Xenofobia da Escandinávia ao Mediterrâneo

https://anovademocracia.com.br/79/16-b.jpg

Xenofobia da Escandinávia ao Mediterrâneo

http://jornalzo.com.br/and/wp-content/uploads/https://anovademocracia.com.br/79/16-b.jpg
Guarda costeira italiana retém refugiados Líbios

Prolifera na Europa toda sorte de políticas de cunho racista e xenófobo promovidas pelos fascistas disfarçados de democratas, empoleirados nas chefias dos Estados-membros da União Europeia, esta imensa organização anti-povo que nada mais é do que a Europa dos banqueiros, dos especuladores e do alto patronato, estruturada, sistematizada e organizada contra as massas trabalhadoras e os estrangeiros provenientes das semicolônias, que chegam ao continente iludidos com a possibilidade de uma vida melhor.

O recrudescimento das políticas racistas e xenófobas na Europa é uma tendência que não data de agora, mas que nos dias correntes se acirra como reação à chegada massiva ao continente de africanos em situação de indigência por conta da repressão a protestos populares desencadeada pelas forças autoritárias de países do norte da África – nações historicamente saqueadas e oprimidas pelas potências imperialistas e que agora são palco de infames negociações para a reestruturação dos velhos Estados burocráticos locais visando a perpetuação dessa lógica.

Ou seja: as potências capitalistas e colonialistas europeias vão lá, roubam, matam, “elegem” seus capatazes como “presidentes” das semicolônias, sabotam as tentativas de organização do povo para defender seus interesses, cavalgam os justos levantes das massas por uma democracia verdadeira, desvirtuando-os de seu caráter original e, quando as migrações se avolumam como consequência de toda a desgraça semeada logo ao lado, as forças mais reacionárias da Europa requisitam imediatas medidas de exceção contra os deserdados da terra, no que são prontamente atendidas pelos presidentes, primeiros-ministros e pelos congressos nacionais.

No momento, uma das situações mais graves vividas por esses imigrantes é na Itália, país ora governado por fascistas que nem sequer fazem questão de se mascarar, e por onde a maioria dos africanos que atravessam o mar Mediterrâneo entram na Europa.

Refugiados do imperialismo!

Bem fiel à escola fascista onde se graduou, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, agarrou-se à ladainha da xenofobia como última tentativa de viabilizar sua permanência no poder, diante da queda da sua popularidade e da derrota da sua facção política nas eleições regionais italianas do dia 22 de maio. Berlusconi foi a público dizer que a vitória dos adversários em Milão, no norte rico da Itália, poderia transformar o lugar em “uma cidade islâmica, um acampamento de ciganos, cheia de romenos e assediada pelos estrangeiros”.

O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, chegou a lamentar o fato de o país não poder expulsar todos os estrangeiros que bem entender porque “aqui muitos têm a cidadania italiana, têm direito de ficar e não se pode fazer nada”.

E as humilhações não têm fim: o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, esmerou-se ao dizer que os imigrantes que aportam na Itália oriundos do norte da África chegam como retaliação de Muammar Khadafi aos bombardeios da Otan à Líbia, criminosamente omitindo que, à rigor, aqueles a quem as “autoridades” chamam de ilegais são refugiados do imperialismo, e preparando o terreno para novas medidas racistas e xenófobas.

Denúncias dão conta de que a morte e o encarceramento de imigrantes africanos se tornaram a política migratória extraoficial da Europa do capital para dar conta do aumento da chegada de estrangeiros ao continente nos últimos meses. Há vários relatos sobre negativas de socorro a embarcações de imigrantes à deriva no mar Mediterrâneo, em casos que já teriam levado centenas de pessoas à morte, inclusive crianças, com corpos sendo diariamente tirados da água.

Os famigerados centros de detenção de imigrantes dos países europeus banhados pelo Mediterrâneo estão mais superlotados do que nunca. A União Europeia discute restabelecer o controle de fronteiras para barrar “ilegais”, sendo que a Dinamarca já fechou sua fronteira unilateralmente para facilitar a triagem racista de quem entra e sai do país, e a França agora quer expulsar do seu território os estrangeiros portadores de doenças graves. Eis aqui a Europa  humanista, acolhedora e fraternal!

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: