A passagem do metrô do Rio de Janeiro vai passar de R$7,50 para R$7,90 nas linhas 1, 2 e 4 a partir do dia 12 de abril. O aumento, aprovado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), será a passagem mais cara do país, superando as tarifas de outras capitais brasileiras, como por exemplo Belo Horizonte (R$5,50), Brasília (R$5,50), São Paulo (R$5,20), Porto Alegre (R$4,50), Recife (R$4,25) e Salvador (R$4,10).
Até mesmo a “tarifa social”, que atualmente é de cinco reais, passará por um aumento de sessenta centavos no mesmo dia (12/04).
Este aumento contribui para a piora das condições de vida das massas trabalhadoras cariocas, que gastam em média R$ 450 por mês com massagem, e com a subida da tarifa, uma parte maior da sua renda será utilizada só para esses serviços. Enquanto isso, os rentistas do Metrô Rio lucram mais a cada aumento de tarifas e com a crescente queda de qualidade do serviço.
A empresa acumula reclamações, seja pelo estado do ar-condicionado nos vagões, equipamentos de acessibilidade quebrados, intervalos irregulares, falta de orientação e comunicação da empresa com os passageiros. Nas redes sociais, os usuários têm se posicionado nos últimos meses criticando o serviço do Metrô Rio, inclusive comentando terem sido enganados, ao terem sido debitados sem a catraca ser liberada.
As insatisfações dos passageiros com a empresa se estendem até os agentes de segurança do metrô, que muitas vezes fazem descaso de situações como assédio sexual, além de agir violentamente com os próprios passageiros. Uma passageira informou um episódio de assédio sexual ocorrido aos agentes, que foram omissos e negligentes, tendo que aguardar duas horas até a chegada do supervisor, que apenas pediu desculpas pelo ocorrido e orientou para acionar a botoeira vermelha.
Não se vê omissão nenhuma desses agentes de “segurança”, treinados pela empresa para “situações de emergência”, quando esses mesmos agridem e expulsam os trabalhadores ambulantes e artistas de rua que ali tentam realizar seu sustento.
Em novembro de 2024, um vendedor ambulante foi abordado agressivamente pelos agentes na estação Vicente de Carvalho. A truculência na abordagem desses “seguranças” mostra como o trabalho informal é criminalizado no Brasil e como certos espaços são feitos excluindo alguns setores do povo, além da cultura de repressão das forças de segurança, sejam elas públicas ou privadas.
Desde a concessão do metrô à iniciativa privada, o sindicato dos metroviários (SIMERJ) vem denunciando a priorização dos lucros sobre a qualidade do serviço, que causa a precarização, atraso dos salários, cortes de benefícios, demissões em massa, entre outras coisas que já são costumeiras pós-privatização.
Alguns setores deste sindicato defendem abertamente o fim da iniciativa privada no serviço, alegando que a mesma não cumpriu as melhorias prometidas, cumprindo na verdade com a piora dos serviços, além de ter se tornado a passagem mais cara do país. A população também apoia essa pauta, especialmente quando os protestos e denúncias explicitam a péssima qualidade dos serviços para a alta tarifa demandada.