USA tem orçamento recorde para prolongar agressões

USA tem orçamento recorde para prolongar agressões

No último dia 28 de outubro, Barack Obama sancionou nada menos do que o maior orçamento militar da história mundial. São US$ 680 bilhões reservados pela sua administração para financiar agressões e ocupações criminosas ao redor do mundo. Isso representa mais de 40% do total de gastos com "defesa" em todo o planeta, e 55% do orçamento total do USA.

A maior parte da verba tem como destino prolongar a agonia dos invasores no Iraque e no Afeganistão, onde o imperialismo em crise vem sendo humilhado pelas guerras de libertação nacional movidas pela resistências destes dois alvos do multibilionário Pentágono.

Alguns políticos alinhados no partido de Obama, o Democrata, já falam até em criar um "imposto da guerra" para que os estadunidenses ajudem a financiar as empreitadas coloniais do complexo militar-industrial ianque. A proposta que circula no Congresso do USA prevê que os trabalhadores "contribuam" com 1% sobre o imposto de renda, e que os as classes dominantes, as reais interessadas em se apossar de países, mercados e fontes de matéria-prima alheias, façam sua parte pagando uma alíquota de 5%.

Mas, na verdade, alguns levantamentos dão conta de que o orçamento oficial do Pentágono representa apenas cerca da metade dos gastos militares de fato do USA, sendo que todas as estimativas — feitas por grupos pacifistas ou de controle dos gastos públicos — dão conta de que o real orçamento ianque de guerra para 2009 ultrapassou o valor de US$ 1 trilhão.

Há muitos dados que não entram na conta oficial. Os U$$ 48 bilhões que o USA paga anualmente aos seus reservistas são um exemplo. Esse dinheiro fica diluído nos gastos do Departamento do Tesouro. As dezenas de bilhões que financiam o armamento de governos lacaios na Ásia, no Oriente Médio e na América Latina ficam ocultos do Departamento de Estado. Além disso, há os juros das dívidas assumidas em nome dos esforços semicoloniais, dinheiro pago aos bancos como a parte dos espólios de guerra que cabe ao capital financeiro.

‘Ajuda humanitária’, a filantropia imperialista

Isso tudo sem contar que não se sabe exatamente de onde vêm as destinações orçamentárias que financiam, por exemplo, empreendimentos secretos do imperialismo, como a recém-descoberta prisão clandestina que o USA manteve na Lituânia em um haras localizado a apenas 20 quilômetros da capital do país, Vilnius. A revelação foi feita pela emissora ianque ABC News no dia 19 de novembro. O local foi comprado em março de 2004 por uma empresa já extinta que pertencia à CIA, e passou a funcionar em setembro do mesmo ano como centro de tortura de "suspeitos de terrorismo".

As autoridades locais, lacaias, recusaram-se a comentar as atividades clandestinas dos ianques sob sua jurisdição. Sabe-se apenas que o acerto entre a CIA e a gerência da Lituânia envolveu a promessa de empenho por parte da Casa Branca para viabilizar o ingresso do país báltico na Otan, o que de fato aconteceu no mesmo mês e ano em que ocorreu a compra das futuras instalações da prisão secreta.

O complemento óbvio à dinheirama em verbas vinculadas aos massacres e rapinas do imperialismo são os apelos demagógicos por mais e mais doações para gerir as "crises humanitárias", nome com o qual as potências da "comunidade internacional" rebatizaram as tragédias de guerras e miséria semeadas por elas próprias nas semicolônias da África, Ásia e América Latina.

Para 2010, por exemplo, mesmo ano em que o Pentágono terá orçamento recorde para financiar as guerras pela partilha neocolonial do mundo, a ONU reivindica US$ 7,1 bilhões para ajudar países como Sudão, Congo, Quênia e Somália a "saírem da crise" em que se encontram hoje em função da sanha colonial de outrora, que lhes deixou como herança a violência, a fome e o desespero.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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