Reproduzimos a seguir o importante manifesto publicado pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR).
Aos estudantes e à juventude do Brasil!
Companheiras e companheiros,
As eleições de 2018, serão as mais fraudulentas da história de nosso país. Por outro lado, este será o ano que o boicote às eleições atingirá números recordes, podendo superar mais de 50% do eleitorado de nosso país. O boicote às eleições expressa o rechaço espontâneo de nosso povo a essa falsa democracia, a esse sistema político apodrecido e corrupto, que de dois em dois anos obriga os brasileiros a votarem. Se o voto mudasse alguma coisa para melhor nesse sistema, ele não seria obrigatório. Somos obrigados a votar para legitimar esse secular sistema de exploração e opressão e seu velho Estado genocida e podre até a medula; nos dão o falso direito de escolhermos quem nos próximos quatro anos irá presidir a repressão e os ataques aos interesses do povo e da nação brasileira.
Mas o povo brasileiro já deu um basta a esta podridão. Na última década, de eleição em eleição, cresceram as abstenções, os votos nulos e brancos. Essa é a participação mais consciente na farsa eleitoral e que nos últimos anos deixou de ser uma revolta individual, ou um protesto isolado diante das urnas para ir se tornando um poderoso movimento de massas de negação e rechaço da política reacionária deste Estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo. Essa revolta, nos últimos anos, explodiu em grandes ondas de rebelião popular, como foram os levantamentos operários nas grandes obras do PAC em 2011, as gigantescas manifestações da juventude combatente em 2013 e a espetacular greve dos caminhoneiros em 2018. O povo brasileiro, mais do que nunca, percebe que somente uma Grande Revolução pode tirar o nosso país da miséria e da ruína!
E se no Brasil, as eleições sempre foram uma farsa democrática, onde só vencem quem os donos do Poder, isto é, os grandes banqueiros, grandes burgueses e latifundiários abençoarem, neste ano a farsa eleitoral está ainda mais fraudulenta. A prisão arbitrária do ex-presidente Luís Inácio e a cassação ilegal de sua candidatura revelam uma vez mais que no Brasil nunca vivemos no chamado “estado democrático de direito”. As leis valem de acordo com os interesses das classes dominantes. E é por isso, que o mesmo Luís Inácio, que em 2002 e 2006, foi promovido pelos interesses do capital financeiro internacional, da grande burguesia e dos latifundiários para aplicar sua política econômica e desmobilizar as massas com a conciliação de classes, compactuando com uma mentira que serve unicamente para dar um verniz de democrático a um Estado moribundo; hoje é impedido de se candidatar pelos que antes promoveram-no, dada a feroz disputa entre os grupos de poder das classes dominantes com a grave crise do sistema.
E é esse poder judiciário que define quem pode e quem não pode ser candidato, o mesmo que tem realizado uma série infindável de ataques aos direitos de nosso povo. Em agosto, o STF legalizou a terceirização da atividade fim, isso significa que uma escola particular poderá terceirizar a contratação de professores! Os patrões ficam assim sem nenhuma responsabilidade sobre os direitos trabalhistas de seus professores-terceirizados. Foi também o poder judiciário que autorizou o Exército a reprimir a justa greve dos caminhoneiros e que, na semana passada, aprovou o aumento de seus próprios salários!
Não podemos confiar em nenhum desses poderes podres! Devemos lutar contra todos eles! Lembremos que a Lei de combate ao Terrorismo foi uma proposta da gerente Dilma Roussef, aprovada pelo Congresso Nacional corrupto e que já está sendo aplicada pelo judiciário contra a luta popular. É o que já está em vistas no processo contra os 23 ativistas no Rio de Janeiro. Esse velho Estado e seus três poderes querem transformar todo movimento popular em “organização criminosa” e toda manifestação operária, camponesa ou estudantil em atos de “terrorismo”.
Os candidatos que se apresentam às eleições são todos farinha do mesmo saco! Todos eles juram cumprimento às leis reacionárias do velho Estado e o que disputam, na verdade, é quem assumirá a função de administrar a crise sistêmica que atinge o nosso país, como parte da crise internacional do sistema capitalista.
Jair Bolsonaro fala que é nacionalista, mas já é deputado há mais de vinte anos e nunca defendeu os interesses do Brasil. Bolsonaro é só mais um patrioteiro lambe-botas do EUA, já falou que venderia a Petrobras para os ianques e é a favor de entregar a Base Militar de Alcântara aos norte-americanos, que querem assumir o controle de uma parte do território nacional como parte de seu domínio no continente. Fernando Haddad (PT) era o prefeito de São Paulo, em 2013, e o que ele fez naquela época? Se aliou ao então governador Geraldo Alckmin, PSDB, para comandar a repressão contra a juventude combatente. Foi em São Paulo que as manifestações maiores se iniciaram naquele ano, e nós nunca esqueceremos que Haddad não só foi a favor do aumento das passagens, como defendeu publicamente a repressão. Ciro Gomes (PDT) é membro de uma das famílias mais poderosas do Ceará, na juventude foi deputado do partido do regime militar (a antiga Arena), foi ministro de FHC e de Lula. O seu discurso é todo voltado aos interesses do latifúndio e as propostas nacionais são apenas para aparecer de esquerda. Marina (Rede) e Alckmin (PSDB), mesclam o discurso liberal privatizador com demagogias eleitorais como bolsa família e bolsa gás. São todos eles: farinha do mesmo saco!
Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU) falam de luta popular e de rebelião, mas quando estourou o levantamento da juventude de 2013 o que fizeram? Atacaram a combatividade da massa e sabotaram importantes manifestações. Não podemos esquecer que na véspera da abertura da Copa da Fifa, em 2014, Boulos, então no MTST, e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, então dirigido pelo PSTU, prometeram uma grande manifestação para impedir a realização do jogo. A juventude combatente de São Paulo compareceu em peso; já Boulos, depois de um telefonema de Dilma cancelou a manifestação, exatamente o que também fez o PSTU. Portanto, esses também não representam a posição de esquerda, representam os semeadores de ilusão, que difundem entre as massas que pela eleição e pelo legalismo será possível alguma transformação de nosso país.
A verdadeira esquerda, as forças realmente populares, sabem que nenhum interesse popular será conquistado pela via eleitoral. Só a luta pode nos garantir nossos direitos, só uma Revolução Democrática Ininterrupta ao Socialismo pode transformar verdadeiramente o Brasil. Nem essas eleições nem nenhum desses candidatos irão defender nada para o povo! Por outro lado, os militares que tentam se apresentar como a salvação moral para o país, muito ao contrário, são eles os maiores responsáveis pela situação a que se chegou. O alto comando das Forças Armadas, principalmente do exército, é o grande representante do imperialismo no Brasil, esses milicos são os maiores defensores do latifúndio, da grande burguesia e do império norte-americano. A intervenção militar no Rio de Janeiro é mais uma demonstração de para que realmente servem, muito blablablá sobre pátria, mas na hora que agem é para oprimir o povo e assassinar pobres. Desde seu surgimento o Exército Brasileiro é corajoso para enfrentar o povo desarmado e um covarde e feroz massacrador do seu próprio povo para defender os ricos em nome da ordem imposta pelo imperialismo. Assim foi na guerra do Paraguai, a mando da Inglaterra; assim foi em Canudos, a mando dos latifundiários do Nordeste; e, também, no Contestado (divisa entre Paraná e Santa Catarina) em 1912; assim foi contra o rebelde Movimento Tenentista em 1922 e 1924, contra a Coluna Prestes 1924-1926, contra a ANL-Aliança Nacional Libertadora em 1935; assim foi em 1964, sempre a mando do imperialismo ianque; e assim foi no Araguaia, para citar os casos mais expressivos. A única ação progressista que esteve envolvido foi entrar na II Guerra Mundial ao lado dos aliados, mesmo assim como Força Expedicionária por pressão popular e sob comando dos militares norte-americanos. A intervenção militar já está em curso em nosso país e não irá resolver nenhum de nossos problemas, ao contrário, irá agravar todos eles.
Nós brasileiros, os verdadeiros democratas e patriotas, devemos defender e apoiar a realização de uma Grande Revolução em nosso país. Somente pela via revolucionária os camponeses terão terra, os operários terão trabalho e salários dignos, somente através da revolução teremos uma educação científica e democrática a serviço das massas de nosso país. Somente com uma revolução poderemos expulsar os imperialistas, principalmente os ianques, que se infiltram no Brasil e roubam nossas riquezas minerais e devastam nossas florestas para plantar soja para a exportação. Só com a revolução poderemos fazer verdadeira faxina contra toda essa podridão na política e pôr fim à violência contra o povo e acabar com a delinquência.
Precisamos urgentemente desta Revolução! Uma revolução que nos dê um Novo Estado, um Estado popular revolucionário que dê ao povo tudo, tudo o que ele precise. Precisamos de um Estado proletário, sem nenhum tipo de privilégios, que destine todos os recursos públicos para o progresso do povo e da Nação. Um Estado livre de poderes corruptos como esses que aí estão, de funcionários mafiosos, de deputados corruptos e juízes reacionários. Precisamos de um Estado que financie a produção alimentícia, que impulsione a industrialização, que garanta o trabalho e o salário para nosso povo. E isso, companheiros e companheiras, só é possível pela Revolução.
E a revolução não é uma tarefa impossível nem para um futuro longínquo! A secular luta dos camponeses pela terra, dos operários por salários e direitos, dos estudantes pelo ensino público gratuito, enfim de todo o povo por sua libertação e da nação das garras imperialistas, principalmente como mais recente as revoltas de 2011, 2013 e a greve dos caminhoneiro de 2018 apontam o caminho no qual o povo brasileiro vai se unindo em torno deste objetivo revolucionário! Revoluções como essas já aconteceram em outros países como foram a Grande Revolução Socialista de Outubro e a Grande Revolução de Nova Democracia na China. Nesses processos a burguesia restaurou seu poder e nestes países hoje ainda é necessária a insurgência de novas revoluções. Mas esses processos nos ensinam: é possível mudar! É urgente e necessário transformar, por isso as revoluções são inevitáveis!
Você estudante, jovem sem escola, jovem desempregado! Venha, se junte aos nossos movimentos e vamos juntos fazer história! Vamos mudar de vez o nosso país! Vamos derrotar esses poderes, essas forças militares e tudo o que é reacionário! Ingresse no MEPR e na UV-LJR! O povo irá vencer, custe o que custar! E a juventude brasileira será mais do que nunca: “A tropa de choque da Revolução!”