de demissões que assola a categoria desde o início da crise. Segundo o presidente do Sindipolo, Carlos Eitor Rodrigues Machado, a Petroquímica Braskem — que irá incorporar todo o setor — não pode demitir, pois está condicionada a um acordo com os trabalhadores e recebe 70% de seus gastos do BNDES.
No dia 7 de maio, os 670 operários da metalúrgica Dana, localizada em Diadema (SP), anunciaram o início de uma greve, que segundo eles só irá acabar caso a direção da indústria reveja as 83 demissões anunciadas no inicio do mês.
No dia 12 de maio, trabalhadores do setor de montagem industrial na Bahia iniciaram uma nova greve por tempo indeterminado, paralisando as obras de reforma e construção da plataforma da Petrobras em São Roque do Paraguaçu. A categoria reivindica 14% de reajuste salarial e adicional noturno de 40%, além de participação nos lucros e resultados (PLR) de 360 horas mensais, entre outras reivindicações.
No mesmo dia, operários da Usina de Asfalto de Fortaleza decretaram greve por tempo indeterminado contra os baixos salários e a falta de fardamento adequado. Os trabalhadores reivindicam a instituição de ampla Gratificação de Produção de Asfalto (GPA) para toda a categoria.
Greves e protestos incendeiam o velho continente
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