Em outubro de 2022 completou-se um ano da resistência camponesa do acampamento Tiago Campin dos Santos, sob direção da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em Nova Mutum, Rondônia. As terras da União, que segundo os camponeses foram griladas por latifundiários, foram ocupadas pelas famílias no final de 2020 após uma operação de despejo, e enfrentou, no segundo semestre de 2021, uma grande operação militar que buscou despejar novamente as famílias. Mais de 3 mil tropas da Polícia Militar (PM) de RO e MT, Força Nacional de Segurança e outras forças foram mobilizadas, sob a direção política das Forças Armadas reacionárias. As mais de 800 famílias camponesas resistiram bravamente, impedindo o avanço das tropas de repressão no interior do acampamento. Foram mais de 20 pontes derrubadas pelos camponeses para barrar a máquina de guerra do velho Estado, além de uma grande campanha política de denúncia, que envolveu entidades democráticas e populares em uma Missão de Solidariedade no local. A ordem de despejo foi revogada após a intensa e feroz resistência camponesa, e as famílias seguem na terra. Ao término da operação, comandos especiais da PM chacinaram, de um helicóptero, o dirigente camponês da LCP Gedeon José Duque, que encabeçou a resistência como líder querido dos camponeses, e o militante Rafael Gasparini.
A LCP emitiu pronunciamento em homenagem aos heróis da batalha camponesa e prometeu vingá-los com o avanço e triunfo da Revolução Agrária.