Um grande Não à farsa eleitoral

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Um grande Não à farsa eleitoral

35 milhões de brasileiros não votaram, anularam o voto ou votaram em branco

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Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral após o primeiro turno das eleições municipais 22.735.725 brasileiros considerados aptos a votar NÃO VOTARAM.

Se forem somados às abstenções, votos nulos e brancos, esse número sobe para aproximadamente 35 milhões, ou seja, 25% dos brasileiros considerados “aptos a votar” repudiaram de alguma forma a farsa eleitoral.

Nessas eleições, o TSE considerou os votos em candidatos com pendência judicial devido à Lei da Ficha Limpa na conta dos votos nulos. Apesar desse número não representar grande quebra no resultado absoluto, esse critério mistura dados absolutamente distintos, o que não permite a avaliação precisa sobre os votos nulos.

O TSE também não divulga o número de títulos cancelados, os daqueles eleitores que não compareceram e não justificaram o não comparecimento nos três últimos escrutínios, e que por isso não entram no cômputo das abstenções, o que pode significar uma considerável cifra.

Na cidade de São Paulo, dos aproximadamente 8,6 milhões de eleitores, 1,5 milhão não compareceram às urnas, o que corresponde a 18,48% dos eleitores. Esse foi o maior número de não comparecimento às eleições na capital paulista desde 1998, quando foram registrados 18,11% de abstenções. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o percentual de abstenções no primeiro turno foi de 14,2% em 2000, de 15% em 2004, e de 15,6% em 2008.

O número de votos nulos no primeiro turno em São Paulo foi de 516.184 pessoas e os votos brancos atingiram a cifra de 381.407.

Totalizando os números da capital paulista, 2.490.513, ou seja, quase dois milhões e meio de pessoas não votaram, anularam o voto ou votaram em branco. Número muito superior ao candidato mais votado no primeiro turno, que atingiu cerca de 1,8 milhões de votos.

Na cidade do Rio de Janeiro, as abstenções atingiram a casa dos 20,45% dos votos, o que corresponde a 965 mil pessoas, cifra superior à votação do segundo colocado nas eleições, que obteve 914.082 votos. Os brancos e nulos atingiram, juntos, a cifra de 507.323 votos.

Em outras 12 capitais brasileiras, os votos “não computáveis”, pois não são considerados “votos válidos” segundo os critérios do TSE, superam o total dos votos recebidos pelo segundo colocado.

Computando os números das capitais, aproximadamente 8,3 milhões de eleitores não votaram, anularam o voto ou votaram em branco no primeiro turno, o que corresponde a uma média de 17,46% de abstenções. O número total de abstenções apenas nas capitais é de 5.388.504.

Entre as regiões do país, o Norte e o Sudeste tiveram os maiores índices de abstenções: 17,29% e 17,23% não compareceram às urnas. Tomando os estados de forma isolada, o Maranhão foi o estado que registrou o maior índice de abstenções do país: 19,62%. 

Números nas capitais
(soma das abstenções, votos em branco e nulos)

São Paulo 2.490.513 Palmas 30.322
Rio de Janeiro 1.472.537 João Pessoa 109.309
Belo Horizonte 576.673 Aracaju 64.297
Recife 283.279 Vitoria 66.920
Porto Alegre 282.048 Campo Grande 122.859
Curitiba 197.757 Natal 146.745
Salvador 589.437 Porto Velho 45.404
Belém 236.113 Teresina 111.613
Manaus 226.537 Boa Vista 37.832
Cuiabá 85.663 São Luís 167.157
Goiânia 245.091 Macapá 49.201
Fortaleza 361.211 Maceió 100.797
Rio Branco 49.798 Florianópolis 82.918
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