Apenas em maio deste ano os soldados do USA, seus aliados e seus mercenários contratados cometeram crimes de guerra em 23 dos 31 dias do mês em sua contínua guerra de agressão colonial no Afeganistão. Foram 49 ataques diferentes contra o povo, de acordo com uma nota publicada pelo Emirado Islâmico do Afeganistão (Talibã) no dia 3 de junho. Entre a longa lista de brutalidades, os assassinatos por tiroteios e bombardeios e as prisões arbitrárias (sequestros) sofridas por civis são os que mais se repetem.
O Talibã, o mais forte expoente em terras afegãs da resistência contra a invasão ianque, divulga todo mês um relatório denunciando os crimes de guerra cometidos contra civis. Somando os relatórios, desde o início de 2019, foram 227 ataques diferentes cometidos contra o povo pelos soldados do USA e mercenários, grupos paramilitares privados contratados pelo Estado ianque para realizar operações militares não oficiais em solo estrangeiro.
Em abril deste ano, o Tribunal Penal Internacional (TPI) rejeitou um pedido para se investigar os crimes de guerra (abusos, torturas e assassinatos contra civis) cometidos desde 2001 pelas forças pró-USA, depois de Donald Trump se posicionar contra a investigação.
Mike Pompeo, o secretário de Estado do USA, ameaçou revogar ou negar vistos a funcionários do TPI que tentassem continuar com a investigação. Depois disso, o Departamento de Estado do USA confirmou ter revogado o visto da procuradora-chefe, Fatou Bensouda, que havia feito pedido da investigação.
Resistência afegã não dá trégua
Apesar das agressões ianques não terem pausa, o Talibã tem servido à Resistência Nacional do Afeganistão lutando para expulsar as tropas invasoras e genocidas e vem impondo sucessivas derrotas militares ao USA e seus lacaios. A derrocada completa parece cada vez mais evidente, tanto é que no fim do ano passado o USA anunciou a retirada de metade de suas tropas do país.
No entanto, as agressões tiveram um aumento expressivo nos últimos meses apesar dessa decisão. Até mesmo a Missão da ONU no Afeganistão (Unama), lacaia aos interesses ianques, noticiou que cresceram as mortes de civis nas mãos dos invasores e das forças pró-USA, com um forte aumento de vítimas no primeiro trimestre de 2019 devido a bombardeios aéreos (que aumentaram em 41% em relação ao mesmo período do ano passado), bem como um aumento de 85% de operações de busca por insurgentes.
Talibãs retomam mais um distrito
No dia 16 de maio a Resistência afegã realizou uma emboscada contra as forças pró-USA. Os talibãs retomaram o distrito de Seyuri e mataram 19 lacaios da ocupação colonial.
Uma grande emboscada foi realizada pelos talibãs no centro administrativo do distrito afegão de Seyuri, localizado na província de Zabul, no sudeste do país, em que uma sede da polícia pró-USA foi atacada pelos combatentes. A operação terminou com 19 militares a serviço da ocupação mortos, entre eles um comandante inimigo, Qais Helmandi, e outros 27 feridos, bem como 9 veículos destruídos no total. Por parte da Resistência afegã, houve 46 mortos e feridos pela reação no total.
De acordo com o meio oficial de comunicação dos talibãs, no dia 13 de abril a sede desse mesmo distrito havia sido evacuada por parte dos mercenários ianques, que temiam ataques dos combatentes.
Essa sequência implacável de operações compõe parte da ofensiva anual de primavera do Emirado Islâmico do Afeganistão (Talibã) anunciada em abril com o fim de erradicar a ocupação colonial, que já ocorre há quase 18 anos. A operação Al-Fath, que significa “A Vitória” em árabe, foi iniciada após o governo lacaio do USA, sob a atual administração do presidente Ashraf Ghani, anunciar sua própria ofensiva contra a Resistência.
Os Talibãs fizeram um convite aos integrantes das tropas do governo fantoche a se unirem às linhas de combate dos Mujahidin (“combatentes santos”) e lutarem para “garantir a vida e a riqueza” do país frente à invasão das tropas estrangeiras.