No dia 17, cerca de 20 mil jovens realizaram um grande protesto em Belo Horizonte partindo da Praça Sete, no centro da capital mineira, rumo ao estádio Mineirão. Há vários dias os gerenciamentos estadual e municipal já haviam proibido manifestações nesse dia e, contra os trabalhadores da educação estadual e policiais civis em greve que anunciavam protestos nessa data, já havia sido imposta multa de R$ 500 mil caso desobedecessem a determinação.
Os protestos em Belo Horizonte iniciaram no dia 15, quando oito mil manifestantes já haviam realizado um primeiro ato. Mas no dia 17 uma mobilização que não ocorria há mais de 20 anos parou a cidade.
O Mineirão já estava sitiado desde a manhã por forças policiais que montaram várias barreiras. Em um perímetro de três quilômetros quadrados só era permitida a circulação de policiais, pessoas credenciadas pela Fifa e pessoas que portassem o ingresso do jogo entre Taiti e Nigéria.
Aproximadamente 300 trabalhadores da educação concentraram-se nos arredores do estádio e mantiveram o protesto enquanto o massivo protesto estudantil avançava agitando palavras de ordem exigindo a redução do valor das passagens, pelo passe livre, denunciando os gastos bilionários com a copa e em solidariedade aos protestos em outras partes do país.
A PM montou dois cordões de isolamento a 1 km de distância do estádio e já no primeiro atacou os manifestantes tentando impedi-los de avançar. As barreiras policiais foram furadas pela persistência e combatividade dos manifestantes que se uniram aos professores. Em frente à Universidade Federal de Minas Gerais, um grande enfrentamento. Os jovens derrotaram as bombas e tiros de borracha com pedras e paus e montando barricadas. Em certos momentos, grupos de estudantes conseguiram colocar policiais para correr! Duas pessoas foram derrubadas de um viaduto pelo avanço da tropa de choque da PM e foram hospitalizadas. Três manifestantes foram presos. Já era noite e o protesto prosseguia. Ainda houve outro ataque da PM contra os manifestantes. Simultaneamente, na Praça Sete, centenas de jovens já se concentravam novamente e mantiveram o protesto até cerca de 23 horas. Novos protestos são previstos para os próximos dias.