Maria José de Melo divulga pré-venda de ‘Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto’

A autora Maria José de Melo anuncia a pré-venda do seu terceiro livro, Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto. O livro foi publicado pela Beija-flor Editorial e segue em pré-venda até o dia 15 de maio. O dia do lançamento será no dia 15 de abril, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus Recife-PE.

Maria José de Melo divulga pré-venda de ‘Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto’

A autora Maria José de Melo anuncia a pré-venda do seu terceiro livro, Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto. O livro foi publicado pela Beija-flor Editorial e segue em pré-venda até o dia 15 de maio. O dia do lançamento será no dia 15 de abril, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Campus Recife-PE.

O livro “Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto”, publicado pela Beija-flor Editorial, é a materialização de uma memória sensível, forte e acolhedora. Especialmente porque traz como pano de fundo momentos traumáticos, mas também uma constante busca interna e externa de uma mulher para derrubar os muros do silêncio ao entorno da violência sexual. Nele, eu revelo de forma cautelosa e respeitosa as facetas de uma pessoa vítima do crime sexual. O livro, sobretudo, trata-se de uma obra rica em detalhes, problematizações e provocações do ponto de vista de uma mulher que construiu e moldou sua personalidade enfrentando os diversos tipos de opressão feminina existentes na sociedade contemporânea que é capitalista, patriarcal e machista.

Tenho me dedicado, nos quatro últimos anos, à carreira literária, bem como à escrita, lapidação e publicação desse livro. Tecnicamente falando, não foi o livro mais denso que escrevi, mas foi o que me levou a navegar em águas profundas do sofrimento humano. Escrevê-lo tornou-se uma necessidade a manter-me de pé. Meu desejo era o de viver a vida de uma forma mais leve, sem precisar carregar o peso do trauma que a violência sexual deixou em mim. Então, decidi ir até as últimas consequências e encontrei forças onde achava que não tinha para transbordar a minha dor através da palavra escrita.

‘Sou de origem camponesa e posso, sim, ser escritora!’

Antes de apresentar a vocês, caros leitores, meu novo livro, preciso pontuar que se passaram exatamente quatro anos desde o lançamento do primeiro livro de minha autoria: A Renda Fundiária na Transposição do Rio São Francisco. Esta obra científica foi publicada em março de 2021, pela Editora Índica. É fruto de muitos estudos, debates, divergências no meio acadêmico e também de militância política em torno do debate da Questão Agrária e da teoria da Semifeudalidade no Brasil. Desse modo, é considerada um marco nos estudos, em língua portuguesa, da teoria da Renda Fundiária Capitalista aplicada a uma realidade concreta, em especial, a do Semiárido nordestino. No livro, analiso os impactos econômicos da transposição do Rio São Francisco na propriedade camponesa do Alto Paraíba, onde as condições impostas pela transposição favorecem a instalação do grande capital agrário na região, podendo levar pequenos produtores à perda de suas terras.

Já meu segundo livro, intitulado A Jitirana Poética, foi lançado na Bienal de Pernambuco há quase dois anos, em outubro de 2023. A publicação, pela editora Toma Aí Um Poema (TAUP), foi possível através da realização de um financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria. O livro reúne poemas e crônicas que exploram, a partir da crítica social, temáticas como o acesso à terra e à água, a identidade interiorana-camponesa, a minha relação com a ciência geográfica, os caminhos da luta e os amores. Os textos poéticos surgiram no período da pandemia da COVID-19, entre os anos de 2021 e 2022. Em meio às metáforas e com um vocabulário simples, denuncio, renuncio, choro e grito as minhas críticas e dores através da palavra escrita.

Finalmente, entre os meses de abril e maio de 2025, o meu terceiro e mais recente livro, Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto, publicado pela Beija-flor Editorial, está em pré-venda. Ele surgiu a partir de uma Carta-Manifesto de 18 páginas, escrita por mim em outubro de 2021. Na época, o feito até foi julgado como impulso-afetivo, pouco guiado pela razão. Contudo, para além disso, nasceu um texto que, de maneira inédita, me fez ter a coragem que jamais imaginei: a de conseguir derrubar os muros do silêncio através da palavra escrita. Desse modo, acredito que essa obra se torna importante no gênero da memória literária e nos debates em torno da temática da violência sexual com recorte de classe social. Ademais, expõe justamente uma denúncia e o repúdio ao crime da violência sexual a partir da narrativa de uma mulher de origem camponesa; porém, para além de “desabafo”, traz acolhimento, empatia, um relato de luta e superação. 

Ao longo das páginas, o(a) leitor(a) poderá se debruçar nas respostas encontradas por Amora a respeito dos seus questionamentos sobre opressão feminina, violência sexual, pedofilia e sexualidade, temáticas as quais são problematizadas no livro. Amora sofreu uma violência sexual, mas não é a única e, infelizmente, não será a última menina/mulher a sofrer esse tipo de violência. Isso, porque a sociedade capitalista é patriarcal, machista e tem a imagem do homem como símbolo de força, poder, controle e a quem a mulher deve submissão. Tais comportamentos históricos e culturais não são, portanto, práticas individualizadas e desconectadas da forma em que a sociedade está organizada.

Portanto, a literatura me ajudou a olhar a mulher que havia em mim e a ter coragem para buscar repertório teórico que aumentasse o meu nível de conhecimento cultural e de instrução sobre o fenômeno da violência sexual. Ou seja, para perceber e analisar dialeticamente um crime sexual, era necessário desenvolver capacidades analíticas, mas também conscientizar-me sobre a responsabilidade das minhas ações e sobre a importância do meu papel social como intelectual que pertence às classes populares. Todo esse processo contribuiria para tirar de mim o sentimento de culpa que me acompanhava há anos e, consequentemente, também a não ficar refém do medo. Com isso, ganhei maturidade, confiança, condições emocionais e objetivas para sair da condição de “vítima perfeita” para qualquer tipo de agressor.

No entanto, também entendo que a verdadeira transformação pessoal só pode acontecer quando há, concomitantemente, uma transformação social. A literatura conseguiu transformar a minha vida quando “a palavra” escrita por mim me deu pequenos impulsos para uma libertação emocional. Contudo, isso só foi possível porque sempre me guiei por uma prática e teoria revolucionárias. Aliás, acredito que seja melhor eu falar que, no meu processo de recuperação e luta, fui guiada por um método universal e científico: o materialismo histórico e dialético

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Maria de Melo é geógrafa, especialista em docência, mestre em serviço social, autora do livro “A Renda Fundiária na transposição do Rio São Francisco”

Esse texto expressa a opinião da autora.

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